Fonte: Mauro César Pereira
Configurada a já esperada divisão da chapa azul em dois grupos, o blog entrou em contato com Eduardo Bandeira de Mello, candidato à reeleição para presidente do Flamengo, e Wallim Vasconcellos, que deixa uma vice-presidência para concorrer em dezembro. Ambos garantem que o clube não abandonará a austeridade que marca a atual administração, mas reagem de maneira diferente quanto à união das chapas no eventual surgimento de uma terceira força até o dia das urnas. Confira!
Bandeira: “Eu já havia sido escolhido pelo grupo desde o ano passado“
Já se pode dizer que disputará a reeleição?
Eduardo Bandeira de Mello: Sim, a ideia é essa.
Como vê a divisão do grupo que ganhou as eleições de 2012 em duas chapas?
Eduardo Bandeira de Mello: Não gostaria que fosse assim, mas aconteceu. Temos que aceitar.
Soube que lhe propuseram ser vice numa chapa encabeçada por outro integrante. O senhor não concordou. Muitos torcedores manifestam preocupação com a manutenção dos rumos adotados pelo clube na sua gestão. Temem que a disputa política tire o Flamengo dos trilhos. Há esse risco?
Eduardo Bandeira de Mello: Risco zero. Tudo como sempre.
O que o senhor diz sobre a argumentação dos seus agora adversários nas eleições de que tentativas de composição de uma chapa única esbarraram na sua decisão de não abrir mão da candidatura em beneficio de um acordo para uma unidade da chapa?
Eduardo Bandeira de Mello: Na realidade eu já havia sido escolhido pelo grupo desde o ano passado. Com a saída do BAP, alguns vice-presidentes mudaram de posição, mas a maioria se manteve e o SóFla (grupo de associados) exigiu que eu fosse candidato.
E como o senhor interpreta a permanência de adeptos da outra candidatura em vice-presidências da sua administração se não estarão juntos na eleição?
Eduardo Bandeira de Mello: Temos que ver. Quem estiver em outra chapa não deve continuar, embora mereçam todo o nosso respeito. E não obrigaremos ninguém a participar da campanha.
O senhor pretende exonerar quem estiver na outra chapa e ainda integra a atual diretoria ou espera que renunciem?
Eduardo Bandeira de Mello: Vamos analisar.
Soube que existiria um acordo entre as duas chapas na qual ante o surgimento de uma terceira força com outro perfil e propostas aquela que estivesse com menores chances de vitória no pleito abriria mão em favor da outra. Isso é fato ?
Eduardo Bandeira de Mello: Seria uma atitude sensata.
Mas há tal acordo ou seria apenas uma ideia?
Eduardo Bandeira de Mello: Foi falado pelos dois lados na reunião.
Mas formalizaram tal acordo?
Eduardo Bandeira de Mello: Não precisa formalização.
Então podemos entender que de sua parte existe tal compromisso?
Eduardo Bandeira de Mello: Sim.
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Wallim: “A personalização da gestão vai trazer dificuldades para o Flamengo”
Muitos torcedores demonstram preocupação com a disputa entre as duas chapas. Temem que tire o Flamengo dos trilhos, que saia da política adotada em 2012, quando da vitória na eleição presidencial mais recente. Há motivos para tal temor?
Wallim Vasconcellos: Um dos motivos do nosso descontentamento e preocupação é a mudança do conceito de grupo para o de personagem. Nós, eu digo, Bap (Luiz Eduardo Baptista), (Rodolfo) Landim, (Rodrigo) Tostes e Gustavo (Oliveira) e alguns de nossos apoiadores entendemos que a nossa força é concentrada no grupo que está na gestão e o grupo que nos apóia de fora do clube. A maioria com acesso a altos executivos de empresas e alto escalão do governo. A personalização da gestão e isolamento dos demais vai trazer enormes dificuldades para o Flamengo. Temo que venhamos a retroceder no próximo mandato, caso a chapa vencedora não possua quadros capazes de suportar o clube nos próximos anos, que serão duríssimos do ponto de vista de captação de recursos. A situação econômica do país ainda vai piorar muito antes de melhorar, sem se falar na crise política, que potencializa a piora. Portanto, do jeito que as coisas estão caminhando internamente no clube, vamos chegar de novo numa encruzilhada no final do ano: uma gestão personalista apoiada em quem? Ou uma gestão de grupo, apoiada em pessoas de destaque empresarial e político, que tirou o Flamengo de uma situação falimentar nos últimos dois anos e meio? Os sócios vão escolher e serão soberanos, mas um retrocesso agora vai significar anos para colocar de novo a situação nos trilhos.
Houve propostas de composição?
Wallim Vasconcellos: Sim, mas todas esbarraram na inflexibilidade do Eduardo em não abrir mão da candidatura em beneficio de um acordo para uma unidade da chapa.
Propuseram e ele não abriu mão da candidatura?
Wallim Vasconcellos: Não. Fiz um apelo, inclusive pedi para ele retribuir o gesto que fiz há três anos, quando fui convidá-lo no BNDES para ser o candidato. Mas não houve jeito de convencê-lo.
