CBF mantém posição e dá explicações para Flamengo e Bahia

Compartilhe com os amigos

A questão envolvendo o direito de um clube exercer o mando de campo e jogar onde lhe for mais conveniente de acordo com os seus interesses, bem como ter mais liberdade para ajustar as datas das suas partidas, continua gerando uma série de discussões. Na última sexta-feira, o presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, criticou a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) por ter vetado Brasília, local escolhido pela diretoria, como palco das partidas do Rubro-Negro durante o Campeonato Brasileiro enquanto o Maracanã estiver fechado por causa das Olimpíadas. Segundo o dirigente, tal decisão é resultado de pressão da Ferj. No mesmo dia, o presidente do Bahia, Marcelo Sant´Ana, usou uma rede social para mostrar o seu apoio ao clube carioca e discordar da posição da entidade máxima do futebol brasileiro por deixar o Bahia atuar duas vezes no próximo dia 9 de março – contra o Galícia, pelo estadual, às 21h45, na Fonte Nova, e contra o Juazeirense, pela Copa do Nordeste, no mesmo horário, em Juazeiro – em função do amistoso que o Tricolor baiano fará neste sábado, contra o Orlando City, na Flórida.

Ciente dos contratempos que teria ao longo de 2016 por conta da interdição do Maracanã, o Flamengo consultou a CBF ano passado para que fosse colocado numa condição excepcional e assim pudesse escolher outra praça para jogar. No entanto, a entidade se manifestou contrária ao pedido para não abrir precedente e dar privilégio ao Rubro-Negro. Em nota publicada no seu site oficial, a CBF esclarece que “em relação à possibilidade de se estabelecer sedes alternativas para a temporada 2016, em regra, o direito de escolha de estádios para exercer o mando de jogo deverá recair no limite territorial do estado em que a agremiação tem sede. Casos excepcionais devem contar com a aprovação de todos os envolvidos, aí incluídas as federações local e anfitriã e o clube visitante.”

Nesse caso, a intenção de o Rubro-Negro jogar em Brasília ou em qualquer outro estado fica prejudicada, pois é preciso pedir jogo a jogo, pagar 10% para a Ferj, além da taxa da federação local. O time visitante ainda terá que ser consultado, sendo que poderá cobrar também. Apesar da insatisfação por parte da diretoria do Flamengo, o secretário-geral da CBF, Walter Feldman, não concorda que a decisão tenha sido um veto. Segundo ele, a divergência ocorreu, pois na época em que o clube procurou a entidade, o período para discussão e apresentação de sugestões para o Regulamento Geral das Competições de 2016 já tinha terminado.

– A CBF não tem poder de veto. Muito se fala que a entidade vetou a Copa Sul-Minas-Rio, o que não é verdade. A princípio, ela simplesmente não aprovou por causa do conflito de datas. A CBF é uma instituição dos clubes e das federações. Sempre que um clube joga fora do seu estado tem que ter autorização da federação local, da federação onde a partida será realizada e do clube adversário. Isso é feito jogo a jogo. Como estamos num ano olímpico, o Flamengo achou que poderia ter direito a um estádio alternativo oficial. Quando o Flamengo consultou a CBF, no fim do ano passado, o período para discussão e apresentação de sugestões para o Regulamento Geral das Competições de 2016 já tinha terminado. Sendo assim, não podemos institucionalizar uma coisa que não está prevista nele. O Regulamento Geral das Competições é debatido de maneira aberta para que todas as partes interessadas possam dar sugestões, e todos os envolvidos sejam contemplados. O problema é que ano passado não houve a discussão dessa excepcionalidade antes da sua publicação.

