Fonte: Falando de Flamengo
Na base da essência pura de luta e força de vontade, o Flamengo voltou a vencer no Brasileirão e trouxe os três pontos pra casa que nos deixaram fora da zona de rebaixamento independente do resultado dos jogos que ainda faltam pra completar a rodada.
Por enquanto nem devemos pensar sobre essa saída do Z4, porque a verdade é que “espiritualmente” infelizmente a gente continua lá. É questão de um ponto pra lá e outro pra cá e voltamos pra degola, então nem dá pra comemorar. Ao menos pra mim, depois de tanto ser paciente e otimista, vai ser necessária uma boa série de vitórias (dependendo da partida pode ser empate, vou ser maneiro) para que eu volte a acreditar em dias melhores na competição.
É verdade também que o Flamengo ontem foi bem melhor do que contra o Vice na rodada anterior. Tudo bem que era impossível jogar pior do que aquilo, e que o adversário era o Joinville, o último colocado do Brasileirão, mas nessas horas é bastante difícil ter a tranquilidade pra trabalhar e recuperar a confiança para reencontrar o caminho das vitórias, tornando as partidas mais complicadas independente do adversário. Então o mérito da história está aí.
Vimos os caras lutarem sério em cada lance, cada bola disputada, correndo, realmente se entregando em campo. Por mais que muito disso seja necessário por conta de todo resto que falta ao time, esse tipo de dedicação é gratificante.
O que, na minha opinião, eles precisam entender, é que na base do chutão basicamente nada acontece. Enquanto acompanhava o jogo ontem eu fiz uma comparação onde falei que esse time do Flamengo parece uma máquina de Pinball. Está sempre no “lança a bola pra frente e torce pra alguma coisa dar certo”.
Felizmente, ainda que muitas vezes na sorte, algumas oportunidades claras de gol apareceram durante o jogo. Porém quase todas foram desperdiçadas, sendo algumas delas de forma impressionante. Mas a exceção apareceu, o Sheik mandou pra rede, marcou seu primeiro no retorno ao Mengão e garantiu os três pontos.
O lance do gol inclusive foi um símbolo da entrega do time rubro-negro na partida. De todos os envolvidos na jogada dentro da área, ninguém desistiu! Foi um corre, rouba a bola, disputa, tenta pra todo lado até que sobrou pro Emerson finalizar.
Um outro fator importante sobre o gol, é que na realidade ele serviu não apenas para coroar a entrega do time. Ele também mostrou que o caminho não está nos lançamentos de Pinball e sim com o toque de bola. Curiosamente o Flamengo melhorou bastante, passou a pressionar mais e a chegar com mais frequência ao ataque quando parou de dar chutão. Coincidência? Não.
Rapidamente falando sobre a parte defensiva, o time precisa ficar mais ligado porque logo no início quase a gente muda completamente o panorama do jogo. Após a saída toda errada do César, se o estreante Ayrton não estivesse ali pra salvar na linha, a coisa ia ficar feia.
Que venha a próxima rodada no fim de semana, e que o Flamengo entre com a mesma vontade em campo. Só continuando a ganhar poderá iniciar um processo de convencimento e conseguirá tirar o peso, para que a dedicação em jogos como o de ontem não vire apenas aquela nota boa que tirava no colégio, onde não fazia mais que a obrigação.
Honrem o Manto, sempre.