Fonte: Extra
A humildade com que Guerrero fala de sua importância para oFlamengo como ídolo virou realismo quando o atacante analisou as chances de título brasileiro da equipe. Ainda se ambientando ao clube, o peruano se mostrou tímido ao comentar seu estilo e ao prever voos mais altos na temporada.
– Vamos ser realistas, não sei se dá pra conseguir títulos, mas acho que o torcedor do Flamengo quer a vaga na Libertadores e é por isso a gente vai brigar, com certeza – exclamou.
Guerrero chegou tarde demais ao Flamengo. E tudo tem sido intenso até agora. Não apenas seu excelente aproveitamento, três gols em três jogos. O novo ídolo se viu diante de uma carência da torcida e logo na estreia no Maracanã ganhou música e o peso de decidir todos os jogos. A dependência parece incomodar.
– Os torcedores ficam brincando com isso (a música), mas sei que cada um aqui pode substituir o outro. O elenco é qualificado, não depende de ninguém. Quando ganha, ganha o grupo – reforçou, negando ter virado o centro das atenções desde que chegou. – Não sei se por causa de mim. O Flamengo é um clube grande.
O tamanho da responsabilidade foi traduzido na letra imperativa de um funk. Guerrero fez acabar o “caô”, gíria para problema, que nem ele mesmo sabia o significado.
– Achei engraçado, agradeço a todos que cantaram a canção, acho legal. Não cheguei a ouvir no jogo, mas depois sim, ouvi, gostei muito. Nunca tinha ouvido essa expressão ‘Acabou o cão’ – explica. Guerrero pronunciou cão, não caô. E confessou que é mais chegado em sertanejo e pagode. O que importa é que o Flamengo está embalado no ritmo de Guerrero. Mesmo ele tentando evitar o óbvio. Ao comentar a chegada de um camisa 10, Ederson, para lhe dar assistências, novamente o atacante desviou o foco para o grupo.
– Não penso nisso, em fazer diferença a toda hora. Tenho que me ajeitar ao sistema que o professor quer. Me entrosar. Para mim não faz diferença. Se eu não tenho um jogador atrás para preparar as jogadas para eu fazer gol, tenho dois jogadores rápidos pelos lados, que podem me dar a oportunidade – ressaltou.
As tatuagens e cabelo estiloso escondem um cara tímido e família, que prefere “tirar o futebol da cabeça” no tempo livre, e luta para se entrosar for a de campo no clube.
– Sou um pouco inseguro. Custo um pouco a entrar no grupo. Mas os companheiros estão facilitando, conversam comigo, me participam das brincadeiras – conta Guerrero, se soltando aos poucos na nova casa. Apesar da ansiedade da torcida, o novo ídolo se mostra consciente de que seu papel é resgatar o orgulho rubro-negro, mesmo que isso não aconteça esse ano.
– O Flamengo vai crescer nos próximos anos, tem idéias positivas, estão chegando reforços. Estamos em um bom caminho. Espero que possamos ter conquistas esse ano – finalizou. Em 2015, o “caô” ainda está longe de acabar.