Nos bastidores, o ambiente de conflito constante e praticamente sem diálogo do Flamengo com a Federação de Futebol do Rio parece, a cada dia, mais perto do fim. Na sexta-feira da semana passada, um almoço em Copacabana reuniu o vice-presidente de futebol, Flavio Godinho, e o presidente da Ferj, Rubens Lopes. Na mesa, a retomada do diálogo e a busca por soluções consensuais que não prejudiquem o Flamengo no Brasileiro, com a anuência da Ferj. Se antes o presidente rubro-negro não admitia qualquer tentativa de aproximação – como o seu vice geral Maurício Gomes de Matos tentou –, agora Eduardo Bandeira de Mello não se opôs ao contato de Godinho com Rubinho.
O Flamengo trabalha para evitar perda de receita nos jogos no Brasileiro – a diretoria estimou prejuízo financeiro da ordem de R$ 6 milhões. A ideia do Rubro-Negro era apontar, em definitivo, Brasília como sede do Flamengo – com Volta Redonda como estádio alternativo. Houve consulta à CBF, que, após primeiros contatos positivos, de acordo com a versão rubro-negra, voltou atrás e disse que não podia autorizar a transferência para o Distrito Federal. A decisão da CBF revoltou o Fla, que acusou pressão da Ferj na mudança da CBF.
Godinho confirmou o encontro com o presidente da Ferj e disse que as tratativas para a melhor solução estão em pauta. Rubinho vai viajar para a Itália nos próximos dias para participar de congresso de direito esportivo em Roma. Em seu lugar, assumiu Izamilton Gois, que é conselheiro do Flamengo, oposição à Bandeira de Mello, que, no entanto, admitiu ser melhor discutir com um rubro-negro. Na realidade, longe das palavras em entrevistas, as últimas do tabuleiro indicam que a bandeira branca foi levantada entre Ferj e o clube da Gávea.
– Conheci o Rubinho quando fui vice de relações externas, no início do 1º mandato do Eduardo Bandeira de Mello. Como o Rio só tem três estádios (Volta Redonda, Macaé e São Januário), compete aos protagonistas do futebol carioca encontrar a melhor equação para combinar Brasília e Volta Redonda como estádios “oficiais” do Flamengo no Brasileirão. Tudo de forma a minimizar os prejuízos esportivos (que tanto Muricy apregoa) e financeiros causados pela indisponibilidade do Maracanã e Engenhão, provavelmente até outubro próximo. Confiamos que o bom senso prevalecerá e que encontraremos uma solução de consenso, que aproveitará não só ao Flamengo, como aos demais clubes do Rio de Janeiro – disse Godinho, que puxou as rédeas do diálogo e vai retomar as conversas com Rubinho no retorno do presidente da Ferj.
Costura antes das olimpíadas
A Ferj sinaliza que os tempos de troca de farpas, de notas oficiais e decisões contestadas pelo Flamengo estão ficando para trás. Rubinho marcou o clássico Flamengo x Vasco para Brasília, como queria o Rubro-Negro, e deve sinalizar positivamente nesta sexta-feira pela transferência do Fla-Flu de Volta Redonda para São Paulo. Inicialmente, o Fla não queria repassar a taxa normativa de jogo para a federação carioca, mas apenas para a de Brasília.
Sem paralisação do Brasileiro para a disputa dos jogos olímpicos do Rio, o Rubro-Negro poderia ficar sem o Mané Garrincha por dois meses – entre a 13ª e a 21ª rodada do campeonato. A diretoria do Flamengo, porém, costura outra alternativa para conseguir utilizar o estádio na capital federal. O bom relacionamento com o governo local e uma consulta ao Comitê Organizador dos jogos podem mudar a situação. A diretoria do Fla negocia para jogar pelo menos até o fim de julho no estádio da capital federal. O Mané Garrincha é um dos palcos do torneio de futebol e vai receber seis jogos nas Olimpíadas – de 4 a 13 de agosto.
Fla obtém aval de clubes, e CBF vê caminho aberto
O Flamengo também avançou na relação com as outras partes interessadas no assunto. Eduardo Bandeira de Mello aproveitou a presença de representantes dos outros 19 clubes da Série A em Conselho Técnico da competição, na tarde desta quinta, na sede da CBF, e os comunicou sobre a intenção de usar Brasília como sede no torneio. A resposta foi positiva.
– Todos os clubes concordaram, não houve nenhuma objeção. A gente já esperava que não houvesse problema. É bom para todo mundo, é bom para nós, para o clube visitante, para Brasília, para a nossa torcida, para a torcida do clube visitante. Todos podem se planejar, comprar ingressos, até marcar viagens com calma. Nós podemos fazer promoções, acertar todos os detalhes dos camarotes, ingressos para sócios. É o caminho – declarou o presidente rubro-negro.
Walter Feldman, secretário-geral da CBF, viu a boa resposta dos clubes como um avanço para o desejo do Flamengo. Segundo ele, faltam as outras etapas do processo – aprovação das federações envolvidas. Com a conversa adiantada com a Ferj, o caminho está aberto para o clube rubro-negro confirmar a capital federal como sua principal sede no Brasileirão.
– Não é uma reivindicação do Flamengo, é dos clubes cariocas. Não o uso de Brasília, mas de outros locais para jogar. Botafogo e Fluminense também pedem alternativas para poder se planejar. O regulamento é claro, tem que ouvir os clubes visitantes, a federação local e a do local onde irá mandar o jogo. Hoje houve essa consulta em bloco. O Flamengo colocou em pauta, e os clubes aceitaram. Uma etapa foi cumprida. Agora tem que ouvir as federações, a Ferj e de Brasília. Já falei com o Rubinho (Rubens Lopes), e no que for necessário, ele toca. Foi tudo muito tranquilo – declarou Feldman.
Fonte: GE
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Nada que uma pressão não resolva, se o Flamengo tivesse abaixado a cabeça não conseguiria peitar essa corja de federação.
Depois de receber telefonema do ministro do esporte também.
EDUARDO BANDEIRA DE MITO. Fala pouco e faz muito. E quando fala não precisa gritar. Como dizem, cão que ladra não morde (Rubinho, Eumico e cia)
No dia que a CBF não autorizou o Flamengo a mandar os jogos em Brasília, eu disse aqui que era só o Flamengo conseguir autorização dos cluber e federações que o problema estava resolvido... e é isso que acontecerá. Flamengo esse ano voltará a ter melhor média de público no ano. SRN