Fonte: GE
Manaus receberia, no dia 20 junho, um amistoso com ídolos que passaram pela equipe do Vasco, campeã brasileira de 1997, e o Flamengo, campeão carioca de 2001. Em campo, estariam craques como Edmundo, Petkovic, Juninho Pernambucano e Adriano. O jogo foi adiado uma, duas, três vezes. E agora cancelado. Isso porque, entre idas e vindas, problemas contratuais surgiram e podem levar a uma briga judicial entre contratante e contratado. O contratante, inclusive, ameaça mover ação judicial contra jogadores listados no contrato.
Na palavra dos contratantes, por meio de um dos representantes da empresa Instituto Florestal da Amazônia, Waldisney Cerdeira, o imbróglio teve início logo após a assinatura do contrato inicial. Segundo ele, o acordo não garantia a presença, apesar de especificar o nome de todos os atletas.
– No contrato, a Tangerina Design (contratada), que representa a parte dos jogadores e esportiva do evento, usou a palavra “preferência”. Isso quer dizer que não seria, necessariamente, os jogadores indicados no contrato, que estariam presentes no jogos. Quando nós chegamos em Manaus, meu advogado apontou que isso estava errado e que precisaríamos alterar isto no contrato. Nós então, pedimos um aditivo. Desde então é só enrolação. Não atendem nossas ligações e não dão retorno – relata Waldisney.
Além de enfatizar a suposta falha contratual, o representante da empresa amazonense afirma que, assim como previsto no contrato, pagou R$ 90 mil para a empresa Tangerina Design. O dinheiro, segundo ele, foi depositado e, mesmo assim, não houve retorno da empresa à cerca do caso e das discordâncias contratuais.
– Com certeza estamos sendo enganados por eles. Se eles tivessem interesse, eles confirmariam a lista (de jogadores) e aceitariam nosso aditivo. Efetuamos a primeira parcela, só que a segunda não fizemos por conta dessa falta de aditivo (alteração no termo “permanência”). Tenho certeza que fomos enganados e vamos procurar nossos direitos. Agora estamos com advogados e vamos entrar com uma ação, contra a empresa e contra todos os jogadores presentes no contrato. Nossa paciência já esgotou – finaliza o contratante.
Para o sócio da Tangerina Design, Marcelo Macedo, no entanto, o caso decorreu de outra forma. Ao globoesporte.com, ele informou que os problemas surgiram logo no início da organização do evento, quando a empresa amazonense falhou em cumprir com exigências básicas impostas no contrato.
– Nós fizemos o desenho desse jogo e eles nos procuraram e compraram. Fizemos um contrato base, com algumas exigências de prazos, pagamentos e datas, e eles não conseguiram cumprir com isso. Não conseguiram nem alvará para a venda de ingresso. E o evento não foi para a frente por isso, eles não conseguiram cumprir com os pré-requisitos.
Sobre as ameaças de processo por parte da empresa amazonense, que alega quebra de contrato, Marcelo minimiza o caso, conta que os jogadores chegaram a ser contratados para o jogo, mas pelas falhas do contratante o jogo foi cancelado e avisado para o grupo do Amazonas, garante.
– Não teve quebra de contrato. Quer dizer, teve sim, da parte deles, mas nada de absurdo. Eles que não cumpriram com o que está no contrato. Contratamos os jogadores, fizemos todos os contratos, e acabou que a gente não conseguiu pagar ninguém. O evento não aconteceu simplesmente por causa disso. E eles foram notificados disso. Foram notificados por e-mail, carta e aviso de recebimento sofre o cancelamento do evento – confirma o sócio da Tangerina Design.
Quanto aos R$ 90 mil pagos pelo Instituto da Amazônia, e comprovados por extrato bancário, Marcelo afirma que o valor – contrato – foi utilizado para arcar com gastos iniciais do evento. E comenta sobre a chance do caso ser levado à justiça.
– Nós não queríamos isso e por isso não fizemos. Mas se for, a gente pode executar o contrato inteiro. E isso é tudo o que está acordado (o que inclui o pagamento integral combinado de R$ 950 mil). O contrato prevê isso, e a gente não quis fazer.
Edmundo nega envolvimento contratual
O jogador Edmundo, que teve o nome envolvido na divulgação do amistoso e também sofre ameaças por parte dos contratantes respondeu, por meio de assessoria de imprensa, que foi notificado apenas do cancelamento do jogo e garante não ter recebido qualquer quantia em dinheiro. A conversa com o jogador era apenas para participar da partida, como atleta.