‘Flamengo arma a festa e Coritiba se diverte’

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Pois é, mais uma vez a história se repetiu. Quem arma a festa é o que menos se diverte. Fica sem bolo e champanhe. Toma tubaína sem gelo, e olhe lá.

Embalado por seis vitórias consecutivas, o Flamengo esperava fechar a 26ª rodada do Brasileirão com um banquete de números fantásticos no Mané Garrincha: voar para o sétimo triunfo seguido, um recorde na história do clube no campeonato; chegar aos 44 pontos no G4, 10 a menos que o líder Corinthians, faltando 12 jornadas; manter um tabu de 14 anos sem derrota para o adversário como mandante; e bater o recorde de público do campeonato.

Só se esqueceu de um detalhe: avisar o convidado, o Coxa. Que roubou a cereja do bolo, jogou água no chope dos rubro-negros, venceu por 2 a 0 e saiu da zona do agrião queimado.

De todos os prognósticos, só um vingou: 67.011 pagaram ingresso para ir ao folguedo na capital da ‘ilha da fantasia do mestre Tattoo’, maior galera do
torneio.

De quebra, o Urubu ainda caiu fora do G4. A equipe foi superada pelo soberano Tricolor, que ficou num ‘oxo’ melancólico contra a Chapecoense. O time paulista está em quarto, com 42 pontos, um a mais que os cariocas.

A casa do Flamengo começou a cair aos 8 minutos de jogo: pênalti cobrado por Kleber, o gladiador. Aos 24, Henrique aumentou para 2 a 0. O Urubu entrou em parafuso e, atabalhoadamente, partiu para o ataque, enquanto o Coxa se limitou a tocar a bola, esperar o tempo passar e fechar o espetáculo aos gritos de ‘olé’ da torcida.

No Morumbi, 16.502 torcedores assistiram a um show de horrores. O soberano São Paulo e a Chapecoense disputaram uma das piores partidas do campeonato. Maltrataram a bola e ficaram no ‘oxo’.

Sem Ganso e com Pato pouco inspirado (foi substituído por Rogério, o ‘Neymar do Nordeste’, no segundo tempo), o Tricolor conseguiu a proeza de ‘engessar’ a galera, já que não provocou um pingo de emoção ao longo do jogo.

Em nenhum momento, lembrou o eficiente time que colocou o imortal Grêmio para dançar no fim de semana, em Porto Alegre. Como recompensa pelos serviços não prestados, os são-paulinos foram saudados com vaias.

A Chapecoense, do estreante ‘professor’ Guto Ferreira, não precisou armar nenhum esquema mirabolante para segurar o adversário. Montou uma defesa sólida e apostou nos erros do coirmão. Deu certo. Mas o time continua sem vitória no returno (três empates e quatro derrotas).

A gangorra do Tricolor segue mais ativa do que nunca. Vai do vinho do padre ao vinagre num piscar de olhos. Nem o capitão, artilheiro, cartola e goleiro Rogério Ceni, que voltou à equipe, sabe explicar o que acontece: ‘Já me fiz essa pergunta e não encontrei uma resposta’.

A torcida tem muitas: ‘falta de comprometimento’, ‘amor à camisa’, ‘time sem vergonha’. Desde 13 de julho o São Paulo não consegue festejar duas vitórias seguidas no Brasileirão. De quebra, continua atrás do gol de número três mil dos 55 anos do Morumbi.

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Zapping. A plim-plim é só sorriso: Saci colorado x Corinthians rendeu 24 pontos de audiência na grande Pauliceia dominada pela violência, recorde no Brasileirão/15 em São Paulo. Superou as novelas. A Band obteve cinco. Na Cidade Maravilhosa das facas sanguinárias, Raposa x Vasco também cravou 24 na Globo, e dois na emissora paulista. Cada ponto em SP corresponde a 67 mil domicílios sintonizados; no RJ, 42 mil.

Sugismundo Freud. A cadeia nasceu para todos. É só questão de justiça.

Cravo e ferradura. Sem Neymar, suspenso, o ‘professor’ Dunga soltou a lista dos anões da amarelinha desbotada para os primeiros jogos das eliminatórias da Copa de 2018, contra Chile e Venezuela, no início de outubro. Acertou na mosca ao chamar o corintiano Renato Augusto, um dos responsáveis pela campanha do líder do Brasileirão, mas errou feio ao ignorar o santista Ricardo Oliveira, artilheiro do campeonato, com 17 gols. Futebol é momento e não idade. Que se lixe Roberto Firmino! Aos 35 anos, Ricardo Oliveira merecia uma chance. É como o vinho: quanto mais velho, melhor.

