Entre o céu e o inferno, ganhar Fla x Flu continua sendo normal

Quando algo que um dia foi normal se torna diferente, certamente existe alguma coisa errada. Não me refiro às mudanças relacionadas à passagem do tempo, mas sim às mudanças ligadas à essência. Existem coisas que, hoje, parecem anormais para o Flamengo. Pois, se tenho algum adjetivo definido para dar ao início de ano de 2016, este é diferente.

Comecemos pelos gringos que vestiram a camisa rubro-negra nos últimos anos. Sem listar nomes. Nenhum que for citado terá feito algo de relevante para alcançar algum status no clube. Nada perto do que, em tempos passados, fizeram Doval e Petkovic, por exemplo. Digo isto sem julgar talento ou fazer comparações de épocas, mas, sim, observando a entrega e a vontade de buscar a vitória. Recentemente, venho vendo um peruano que está calando as críticas e mostrando a que veio, e um argentino que tem a visão de um verdadeiro camisa 10, sem sequer ser um, além de não desperdiçar uma oportunidade de provocar os rivais, de forma discreta. Hoje, vi ainda um colombiano brigar por cada bola. A ponto de causar confusão após uma entrada, e não fugir da briga. Acabou por ser expulso, injustamente. E foi para arquibancada. Não para o vestiário. Inconformado. Sem nem mesmo tirar o uniforme de jogo. “Meninos, eu vi”.

A diferença continua no comprometimento com o trabalho. Para um time que, em dois meses, jogou em quase dez estádios diferentes, ganhar folga na segunda-feira deveria ser algo normal. Para o Flamengo da primeira metade dos anos 2010, também. Não para o de 2016, que freta voo para voltar pra casa no mesmo dia, e já treina no dia seguinte a um clássico duro, em que venceu por 2 x 1, longe do Rio de Janeiro. “Meninos, eu vi”.

Algo que não muda é o velho método de céu e inferno que existe desde os tempos em que a ‘Pherusa’ ia ao mar. Bastavam remadas fortes numa regata qualquer de um domingo de manhã, para que o favoritismo na temporada oficial fosse criado. Porém, se na mesma regata as remadas fossem um pouco mais fracas do que as esperadas, não tinha planejamento que desmentisse a crise anunciada na praia do Flamengo. Não, meninos. Eu não vi. Como não precisei ver a cobrança de Petkovic dentro do gol para saber que ela entraria naquele início de 2001, quando o clima era de desconfiança cedo demais para descartar o tricampeonato carioca, da mesma forma que o oba-oba pós-tri aconteceu cedo demais para prever o 24ª lugar num brasileiro em que o 25º colocado foi rebaixado. Existem coisas que se sustentam simplesmente por serem Flamengo. Como a falta do meio termo e a certeza de que o rebaixamento nunca acontecerá.

É cedo demais para fazer qualquer previsão pra um ano que, repito, ainda tem apenas dois meses. Não que elas já não existam em quantidade, desde as mais negativas, após mais um tropeço contra o Vasco, até as mais positivos, como a de um possível hepta campeonato, após uma boa vitória qualquer. O fato é que não dá para levar totalmente a sério um campeonato em que o atual campeão foi rebaixado no nacional. Contudo, há jogos e JOGOS. Clássicos, que sempre serão clássicos, independente das circunstâncias em que aconteçam. O Carioca dos dias atuais vale muito menos do que alguns acham que vale, mas bem mais do que o “quase nada” que parece valer.

As conclusões serão tiradas pelos otimistas e pelos pessimistas, os mesmos que mantêm viva a tradição do céu e do inferno rubro-negro. Neste emaranhado de diferenças e semelhanças, ambos devem concordar que uma coisa não mudou: ganhar Fla x Flu continua sendo normal. Pra nós.

Saudações Rubro-Negras.

Fonte: iFlamengo News

Coluna do Flamengo

Ver comentários

  • o CUELLAR, mostrou que a torcida do FLAMENGO não estava errada. Tinhamos um jogador esforçado e comprometido 'MÁRCIO ARAUJO'. Mais fazia o feijão com arroz, tocava para trás ou para o lado. Não criava nada, não driblava, não abria espaço, não chamava a responsabilidade de receber a bola dos zagueiros.
    POR ISSO TÍNHAMOS ESSA DIFICULDADE DE SAIR JOGANDO POR MUITOS ANOS.
    O zagueiro tocava a bola pra ele, e ele sem habilidade e limitação técnica, não conseguia driblar o adversário, ou olhar o jogo na frente e tocar a bola para um companheiro melhor posicionado com medo de errar, decidia por devolver a bola para o zagueiro ou para o lateral.
    CONCLUSÃO: A BOLA VOLTAVA PARA O ZAGUEIRO OU PARA O GOLEIRO, E ELES DAVAM O FAMOSO CHUTÃO.

    BIENVENIDO CUELLA!!!!!!!!!!!

    HASTA LA VISTA MARCIO ARAUJO!!!!!!!!!

  • As estatísticas do márcio araújo são impressionantes: erra muito pouco passe!!!!

    CLARO: SÓ TOCO PRA TRÁS OU PARA O LADO!!!!!!

    Só faltará o Wallace depois...... Vai ser bom vê o a dupla JUAN E CESAR, ele merece uma chance jogou muito bem o clássico.

    e na frente o EDERSON.... Sou um entusiasta com seu futebol, espero que consiga se recuperar 100%.
    Caso consiga, o FLAMENGO vai ganhar muito. Tanto em criação, ele dividindo a responsabilidade na criação, com MANCUELLO, quanto na finalização ao GOL.
    PQ nem Sheik muito menos CIRINO, tem sede de GOL.

  • Gostei muito desse garoto, vai nos ajudar muito, marcio araujo fica no chinelo dele rsrs

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