Fonte: Falando de Flamengo
Confesso. Algumas vezes, quando emendo o jogo do meio de semana junto com um do final de semana no mesmo texto, só algumas vezes, trata-se do exercício pleno da minha chinelês nata, uma espécie de baianidade nagô carioca que vez em sempre se abate sobre mim. (In) Felizmente não é o caso dessa vez. Domingo eu estava de Fla Sofá, olho na TV e twittando como se não houvesse amanhã para a cobertura do Tempo Real. Dava na boa pra fazer o pós-jogo e tascar aqui. Aí aquele festival de horrores terminou. Mesmo com esse meu dom de segunda categoria para as artes literárias, tem horas que não dá. Escrever um pós-jogo quando não houve um jogo seria o mesmo que ganhar a série C e jogar a série A, sem passar pela Segundona… Epa… o fluminense já fez isso aí, né?
Doeu muito não ter grana para estar lá. Ainda que o raciocínio mais simplório de alguns amigos tenha me torturado por toda a segunda-feira com um patético e traidor “ainda bem que você não foi”, se já não gosto de ver meu Flamengo de longe, gosto menos ainda nesses casos, quando o Mais Querido parece acometido de algum Mal. Após um primeiro tempo de dar pena, o segundo tempo menos sofrível seguia sem pé nem cabeça, quando um lance me fez ficar mais horrorizado. Pensei (e twittei, é claro): “Estamos perdendo para um time que acaba de cobrar um lateral direto para a linha de fundo. Tem que ver isso”.
Foi, pedindo licença a um grande amigo meu vascaíno, de quem surrupio na cara grande a expressão por ele usada para definir algum filme lamentável que cruze seu exigente olhar de crítico de cinema, PODRE HORROROSO. Muita gente nas redes sociais elegendo esse como o pior Flamengo e Vasco já visto. Minha memória é péssima. Prefiro não opinar nesse sentido.
Boatos até de que a chapa esquentou no vestiário andam rolando no onipresente universo cibernético. Tomara. Qualquer coisa que sirva para acordar a maioria dos envolvidos. Mesmo porque não estamos do lado de cá pedindo nada demais. Um time acordado já seria um alento. Se além de acordado puder correr e honrar, caso não o Manto Sagrado se for pedir demais, pelo menos os salários em dia, já é suficiente pra gente se empolgar e ficar em paz. Do lado de dentro do campo, há de ser o bastante para que ocupemos, senão a ideal, posição menos constrangedora na tabela.
Perdemos pra quem estava na lanterna. Ironia do destino, lá vamos nós enfrentar o New Lanterna do Campeonato Brasileiro. Sério. Se a gente consegue não ganhar outra partida, vai ficar com a maior cara de que estamos nos esforçando ao máximo para assumir essa tarefa inglória de ocupar a última posição.
Nossos adversários da noite dessa quarta, apesar da sofrida campanha, vêm esboçando uma ligeira melhora nas últimas rodadas, tendo inclusive endurecido o jogo contra o Galo em Minas no último final semana. Na temporada, andam cometendo um ataquecídio maciço. Chegaram a ter 15 atacantes no Estadual compondo o elenco (??!!), tendo reduzido esse número para “apenas” sete. Sinal de que andam se livrando de quem não se adequa ou não tem condição de ajudar. Se essa moda pega na Gávea… Em todos os níveis…
Parece que teremos casa cheia por lá. Mesmo com o preço salgado dos ingressos, que agora ganharam vida própria e independem de arenas fifenses para custar caro.
Com as barbas de molho, ou então porque também ficou horrorizado com o péssimo futebol praticado no outrora Clássico dos Milhões, Cristóvão faz reformulações na equipe. Tomara que o tal do Alan Patrick entre como titular. Não que ele seja o Messias que veio para nos livrar de todos os nossos tormentos, mas em uns 15 minutos após entrar em campo na derrota para o Vasco, fez mais do que muitos outros jogadores somando vários e vários jogos esdrúxulos da nossa campanha.
Na Aldeia Smurf, enquanto vamos ajeitando nossas finanças e pensando em temporadas futuras, ainda sobra tempo para pagar o mico de tentar quebrar a palavra dada ao Corinthians sobre a não participação do Guerrero no confronto entre as duas equipes. Na base do “ih é… Eu combinei isso. Pode deixar pra fazer o combinado só no segundo turno?”. O acordo foi idiota, apesar de perdoável se foi usado para impulsionar a negociação. A tentativa de voltar atrás é patética e indelicada.
Fecho com uma dúvida: Será que esse texto é um pré-jogo? Esperemos que sim.