Na manhã desta terça-feira (25), Flamengo, Orlando Magic e NBA apresentaram oficialmente o NBA Global Games. A coletiva do evento, realizada na zona sul do Rio de Janeiro, contou com presença das lendas Horace Grant e Robert Horry, alguns jogadores do clube carioca (Gegê, Marcelinho e Meyinsse) e dirigentes da NBA no Brasil, como o Diretor Executivo Arnon de Mello. Pela primeira vez na história, um time brasileiro irá enfrentar uma franquia norte-americana no país. Logo após o encerramento, o Garrafão Rubro-Negro bateu um papo exclusivo com Alexandre Póvoa, Vice-Presidente de Esportes Olímpicos. Confira os trechos da entrevista na íntegra a seguir.
Realização da parceria com a NBA
“Para mim é muito legal, afinal, fui jogador no passado e sei que esse é o sonho de qualquer um. Depois de ter jogado lá na pré-temporada (2014) e ter sido campeão mundial contra o Maccabi, receber um jogo desse, sendo time estrangeiro, é o topo da ‘cadeia’ do basquete FIBA. Estamos orgulhosos. Mostra que se o Flamengo pensar grande e se organizar, pode chegar longe em qualquer esporte. Vai ser fantástico saber que a NBA verá o clube de perto. Ano passado, em Orlando, eles tiveram uma pequena noção disso, fizemos um jogo caseiro contra o mesmo Magic. Espero que seja uma grande partida, ganhar ou perder faz parte, o importante mesmo é colocar o nome do Flamengo definitivamente no calendário da NBA.”
Diferença entre 2014 e 2015
“Em 2014, os jogos mais importantes eram os do Mundial, principalmente, e os três da pré-temporada da NBA, portanto, nosso planejamento mudou. Nós tínhamos que chegar em setembro no estágio máximo para ganhar do Maccabi. E conseguimos. Fomos campeões do Mundo e tivemos boas atuações nos Estados Unidos. Adiantamos tudo e isso nos prejudicou no decorrer da temporada. Esse ano está sendo completamente diferente. Perdemos jogadores, mas temos tempo pela frente. O jogo contra o Orlando é importante, inclusive, estamos cogitando trazer jogadores emprestados de outros clubes para fortalecer nosso elenco, dar mais corpo na rotação. Nosso principal problema no ano passado, fisicamente, falando, foi o tempo de jogo. Os caras estão acostumados com quarenta e oito minutos, no Brasil são quarenta. Isso faz diferença. Além disso, o técnico tem quinze opções e consegue rodar bem o time. E é isso que queremos agora. Vamos buscar pelo menos três jogadores para fechar doze e dar ótimas opções de rotação para o Neto.”
Opções de atleta no mercado
“Ainda não começamos a negociar, mas provavelmente, os jogadores emprestados virão do basquete nacional. É importante frisar que será apenas para o jogo contra o Orlando. Sobre o elenco atual, a situação é a seguinte: perdemos três jogadores. Digo isso pois o Felicio não tem contrato garantido com o Chicago Bulls, então, pode ser que ele volte em outubro. Esperávamos perder o Nico, que sempre teve o sonho de jogar na Europa e o Herrmann, que está em outro estágio, mais preocupado com sua situação familiar. Já o Benite, não. Ele fez um Pan-Americano espetacular e acabou sendo procurado por times europeus. Sinceramente, isso não estava mapeado. A característica do time vai mudar, é fato. Nosso poderio ofensivo era fortíssimo com Nico e Benite. Trouxemos o Rafa Luz, que é um armador clássico, mas vamos precisar de um escolta finalizador, e tem que ser estrangeiro. Aí mora o grande problema. O dólar está alto e estamos negociando com alguns jogadores. Esperamos anunciar no máximo em quinze dias. Ou seja, iremos resolver uma questão, mas já adianto que a outra esticaremos o prazo. Como disse anteriormente, aguardaremos a situação do Felicio. Tenho certeza que nossa equipe seguirá forte e brigará por títulos.”
Liberação da Arena
“Nós estamos otimistas. Há um processo em andamento e a CET-RIO é o último obstáculo, porém, com boa vontade. Teoricamente, a arena está aprovada, mas faltam alguns detalhes de logística. Acho que não ficará pronta para os Jogos Olímpicos de 2016, entretanto, espero que fique até o fim de 2016, para o NBB 9. Se, num futuro próximo, tivermos time de vôlei ou futsal, essa arena já será utilizada. É a nova casa dos Esportes Olímpicos do Flamengo.”
LDB
“Desde que chegamos ao Flamengo, o clube conquistou uma edição do torneio, mas não adianta ganhar e não produzir jogador. Então, esse ano, nós mudamos com objetivo de realizar um trabalho diferente e melhorar a base. Mandamos nossos melhores jogadores das categorias inferiores e abrimos mão diretamente da disputa do título. A ideia é sempre ter duas ou três vagas no time de cima para que ocorra a transição. Essa decisão foi tomada pela diretoria em conjunto com o Neto e a comissão técnica. Estamos preparando os atletas para o futuro. Iremos até contratar alguns jogadores Sub-22, mas sem mudar nossa filosofia.”
Fonte: Garrafão Rubro-Negro