Polarização: Cinco meses antes, eleição já agita Flamengo

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Fonte: ESPN

O futebol rubro-negro vive dias de crise, mas o ambiente político na Gávea está longe de enfrentar dias de maré tranquila. 2015 é ano eleitoral no Flamengo e a cinco meses da eleição presidencial, geralmente marcada para o início de dezembro, os corredores já respiram a formação das chapas com uma clara polaridade de forças que indica o racha político vivido pelo grupo que assumiu o poder no fim de 2012. De um lado, o presidente Eduardo Bandeira de Mello. Do outro, o ex-vice de marketing, Luiz Eduardo Baptista, o Bap.

Em entrevistas, Bandeira ainda hesita em bater o martelo e oficilizar a candidatura à reeleição. Prefere argumentar que o tema deve ser tratado mais à frente. As chapas, no entanto, deverão ser inscritas até início de setembro e, internamente, o atual presidente já é visto como candidato. Idealizador da Chapa Azul, grupo que chegou ao desbancar a então mandatária Patricia Amorim, Bap já trabalha nos bastidores para fazer frente a Bandeira. Também presidente da Sky, o ex-dirigente se vê impossibilitado de concorrer diretamente ao cargo, incompatível com a vida profissional. Mas busca o nome ideal para ter uma campanha forte. A diferença de caminhos é clara.

Em caso de nova candidatura, Bandeira de Mello contaria com apoio de alguns vice-presidentes. Cláudio Pracownik (administração), Rafael Strauch (Fla-Gávea), Flávio Willeman (Jurídico), Pedro Iootty (secretaria geral) e Pedro Almeida (tecnologia da informação) são alguns deles. A base do grupo que se mobilizou para angariar votos para a Chapa Azul em 2012, o Sócios pelo Flamengo (SóFla), também pende a renovar o apoio ao presidente, embora diante do desempenho ruim do departamento de futebol já apareçam algumas vozes insatisfeitas. A este grupo se juntou, recentemente, outro movimento, o Flamengo Acima de Tudo (FAT).

Em 2012, Bap criou a Chapa Azul ao lado de Carlos Lagoni, nomeado vice-presidente de negociação da dívida, Rodrigo Tostes, atual vice de finanças, Rubens Osta, Frederic Kachar, Rodolfo Landim, vice de planejamento, Flávio Godinho, que chegou a ser vice de relações exteriores por poucos meses, Gustavo Oliveira, vice-presidente de comunicação, e Wallim Vasconcellos, ex-vice de futebol e atual dono da pasta de patrimônio. Por problemas estatutários, Wallim não pôde ser candidato e Bandeira acabou indicado ao cargo. Dos integrantes de origem da Chapa Azul que ainda estão oficialmente no clube, Bap conta com o apoio de Wallim e Langoni.

Desde o rompimento do ex-vice de marketing com Bandeira, por divergências sobre decisões tomadas como na briga com a Ferj, Godinho tentou uma reaproximação de ambos. Por enquanto, sem sucesso. Bap permanece de um lado e Bandeira, do outro. Vice-presidentes com papel de peso na gestão atual, como Rodrigo Tostes, Gustavo Oliveira, Rodolfo Landim e Alexandre Póvoa, de esportes olímpicos, ainda não indicam para qual lado devam caminhar caso as chapas divergentes sejam confirmadas até setembro.

Entre os que sugerem a paz dentro do grupo que começou a administrar o Flamengo no fim de 2012 há quem indique o caminho de um nome de consenso para a presidência. Com isso, Bandeira de Mello, já com imagem construída perante ao público nos últimos três anos, ganharia um cargo de vice-presidente representativo na próxima gestão. De azul em 2012, o panorama político do Flamengo se tornou cinza três anos depois.

A antiga oposição e o fator Zico

No tabuleiro da política rubro-negra, além da polarização atual entre Bandeira e Bap há, também, grupos que ainda estudam a quem apoiar. Caso do Garden, que tem o ex-presidente Marcio Braga como um dos expoentes. Adalberto Ribeiro, vice-presidente do gabinete da presidência, seria um terceiro candidato na eleição. A costura por acordos, no entanto, ainda está aberta. Assim como o apoio de Zico.

Peça importante, principalmente pela publicidade da campanha, o maior ídolo rubro-negro apoiou a Chapa Azul em 2012. Até o momento, Zico ainda não indicou apoio a nenhum dos lados, embora seja amigo pessoal de Bap há alguns anos. Os grupos de oposição mais ligados à velha política do clube ainda têm participação no pleito rubro-negro, mas não de forma decisiva. Os simpatizantes da ex-presidente Patricia Amorim se enquadram neste panorama. Elementos com menor força do que no passado, mas ainda em plena atividade no borbulhante caldeirão político da Gávea.

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