Usarei aquela frase irritante sobre os “7×1” para o clássico deste domingo. Não porque tenha acontecido um baile ou qualquer coisa do tipo, mas porque a soma dos méritos pela vitória e do quanto o Flu mereceu perder me fazem chegar a essa conclusão.
Se havia uma coisa que deixaria o jogo do jeito que o Flamengo queria era sair na frente. Seu esquema é formado para tiros rápidos e não pra chegar em bloco tabelando. O adversário tendo que se adiantar é o paraíso pro time do Muricy. E foi.
O primeiro tempo não terminou com o jogo resolvido porque o Flamengo não conseguia fazer o último passe sem transforma-lo numa tentativa apressada de encontrar o finalizador. Fosse mais calmo, trabalhasse a bola melhor, resolveria ali mesmo.
O inexistente Fluminense dos primeiros 45 minutos voltou cheio de idéias. Mas, de novo, um gol fez tudo ir pelos ares. O Flamengo então recuou, sentou no resultado e não abriu mão dos 3 homens de frente.
Você pode – e deve – se perguntar porque saiu Mancuello e não Emerson. Mas na cabeça do Muricy o fato de ter 3 jogadores na frente, sendo 2 abertos, é uma forma dos laterais do Flu apoiarem menos e portanto cruzarem menos bolas pro Fred.
O jogo estava nas mãos, e o Mancuello era uma arma para criar e fazer mais gols. Não era prioridade.
O Fluminense pesado, parado, previsível e sem nenhuma inspiração assistiu a derrota como poucas vezes num Fla-Flu. Até que Scarpa achou um gol de falta e deu ao final do jogo uma dramatização que não cabia.
Foi pouco.
O Flamengo até jogou para ganhar por 2×1. Mas o Fluminense, pra perder de bem mais do que isso.
Fonte: Rica Perrone