O Flamengo conquistou seu terceiro título na Copinha na última segunda-feira, após derrotar o Corinthians nos pênaltis – empate por 2 a 2 no tempo normal. Mas existe o famoso lema que “mais importante do que ganhar competições na base é revelar”. O Rubro-Negro sabe bem disso: formou uma geração excelente em 1990, mas viu Djalminha, Paulo Nunes e Marcelinho Carioca brilharem com camisas de outros clubes.
Com o grupo do bicampeonato, conquistado em 2011, o panorama é diferente. Promessas eram muitas, mas nenhuma vingou e apenas o goleiro César está no elenco atual. Um dos motivos especulados para o fracasso na transição é a idade daquela equipe. A Copinha era disputada por equipes sub-18, com jogadores que estavam em primeiro ano de juniores, e o título antecipou a promoção de alguns valores.
Técnico tricampeão, Zé Ricardo atentou que a transição precisa ser feita com paciência. Segundo ele, o Flamengo já foi penalizado por queimar etapas na hora de subir atletas.
– A gente está apenas começando uma temporada. Logicamente que um título desse pode credenciar garotos ao time profissional, mas acredito que eles ainda têm etapas a cumprir. Essa transição é a mais complicada. Acho que o Flamengo já sofreu com isso (com uma transição feita equivocadamente), já aprendeu bastante com isso lá atrás e vai ter oportunidade para fazer isso no momento certo – disse, ainda na segunda-feira.
Confira abaixo o que aconteceu com campeões de 1990 e 2011:
1990
Goleiro
Adriano – goleiro titular do Flamengo na competição, ficou no clube até 1995, sempre como reserva. Na sequência da carreira, colecionou times de menor expressão e defendeu o Friburguense por muito tempo.
Defesa
Mário Carlos – Lateral-direito do time campeão, Mário fez nove jogos pelo time profissional em 1990, mas não se firmou. Vestiu as camisas de Fluminense-BA, Paysandu e CFZ, mas não vingou no futebol.
Tita – Mineiro de Belo Horizonte, Antônio Marcos dos Santos, o Tita, começou a carreira no Atlético, mas chegou ao Fla com 13 anos. Só fez um jogo profissionalmente e depois defendeu clubes como Madureira e Fluminense-BA.
Júnior Baiano – Autor do gol do título, precisou sair do Flamengo após ganhar Copa do Brasil, Carioca e Brasileiro. Fez sucesso por São Paulo, Palmeiras e Vasco. Voltou ao Fla duas vezes e recebeu carinho da torcida rubro-negra, mesmo após defender o rival.
Piá – Contestado pela torcida, o lateral-esquerdo ficou marcado por grandes atuações nas finais do Carioca de 1991, contra o Fluminense, e na conquista do título brasileiro, contra o Botafogo, em 1992. Depois que deixou o Flamengo, em 94, não conseguiu se firmar em clube nenhum, embora tenha defendido o Santos.
Meio-campo
Fabinho – Raçudo e, às vezes, violento, o volante, que também fazia a lateral direita, foi um dos mais longevos daquele grupo no Flamengo. Saiu somente em 1995 e conquistou o mesmo que Júnior Baiano e Piá. Foi ídolo no Cruzeiro, clube pelo qual ganhou a Libertadores, e ainda defendeu o Flu.
Marquinhos – Disputou apenas os dois primeiros jogos, pois logo foi convocado para a Seleção da categoria. Também ficou no Fla em 95 e obteve destaque em jogos contra o São Paulo na decisão da Supercopa de 1993. Foi envolvido em troca com o Palmeiras e, após deixar o Verdão, não se firmou nacionalmente.
Marcelinho Carioca – Também chamado para a Seleção, jogou somente quatro vezes. Conquistou o mesmo que os últimos citados, mas o ápice se deu no Corinthians, onde venceu tudo o que disputou, exceto a Libertadores. É um dos maiores ídolos do Alvinegro Paulista.
Djalminha – Craque daquela competição, com direito a cinco gols em goleada por 7 a 1 contra o Corinthians, o meia tinha tudo para construir carreira sólida no Flamengo, mas briga com Renato Gaúcho em um Fla-Flu de 1993 o fez deixar o clube. Também levou Copa do Brasil, Carioca e Brasileiro.
Luiz Antônio – Meia de técnica apurada, não conseguiu destaque no time profissional. Permaneceu na Gávea até 1994, quando foi para o Fluminense. Depois do Flu, só defendeu clubes de menor expressão.
Fábio Augusto – reserva, o volante nunca se firmou no time profissional do Flamengo. Passou por grandes como Botafogo, Corinthians e Atlético-MG, mas também não obteve destaque. Em 2002 passou novamente sem brilho pelo Rubro-Negro.
