Fonte: UOL
O presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, afirmou nesta segunda-feira, em São Paulo, que os deputados precisam mostrar a cara e votar a MP do futebol, que trata do refinanciamento das dívidas fiscais e trabalhistas dos clubes de futebol profissional. Ele participou de um encontro, promovido pelo Bom Senso F.C. com o presidente do Atlético-PR Mauro Cesar Petraglia. O presidente do Corinthians, Roberto Andrade, também foi convidado, mas não compareceu. Até o fim da reunião ele não havia justificado a ausência.
A Medida Provisória 671 cria o Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro (Profut), um instrumento de refinanciamento que exige dos clubes que aderirem o cumprimento de critérios de responsabilidade fiscal e de gestão interna. Se não for votada na Câmara e no Senado até o dia 17, ela será descartada, depois de quase três anos de discussão.
“Acordo é acordo. Gostaria de fazer um apelo a Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara. Ele diz que quer atender os interesses dos clubes. O apelo é para que seja votado e cada deputado possa mostrar sua cara. Essa é uma excelente possibilidade para se dar um ponto de partida para melhorar o futebol”, disse ele.
Bandeira de Mello afirmou que o risco é que a MP seja empurrada com a barriga. “Assim, o nosso trabalho cairia por Terra. Sem o refinanciamento das dívidas e sem a moralização do futebol. Voltaríamos à estaca zero”.
Segundo ele, sem o acordo os grandes clubes sobriveriam com dificuldades, mas outros poderiam ter problemas que os inviabilizassem financeiramente.
Na semana passada, diante de um impasse no plenário, a Câmara adiou a análise da MP, que deverá ser apreciada nesta terça-feira, após um acordo entre os presidentes dos clubes e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
De acordo com o presidente do Flamengo, entre as contrapartidas, não há o perdão da dívida dos clubes. “Não existe perdão nenhum. O mais importante são as contrapartidas. Atrasar salário, imposto, singir a limites de gasto com futebol, adiantamento de receita. Para que possam andar na linha, governo concede um refinanciamento das dívidas. É isso o que queremos”.
O presidente do Atlético-PR, Mauro Celso Petraglia, afirma que a modernização do futebol é essencial. “O atual estado das coisas está caindo de podre. Precisamos reavaliar a forma de poder do futebol brasileiro a partir dos clubes”.
Segundo ele, a situação atual dos clubes se deve à omissão dos clubes e do próprio governo. “O que entendemos agora é que preciamos modernizar o futebol. É um caminho sem volta”.
Para Ricardo Borges Martins, diretor-executivo do Bom Senso, o grupo defende uma posição pró-futebol. “Por muitas vezes houve desentendimentos sobre a MP, mas há um consenso e somos são favoráveis ao texto. Apelo ao presidente da Câmara que garanta que a votação ocorra”.