Um alívio para os complexos nacionais

Fonte: Carlos Eduardo Mansur

O risco da depressão é a catastrofização. É capaz de turvar a visão e prejudicar o diagnóstico. O futebol brasileiro vive um destes momentos. Calendário, gestão, comércio desenfreado, exportação em massa e resultados da seleção formam um elenco respeitável de problemas. E, por vezes, nos impedem de enxergar virtudes, motivos de alento.

Há bons times jogando bom futebol neste Campeonato Brasileiro. Atlético-MG, Corinthians, Fluminense, Sport, Palmeiras, São Paulo e Grêmio protagonizam mais jogos bons do que ruins. O número é alto se comparado a qualquer torneio do mundo, embora seja necessário admitir que não tenhamos aqui os supertimes da elite europeia. Temos, isto sim, as menores distâncias entre melhores e piores: oito pontos separam o líder do oitavo colocado. É um bom campeonato. E que ensaia amenizar um dos maiores dramas nacionais: a falta de público nos estádios. As médias cresceram.

Há mais boas notícias. O Brasil sofre com uma sensação de carência e assumiu como verdade a ineficiência na formação. Pois o Flamengo x Santos de domingo, no Maracanã, caiu como uma luva para aliviar tais complexos e nos conduzir ao sempre reconfortante universo do meio termo. Um dos grandes jogos do campeonato, construído à base de boas atuações individuais e disputas táticas interessantes, teve 12 jogadores com 25 anos ou menos em campo. Não é pouco. É significativo.

Como também não é de se desprezar o papel de protagonistas que tiveram os meias, posição que provoca imensa angústia nacional. Dois mandaram no jogo no primeiro tempo: Alan Patrick e Canteros – este último é argentino, vale a ressalva. Com diferentes caracterísicas. Alan Patrick ainda é uma expectativa não realizada quando se leva em conta o início da carreira. Mas assumiu a armação pelo lado esquerdo do campo, tentou o último passe e acertou lindo chute ao fazer seu gol. Já Canteros tenta jogar de área a área. Costuma ter índice de erro alto, mas fez excelente primeiro tempo.

O segundo tempo foi de Lucas Lima, o camisa 20 que joga como camisa 10 dos bons. Dorival Júnior repetiu um movimento que seu antecessor, Marcelo Fernandes, já adotara com o meia: recuá-lo para iniciar a armação na linha do primeiro volante. Lucas Lima confundiu a marcação do Flamengo. Cristóvão Borges manteve a perseguição individual de Márcio Araújo e o meio-campo rubro-negro fez água. Lucas Lima iniciou jogadas, lançou, passou, chutou no gol, empatou o jogo.

Há meias se exibindo bem neste Brasileiro. E há jovens com papel importante nos melhores times do campeonato. O Fluminense tem Gérson, o Corinthians tem Malcom, o Sport tem Régis, o Atlético-PR tem Marcos Guilherme, o Grêmio tem Luan, só para citar alguns. Há vida.

Coluna do Flamengo

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