Nélio – Xodó da torcida, Nélio Marreco, como era conhecido, ficou na Gávea até 1995, quando foi emprestado ao Guarani, mas voltou no mesmo ano. Fez gol na final do Brasileiro de 92, mas uma contusão grave no joelho provocada por entrada de Odemílson, do Botafogo, tirou um pouco do brilho do jogador.
2011
César – Herói na decisão contra o Bahia com defesa providencial no fim do jogo, teve boas oportunidades em 2015, quando Paulo Victor se lesionou mais de uma vez. Aposta do clube, não se firmou nos 18 jogos realizados. É o único que segue no Flamengo.Defesa
Alex – Lateral-direito e irmão gêmeo de Anderson, da mesma posição mas que atua pelo outro lado, não fez nenhum jogo como profissional do Flamengo. Valorizado, foi negociado com o Vitesse, da Holanda. Três anos depois voltou ao Brasil, mas não fez sucesso por Botafogo e Tombense. Está no Tigres.
Digão – Reserva de Alex, também não teve continuidade no time profissional. Defendeu ainda América-RN e Volta Redonda-RJ.
Marllon -Titular pelo lado direito da zaga, teve oportunidades no profissional em 2012, mas não vingou. Rodou por Boavista, Rio Claro, Santa Cruz, Capivariano e Atlético-GO.
Frauches – Capitão do time e autor de um golaço na final, Frauches também teve chances em 2012, quando jogou 10 vezes. Depois disso, pouco atuou. Foi emprestado ao Macaé em 2015 e agora está cedido ao Boavista. O contrato com o Flamengo vence em abril e dificilmente será renovado.
Fernando Fernandes – Reserva daquela equipe, virou capitão da base posteriormente. Fez três jogos como profissional e hoje está na Portuguesa da Ilha do Governador. Também não deu frutos.
Anderson – De trajetória praticamente idêntica à do irmão gêmeo, separou-se de Alex quando foi para a Portuguesa-SP. Jogaram juntos por Fla, Vitesse-HOL e Botafogo.
Meio-campo
Vitor Hugo – Elogiado por Vanderlei Luxemburgo depois da conquista, o volante titular do bicampeonato da Copinha só jogou duas vezes pelo time profissional. Deixa o clube após empréstimos para Guarani-SC, Boavista, Alecrim-RN e Tigres.
Muralha – Volante técnico, de bom passe, foi promovido por Vanderlei Luxemburgo, treinador que lhe deu novas oportunidades em 2014. Não se firmou, todavia, e já foi emprestado três vezes: para Portuguesa-SP, Bragantino e Luverdense. Tem contrato com o Fla até dezembro de 2017.
Lorran – Bem na Copinha, o também volante já defendeu Grêmio Osasco-SP, Madureira, Grêmio Esportivo Anápolis-GO, Tupi-MG e Brasília-DF. Era promessa, mas não está nem mais vinculado ao clube.
Negueba – Autor do gol do título da Copinha 2011, em boa cobrança de pênalti, Negueba era tratado por Luxemburgo como o “Alegria nas Pernas”. Teve lampejos, mas nunca se destacou. Foi emprestado ao São Paulo e depois se transferiu para o Coritiba.
Ataque
Thomás – A exemplo de Muralha, subiu em 2011 e conseguiu certo destaque pela velocidade e bons cruzamentos. Pecava por não fazer gol. Em 2013, foi emprestado ao Siena-ITA e no ano seguinte à Ponte Preta. Com vínculo até dezembro com o Fla, estava no americano Seattle Sounders e acertou no início do ano com o Joinville.
Rafinha – Após um início impressionante em 2013, com brilho em um clássico com o Vasco, Rafinha chegou a ouvir “Rafinha é melhor que o Messi”. Caiu demais e passou por Bahia, Atlético-GO e Daejeon Citizen-COR. Atualmente está no Metropolitano-SC e tem contrato com o Flamengo até janeiro de 2018.
Lucas – Ele e Thomás formaram uma grande dupla de ataque na campanha do bicampeonato, mas, a exemplo do companheiro, jamais marcou um gol profissionalmente.
Fonte: GE
Não entendo como o Lorran não tenha vingado no Flamengo. Era exatamente o que o badalado Ronaldo é hoje, um volante de técnica apurada.
Coisas do futebol.
Quase nenhum teve uma chance real de se firmar no clube.
Não dá para entender como o Lorran não vingou no time.
É uma máfia muito grande!!
O Rafinha também é um caso a ser investigado.