Zé Corneta. Lateral corintiano Edilson: a vaca foi para o brejo.

Fala que eu te escuto. Quiproquó no mundo dos anões: Dunga x pastor. ‘A seleção não é local para manifestação religiosa, política. Eu não permiti, nem o Gilmar. Temos que nos concentrar no que estamos fazendo, que é jogar futebol, e nada mais’ – do ‘professor’ Dunga, irritado com a presença de um pastor na concentração durante os jogos nos EUA. ‘Lamento que minha visita à seleção tenha causado desconforto à CBF. Mas fui convidado por David Luiz e Kaká para ir à concentração. São meus amigos’ – do missionário Guilherme Batista, 25 anos. Você decide.

Deu na rede. Caiu na Vila, o Peixe fuzila.

Bem, amiguinhos. Líder com 49 pontos, o Botafogo está praticamente com as duas chuteiras na elite do Brasileirão/16. A equipe soma 92% de possibilidades, de acordo com os cálculos do ‘Infobola’. As outras três vagas são disputadas por Paysandu (84%), Vitória (65%), Bahêa (57%), Sampaio Corrêa (40%), Santa Cruz (25%) e Coelho mineiro (22%). A caminho do inferno, a terceirona: Mogi Mirim (92%), ABC (95%), Boa (89%), Ceará (62%), Macaé (27%) e Atlético/GO (12%).

Dona Fifi. Enderson Moreira, um ‘professor furacão’: em 15 meses, quatro demissões. Passou pelo RH do Grêmio, Peixe, Atlético/PR e Fluminense.

Bem, diabinhos. O Brasil olímpico só coleciona elogios. A Fina, Federação Internacional de Natação, enviou carta ao comitê organizador esculhambando todos os locais que receberão as provas. Da piscina à praia de Copacabana, passando pelo Parque Maria Lenk, local das disputas do nado sincronizado, saltos ornamentais e polo aquático. Tchibum.

Gilete press. De Fábio Suzuki, no ‘Lance’: “Uma minuta do novo estatuto que está sendo elaborado no Palmeiras foi divulgada aos conselheiros. A principal novidade é o corte de dois vice-presidentes da diretoria. Atualmente são quatro – eleitos na chapa com o presidente. O documento também prevê a extensão do mandato do presidente de dois para três anos, com direito a uma reeleição. O texto ainda será debatido em novas reuniões pelos conselheiros e não há uma data para ser votado.” Tarantela à vista.

De chaleira. E o ‘são’ Victor, hein? Uma comemoração inesquecível nos 200 jogos pelo Galo: ficou de quatro diante do Peixe. Ele coleciona agora 103 vitórias, 52 empates e 45 derrotas; 201gols sofridos e 71 jogos sem levar gol.

Tititi d’Aline. Aos 22 anos, Paulo Roberto Falcão Filho, herdeiro de Falcão, o rei de Roma, fará testes no Saci colorado. Ele tem 1,79m e joga no meio de campo, como o pai, um dos maiores ídolos da história do time gaúcho.

Você sabia que… 22 ‘professores’ já foram demitidos em 26 rodadas do Brasileirão?

‘Bola de ouro’. Fluminense. Um exemplo de profissionalismo: está à procura do quarto ‘professor’ para a sala de aula das Laranjeiras nesta temporada. Demitiu Cristóvão Borges, Ricardo Drubscky e Enderson Moreira (após 10 derrotas nos últimos 13 jogos e uma briga com Ronaldinho Gaúcho).

Bola de latão. Saci colorado. Vetou um minuto de silêncio a Clóvis Acosta Fernandes, o ‘Gaúcho da Copa’, porque era torcedor do Grêmio. Uma lástima.

Bola de lixo. Jerome Valcke. Levou um solene bico nos fundilhos após denúncia de que esteve envolvido num esquema de ingressos da Copa. O vivaldino ex-secretário da mamãe Fifa teria embolsado R$ 9 milhões. Chegou a negociar bilhete de R$ 920 por R$ 5,2 mil nas oitavas de final.

Bola sete. “A arrancada do Flamengo aumentou o número de visitas ao Fla Experience, o museu interativo do clube. Só nos primeiros 15 dias de setembro já foram 1.400, 75% a mais que a média mensal de 800 visitas, segundo a Futebol Tour” (de Lauro Jardim, em ‘Veja’ – uma vez Flamengo…).

Dúvida pertinente. Flamengo, propaganda enganosa?

Fonte: Blog José Roberto Malia

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