JP Batista olhava o placar. Procurava o número de sua camisa e a quantidade de pontos logo ali ao lado. Estava satisfeito com a atuação diante do Rio Claro, mas não tinha ideia de que havia anotado 26 pontos. Muito menos de que é, até o momento, o maior pontuador do Flamengo no NBB 8, com um total de 57. Já tinha na conta 13 contra o Bauru e 18 contra Franca. Marquinhos aparece depois dele, somando 49. A condição de cestinha faz o pivô abrir um sorriso, que em poucos segundos se desfaz. Com fala mansa, trata de dar crédito, dividir os holofotes com os companheiros.
– Isso é graças a esse time que a gente tem, que me coloca nessa posição de jogar bem. Isso é resultado de trabalho. Estou muito feliz com esse começo na equipe. Quando você chega precisa de um tempo para se adaptar ao estilo de jogo do time e isso está sendo bem mais rápido do que eu imaginava. O Neto (técnico) usa muito o sistema que o Rubén Magnano adota na seleção. Então, está sendo mais fácil para mim – disse o jogador, que foi ouro com o Brasil no Pan de Toronto.
Depois de construir a carreira na Europa, tendo passado dois anos no basquete da Lituânia, um no da Letônia e oito no da França, o pivô de 34 anos e 2,06m quer deixar sua marca na equipe da Gávea. E garante estar bem preparado para lidar com a pressão imposta ao time que ergueu o troféu da competição nas últimas três edições. Por enquanto, só tem a lamentar a ausência de Olivinha, que vem tratando um edema ósseo na fíbula direita.
– Ele é o coração do nosso time por tantos anos. E sem ele é diferente. Vamos orar para que volte o mais rapidamente possível. Eu e Jerome (Meyinsse) estamos fazendo uma rotação e a gente vai fazendo o que pode. Sobre a pressão, aqui é o Flamengo. No ano passado, joguei num clube bem parecido em termos de cobrança (CSP Limoges). E aqui não é diferente. A equipe ganhou três anos seguidos e tem que ter essa cobrança da torcida mesmo. O Flamengo não é para ser segundo ou terceiro. E nós temos que saber administrar isso.
E tem ido bem, na opinião de Marcelinho Machado. O experiente ala-armador elogia o início de trajetória de JP Batista no Rubro-Negro.
– A adaptação para jogadores de alto nível é mais fácil e o J é um cara acima do comum. Ele é muito inteligente e vai ajudar muito. Nós estamos muito bem servidos em todas as posições – afirmou.
Sob o olhar atento de Magnano, que marcou presença no ginásio, o pivô quer mostrar serviço para tentar um lugar na equipe olímpica.
– A seleção é um sonho para mim. Se vier (a convocação), vai ser com honra. Se não, a gente torce para quem está lá. Ano que vem tem Olimpíadas, uma oportunidade única de jogar aqui.
Fonte: GE