‘Fla-Alemanha’, na Copinha 90, fez 7 a 1 no Corinthians, com cinco gols de Djalminha

Embora não tenha sido como profissional, camisa 10 do Flamengo naquela partida a guarda na memória: “Como não lembro do único jogo que fiz cinco gols? Foi histórico”

Atualmente falar de 7 a 1 e não pensar no Brasil e Alemanha da última Copa do Mundo é praticamente impossível. Porém o mesmo placar também foi aplicado por um visitante num duelo de gigantes e numa copa. Não na do Mundo, mas na Copa São Paulo de Futebol de Júnior de 1990, ano em que o Flamengo, que seis dias antes de conquistar a competição, goleou o Corinthians no Pacaembu e avançou à semifinal. Também num 25 de janeiro, data da final entre a garotada de Fla e Timão da edição de 2016, Djalminha deu um show. Fez cinco gols, um deles por cobertura, e deu assistências para Nélio e Piá.

A bola rola para a final da Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2016, entre Corinthians e Flamengo, às 10h, no Pacaembu.

Apesar de toda a qualidade apresentada pelo ex-meia que defendeu as camisas de Flamengo, Guarani, Palmeiras, La Coruña, América-MEX e Brasil, hoje aos 45 ele admite: nunca mais repetiu aquela tarde artilheira. A atuação, aliás, valeu uma convocação para a Seleção sub-20.

– Não (fez cinco gols num jogo outra vez), foi só aquela vez mesmo. Filho único, foi histórico (risos). Lógico (que o jogo é inesquecível), não tem como. Como não vai ser inesquecível o único jogo em que fiz cinco gols na minha vida? Como íamos esperar golear o Corinthians no Pacaembu? Sabíamos que o nosso time era muito bom, mas ninguém imaginava. E aquele jogo me deu muito destaque. Eu nem estava convocado para a Seleção, tanto que jogamos a final sem Paulo Nunes, Marquinhos e Marcelinho, que estavam convocados já. Aí os caras cortaram o terceiro goleiro depois da Copa São Paulo, levaram só com dois, e eu fui convocado. Foi um jogo histórico, e encheu a gente de moral para ser campeão – disse Djalminha, que vê o último gol da partida, encobrindo o goleiro Márcio, como o mais bonito.

Camisa 10 do time que ganhou a Copa São Paulo de 1990, Djalminha está de olho na molecada que busca o tri e já elege os que podem despontar no time profissional.

– Vi os jogos contra o São Paulo e esse último contra o América-MG. Gosto do zagueiro, o capitão, Léo Duarte. Gostei do Paquetá também. O centroavante (Felipe Vizeu) também está indo bem. Esses três me chamaram atenção.

Nélio crê que prejuízo corintiano poderia ser maior

Autor do primeiro gol da partida, Nélio, que faria 19 anos um dia após o chocolate rubro-negro, concorda que era impensável vislumbrar uma goleada contra o adversário, ainda mais jogando fora de casa. O Corinthians chegava com campanha superior à do Flamengo e era um dos candidatos ao título. Mas, os gols foram saindo, e o hoje ex-jogador acredita que ficou barato para o rival.

– Começamos bem, eu fiz logo o primeiro gol, que deu uma tranquilidade maior no Pacaembu e diante da torcida do Corinthians. Sabíamos da qualidade do nosso time: Djalminha, Luiz Antonio, enfim. Os gols saíram naturalmente. A gente jogava como sempre jogou: para frente. Foi uma tarde iluminada do Djalma, que fez cinco gols, mas sempre jogávamos com confiança, independentemente de quem enfrentávamos. E um placar assim que a gente não acredita que possa ter feito. Sete gols num jogo é complicado. Era um tinha grande como o Corinthians, mas poderia ter sido qualquer outra equipe que poderíamos ter feito oito, nove. Jogamos muito bem – afirmou Nélio, que completa 45 anos na próxima terça-feira.

Nélio, a exemplo de Djalminha, tem seus preferidos e também apontou Lucas Paquetá e Felipe Vizeu como potenciais promessas.

– Vi alguns jogos, sim, e a equipe está jogando bem. Gosto muito do Vizeu, um centroavante de área e que tem presença. É alto, sabe cabecear. A gente espera que possam ganhar o título, porque o Flamengo tem só dois títulos e também pela nova filosofia de renovar jogadores. Gostei também do Paquetá, tem qualidade e é canhoto. Hoje é raro a gente ver um canhoto com dinâmica, não com habilidade. Temos o Ganso, mas é aquele jogo normal. Ele (Paquetá) parece que tem uma qualidade. Quem sabe se trabalhando ele não dá caldo? – finalizou.

Fonte: GE