Por que os vice-presidentes que o apoiarão não renunciarão agora, seguindo na administração atual?
Wallim Vasconcellos: Eles estão avaliando; na verdade, nós que colocamos o Eduardo lá, não o contrário. Trabalhamos para o Flamengo e não para o Eduardo. Eu vou sair agora. Mas o Eduardo pode exonerá-los quando quiser.
Os grupos de associados FAT (Flamengo Acima de Tudo) e SóFla (Sócios pelo Flamengo), que manifestaram apoio ao presidente, têm que peso nesse processo eleitoral?
Wallim Vasconcellos: Têm peso, mas: 1- não conhecem quem estará conosco 2- não conhecem a nossa proposta. À medida que isto for ficando claro, tenho certeza que vão mudar de ideia, pelo menos os que pensam no Flamengo.
Soube que existiria um acordo entre as duas chapas na qual ante eventual surgimento de uma terceira força com outro perfil e propostas, aquela que estivesse com menores chances de vitória no pleito abriria mão em favor da outra. Isso é fato ?
Wallim Vasconcellos: Depende de quem for a outra chapa. Se for composta por pessoas que com filosofia semelhante, vamos analisar.
Então esse acordo não existe?
Wallim Vasconcellos: Foi comentado no final da reunião pelo Eduardo e nós dissemos ok; mas muito por alto.
Claramente o poder subiu a cabeça do EBM, ele nem é fundador da chapa azul entrou de gaiato no navio agora não quer largar o osso. Lembro a vocês os grandes nomes dessa administração são o BAP, Rodrigo Tostes, Alexandre Póvoa, Wallim Vasconcellos, Flávio de Araújo Willeman, Cláudio Pracownik. O EBM nem sabia o que era chapa azul, só entrou por impedimento do Walim, depois que assumiu o poder subiu na cabeça e quer romper com os cabeças da chapa azul, se for cara de pau de concorrer deveria ao menos deixar a cor azul com os verdadeiros donos.
Pelo que parece o "sucesso" subiu à cabeça do EBM! Nada contra ele que acho sério, honesto e carismático. Mas, se eu votasse escolheria a turma do Wallim. O Flamengo precisa de um grupo com essas ligações políticas e empresariais prá sair do buraco em que foi colocado e não de um presidente somente.
Depois de anos de vivência no meio empresarial posso dizer que bravata é uma das coisas mais comuns… contatos políticos, empresariais (sic)… faz me rir. E se os contatos forem os políticos de hj, quero os longe do Mengao. Acabaram com o Corinthians. Flamengo é Flamengo pela torcida que tem… Essa é sua força… Esqueçam as bravata e escolham o q acharem melhor.
Complicado… Na verdade esse racha, é bom apenas para aqueles outros candidatos que só pensam em dilapidar o CRF
isso é jogada lançaram duas chapas para enfraquecer a oposição o bandeira é favorito.
Isso já ocorreu no Flamengo. Há tempos um grupo se uniu, chegou ao poder e construiu a década de ouro de 80. Mas personalizaram as conquistas em torno de Márcio Braga e a receita desandou. Gosto muito de Bandeira e talvez até vote em sua chapa, mas o que me preocupa é aquilo que Wallim afirmou quanto ao governo solitário, possibilidade que já havia aventado. Aliás, esse risco, ainda que em menor medida, pode ocorrer mesmo com a vitória do grupo de Bap, já que ele terá que fazer alianças com outras correntes políticas não alinhadas ao projeto de austeridade do Mengo. Isso foi feito antes, na eleição de Bandeira, mas o grupo era forte e unido o suficiente para evitar a presença desses "aliados" na administração. O pior é que na campanha os ânimos se exaltarão e qualquer um dos dois que for eleito contará,é bem provável, com uma oposição acirrada e destrutiva no decorrer do mandato. Essas duas são as melhores hipóteses, já que a possibilidade do passado vencer, diante da divisão de votos, não pode ser descartada. A verdade é que o racha pode levar ao fim do sonho do Flamengo gigante.
Falta de união indica tormenta, deveriam estar unidos para o bem do clube. É estranho que o EBM antes uma peça importante, agora tenha que sair de cena conforme querem os outros.
É difícil saber exatamente o que ocorreu. Será mesmo que o poder subiu à cabeça do EBM, ou será que os outros ficaram enciumados com a personificação do sucesso da administração na figura do EBM… Difícil responder. Entretanto, o regime do Fla é presidencialista, EBM não quis ser a rainha da inglaterra, que não manda nada. É importante ressaltar, que tudo que der certo ou errado, a responsabilidade é do presidente. Por fim, se Wallim gosta tanto do Fla, mesmo fora da diretoria ele não poderia manter os contatos com os altos executivos ou alto escalão do governo (que perigo!)
Tem figura aqui no grupo que não vira o disco. Sempre etoa a mesma frase, simplesmente copiando e colando. Temos de respeitar as opiniões desde que sejam ditas pelo sentimento real de um rubro-negro. Tem momentos que parece até propaganda de tão maçante que fica a repetição de que subiu a cabeça do EBM. C
ordial respeito a todos. E EBM na cabeça.