Presidente Dilma Rousseff sanciona MP do Futebol, que passa a ser lei

Fonte: GE

A presidente Dilma Rousseff sancionou, nesta quarta-feira, a MP 671, a MP do Futebol. O documento, que agora passa a ser lei, trata do refinanciamento das dívidas dos clubes de futebol com a União – estimadas em cerca de R$ 4 bilhões – em troca de novas regras de gestão, incluindo o chamado “fair play” financeiro, que prevê o rebaixamento de inadimplentes. Os clubes interessados em parcelar seus débitos com maior prazo devem aderir ao Programa de Modernização do Futebol Brasileiro (Profut).

A MP foi enviada para análise no Congresso Nacional no último dia 19 de março, após a assinatura da presidente. No entanto, o texto original sofreu mudanças na Câmara dos Deputados, no início de julho. Dentre as alterações, estão aumento do limite de gastos dos clubes com o futebol, que subiu de 70% para 80%, além de alterações nas regras de redução de déficit financeiro aplicadas. Outra mudança foi a retirada do artigo que transformaria a seleção brasileira em patrimônio cultural – o que colocaria a CBF na mira do Ministério Público.

O projeto aprovado na Câmara seguiu para o Senado, foi aprovado no último dia 13 de julho e nesta quarta foi sancionado pela presidente Dilma Rousseff. Os clubes que aderirem ao Profut poderão parcelar suas dívidas em até 240 vezes, de no mínimo R$ 3 mil, contando com redução de 70% das multas, de 40% dos juros e de 100% dos encargos legais. As primeiras 60 parcelas poderão ser reduzidas em até 50%, mas esse desconto deverá ser coberto posteriormente. Os clubes se comprometem a reduzir o déficit para 10% da receita anual a partir de 2017, e 5% a partir de 2019.

Para permanecer no programa, os clubes devem cumprir com uma série de contrapartidas: clubes não poderão mais antecipar receitas, como os direitos de televisão, previstas para depois do término da gestão vigente (exceto um limite de 30% para reduzir a dívida), e só poderão usar 80% de suas receitas para o pagamento da folha salarial de atletas do futebol. Os dirigentes agora poderão responder individualmente por práticas de gestão temerária durante seus mandatos. As punições pelo não cumprimento a tais exigências vão de inelegibilidade dos cartolas por até dez anos, afastamento do cargo, e a possibilidade de responder solidariamente por atos irregulares praticados em gestões anteriores.

– Buscar a transparência é justamente a essência do Profut. Queremos responsabilidade na gestão dos clubes, que haja um bom senso na renovação dos mandatos dos dirigentes de futebol, que tenha um limite, na verdade. Os clubes precisam se conscientizar da importância de ter um fair-play financeiro, pois em um futuro breve, colherão os frutos – comentou, ao portal do Ministério do Esporte, o Secretário Nacional de Futebol e Defesa dos Direitos do Torcedor, Rogério Hamam.