Como diz o companheiro Paulo Calçade, o país vive um “surto de honestidade”. As pessoas vão às ruas pedindo o fim da corrupção e urrando por um Brasil melhor. Que bonito, não? Todos queremos isso, claro. Aparentemente quase todos…
Na quinta-feira, pela primeira vez Flamengo e Consórcio Maracanã fiscalizaram se pessoas que adquiriram ingressos pagando meia-entrada tinham realmente tal direito. Teve gente que precisou voltar à bilheteria para pagar a diferença.
Nisso tudo a confusão fica ainda maior por causa do confuso programa sócio torcedor do Flamengo (que é ruim) e a entrada conhecida como “meia da meia”. Se o cidadão, por exemplo, se associa e é estudante, paga 25% do valor total.
O blog Teoria dos Jogos fez uma análise dos números e fica clara a evasão de receitas provocada pela entrada maciça de torcedores pagando meia, mesmo sem direito a ela — clique aqui e leia. Os clubes deixam de arrecadar e não é pouco.
Quem nos acompanha sabe que sempre criticamos a elitização dos estádios e os ingressos cada vez mais caros. Mas daí a apoiar quem utiliza um benefício sem direito a ele vai enorme distância. Se acha caro não vá ao jogo ou vá e proteste contra aquilo.
“No próximo jogo do Flamengo, aí todos serão barrados”, antecipou à ESPN Brasil o diretor do consórcio Marcelo Frazão. Ele adiantou o mesmo procedimento será feito em pelejas de Vasco e Fluminense (veja a entrevista em vídeo, abaixo).
Os que não se aproveitavam da falta de fiscalização subsidiavam quem usava meia entrada sem direito. “Importante para o torcedor honesto, que paga inteira, e acaba fazendo papel de bobo se você não faz uma verificação adequada”, acrescentou.
A bagunça parece chegar ao fim. E convenhamos, ir ao estádio, cinema, teatro ou show e pagar meia entrada sem ter direito não vai ajudar a melhorar o país.
Fonte: ESPN