Camisa 11 do Flamengo esclarece que telefonema a Wilton Pereira Sampaio não foi dado com o intuito de reduzir eventual pena, mas sim por questão de conduta pessoal
Entrevista de Emerson Sheik é que nem o futebol: uma caixinha de surpresas. De língua sem freio, o atacante já coleciona declarações polêmicas em sua segunda passagem pela Gávea, e a última delas foi dada no intervalo do último Clássico dos Milhões, disputado na quarta-feira passada. Com o Flamengo ainda em vantagem – o jogo terminou em 1 a 1, e o Vasco se classificou -, o camisa 11 disse ao repórter Eric Faria, da TV Globo, que o árbitro do duelo em questão, Wilton Pereira Sampaio, era uma m… Após o triunfo sobre o Sport (1 a 0), neste domingo, revelou ter telefonado para Wilton e estendeu o pedido de desculpas ao repórter.
– Sou um cara que todos conhecem: falo o que penso. Na maioria das vezes acho que estou certo, mas, quando erro, não vejo problema nenhum em pedir desculpas. Ontem (sábado), eu liguei para o Wilton, árbitro da partida entre Vasco e Flamengo na Copa do Brasil, e pedi desculpas a ele e para a família dele em meu nome e em nome da minha família, porque foi algo que desagradou a todos. Fiquei extremamente chateado com a minha atitude, não foi legal e também pedi desculpas a quem estava transmitindo o jogo, ao repórter Eric Faria, que foi à beira do campo me entrevistar. Queria me retratar de uma coisa errada que eu fiz e espero que as pessoas entendam. Não tem nada a ver com âmbito profissional, mas, sim, pessoal. É um coisa minha, partiu de mim, nem o Flamengo tem a ver com isso. O recado foi dado, e espero que as pessoas possam me desculpar, pois não sou desse jeito. Falo o que penso, não vou perder esse jeito, pois é uma coisa minha, e o que eu entender que está errado eu vou falar. Mas dessa vez eu acabei ofendendo uma pessoa que não tinha nada a ver por um momento da partida que eu achei que teria sido uma falta, mas não justifica o que eu fiz.
Wilton Pereira Sampaio não relatou as ofensas na súmula da partida, mas o STJD deve denunciar Sheik. A dúvida é em qual artigo será enquadrado: no 258 (assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva não tipificada pelas demais regras deste Código) ou no 243-F (ofender alguém em sua honra, por fato relacionado diretamente ao desporto). A tendência é que o último seja aplicado. Perguntado se uma possível sanção não o aflige, o camisa 11 confirmou o temor.
– Óbvio que fico preocupado, porque sei da importância que tenho dentro da equipe, mas quero deixar bem claro que o pedido de desculpas não tem nada a ver com lado profissional. Agora é claro que preocupa, pois fui contratado para jogar e não para ser suspenso – concluiu Sheik, que garante não ter pedido perdão com o intuito de atenuar uma eventual pena.
Não é a primeira vez que Sheik externou arrependimento por uma de suas declarações nesta volta ao Flamengo. Em troca de farpas com Eurico Miranda, provocou a história do Vasco, mas, pouco antes do confronto entre os clubes pela Copa do Brasil, voltou atrás.
Neste domingo, na vitória por 1 a 0 sobre o Sport, em Recife, Sheik teve atuação apenas discreta e foi substituído no segundo tempo, dando lugar a Paulinho.
Fonte: GE