Artigo 23 RGC (Foto: Editoria de arte)

No caso do Bahia, o diretor de competições da CBF, Manoel Flores, confirma que foi procurado no fim de janeiro pela Federação Baiana a pedido do presidente do clube, Marcelo Sant´Ana, para uma mudança na data do jogo contra o Juazeirense, programado para o dia 9 de março pela Copa do Nordeste, mesmo dia do confronto contra o Galícia pelo estadual, em função do amistoso contra o Orlando City. Apesar de compreender a situação do time baiano, Manoel explicou que não poderia fazer qualquer alteração, pois de acordo com o artigo 23 do Regulamento Geral das Competições “durante a realização das competições não será concedida licença aos clubes para possíveis excursões ou amistosos que venham a provocar modificações na tabela da competição.” Nesse caso, só a Federação Baiana, que é autônoma e é responsável pela organização do estadual, pode alterar a data do jogo.

– Não podemos mudar a data de qualquer campeonato organizado pela CBF em decorrência da realização de amistosos. Num passado recente, esse tipo de situação já causou uma série de problemas, como quantidade elevada de jogos e espaço inferior a 60 horas entre as partidas. Em 2013, alguns clubes foram excursionar na Europa e na volta reclamaram por terem que jogar terça, quinta e domingo. Por isso foi criado o Artigo 23 no Regulamento Geral das Competições. Além disso, o período da pré-temporada foi esticado justamente para a realização desses amistosos.

Manoel Flores lembra ainda que ao formalizar por escrito o pedido de adiamento da partida contra o Galícia na Federação Baiana – inicialmente o confronto estava marcado para esse fim de semana – o Bahia estava ciente do risco de o jogo ser remarcado para uma data em que já houvesse outro partida. Mesmo assim, o clube garantiu reunir condições de disputar dois jogos de competições diferentes na mesma data, pois possui mais de 40 atletas com idade superior a 18 anos e os mesmos têm contrato como atletas profissionais, podendo atuar em curto espaço de tempo para conciliar as adequações necessárias da tabela, conforme revela ofício publicado pela Federação Baiana.

Nota Federação Baiana (Foto: Editoria de arte)

Walter Feldman, por sua vez, lembra que a Diretoria de Competições é muito consciente e com uma larga experiência acumulada. É um setor da CBF que se baseia no Regulamento Geral de Competições da entidade, que é o sistema de organização jurídica do futebol brasileiro. Apesar de ser muito complexo, a Diretoria de Competições costuma ser muito rigorosa na sua aplicação para que a gestão do futebol brasileiro ocorra sem desvios da normalidade. Ele lembra que o mesmo conflito de datas do Bahia vai acontecer com o Flamengo também no dia 9 de março, quando estão marcadas partidas válidas pelo estadual e pela Primeira Liga. No entanto, como a Copa Sul-Minas-Rio tem caráter amistoso, encontrar uma solução é teoricamente mais fácil. Para isso, Feldman acredita na força do diálogo.

– Como os jogos da Primeira Liga têm caráter amistoso, eles terão que encontrar uma nova data para o jogo do Flamengo marcado para o dia 9 de março. Devemos sempre evitar o conflito. O diálogo é a melhor alternativa. A situação da Copa Sul-Minas-Rio foi acertada entre o próprio presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, e o presidente da Ferj, Rubens Lopes, aqui na CBF. Os dois vieram, apertaram as mãos e resolveram a questão no diálogo. Sendo assim, temos que insistir no diálogo para que qualquer questão envolvendo o mando de campo dos clubes cariocas durante as Olimpíadas possa ser resolvida sem nenhum tipo de conflito

Fonte: GE

Compartilhe com os amigos

Veja também

  • Foda-se. O Fla pediu por isso, ou achou que a cbf iria facilitar? Que sirva de lição..

  • A torcida do Fla deveria tomar alguma iniciativa. Protestar em frente à sede da CBF e FFERJ, entrar com alguma ação no MP, STJD, fazer alguma campanha, alguma pressão para chamar atenção da opinião pública sobre o absurdo que esses canalhas destas instituições, que são um câncer ao futebol brasleiro estão fazendo. Chega de ficar só reclamando nas redes socias. Vamos nos unir e mostrar a força da Nação Rubro-Negra.

Comentários não são permitidos.