Fonte: Extra
O silêncio constrangedor depois da vergonhosa apresentação no clássico com o Vasco e uma senhora lavagem de roupa suja entre os jogadores antes do treino de terça-feira, em Joinville, foram o combustível para a mudança de postura do Flamengo, evidente na vitória da quarta-feira, que tirou o time da zona de rebaixamento no Brasileiro e aliviou a pressão sobre o técnico Cristóvão.
No vestiário da Arena Pantanal, depois da derrota por 1 a 0 para o Vasco, o diretor Rodrigo Caetano mexeu com os brios dos atletas, afirmando que aquela apresentação deveria doer em cada um, e cobrando mais empenho. Apenas o meia Alan Patrick, que entrou bem no segundo tempo, falou, e garantiu que o grupo daria a volta por cima.
O recado passado pela diretoria de que todos estavam sob avaliação fez o elenco se reunir a portas fechadas na Arena Joinville, no apronto para o jogo contra o time da casa, e ouvir de Emerson Sheik e Wallace que a acomodação não poderia mais se prolongar.
— Não é pacto, mas a conversa houve, sabemos que pela nossa qualidade não podíamos estar nessa situação — explicou Marcelo Cirino, um dos que voltaram a apresentar bom futebol, na vitória por 1 a 0 sobre o Joinville.
Na avaliação da diretoria, a saída de um treinador do perfil de Vanderlei Luxemburgo, muito mais enérgico, colaborou para o relaxamento dos atletas. A irregularidade e a falta de equilíbrio eram sinais claros do problema, que o clássico contra o Vasco só fez agravar.
— Ficamos tristes pela performance no jogo contra o Vasco, mas eles não são aquilo, e precisávamos dar essa resposta de comportamento também — admitiu Cristóvão.
A verdade é que uma nova derrota para o Joinville teria consequências drásticas, como o afastamento de atletas e a demissão do treinador. O elenco sentiu a repercussão negativa do clássico e reagiu. Marcelo Cirino, monitorado por excessos fora de campo e cobrado por torcedores, desabafou.
— Eu estou bem, estou tranquilo, o que está saindo sobre mim é mentira, tenho minha cabeça no lugar, entro no campo para fazer o melhor. Não tem que conversar sobre isso (excessos) porque não acontece. Não tem prova nenhuma — justificou o atacante, admitindo a má fase.
O desafio é manter a postura daqui por diante.