Do céu ao inferno em apenas sete minutos. Esse foi o triste desfecho do Flamengo no Final Four da Liga das Américas, disputado no fim de semana passado, em Barquisimeto, na Venezuela. Mas pior do que aceitar a derrota, de virada, por 83 a 81, para o Bauru, depois de estar vencendo por 17 pontos a sete minutos do estouro do cronômetro, será juntar os cacos e achar uma explicação para o apagão que custou aos campeões de 2014 a chance de brigar pelo bicampeonato da competição. Na decisão, os donos da casa do Guaros de Lara superaram o desfalcado time paulista e levantaram a taça diante de 10 mil torcedores que lotaram o ginásio Domo Bolivariano.
Sem tirar os méritos da guerreira equipe de Bauru, que jogou sem Hettesheimeir e Paulinho Boracini e ainda perdeu Alex e Ricardo Fischer a dois minutos do fim do jogo, foram muitas as razões que levaram o time rubro-negro a “entregar” de bandeja um jogo que parecia ganho. Pelo menos é o que pensa José Neto. De cabeça fria após uma verdadeira maratona para voltar ao Rio de Janeiro, o comandante do Flamengo aponta os cinco minutos finais como cruciais para a derrota na Venezuela.
– É inegável que foi um resultado aquém das expectativas que tínhamos para a competição. No primeiro jogo do Final Four jogamos 35 minutos de um basquete digno de nos dar o bicampeonato, mas um somatório de erros nos últimos 5 minutos nos tirou essa possibilidade. Erros inexplicáveis e sem justificativas para a qualidades da nossa equipe – afirmou Neto, que lamentou o fraco desempenho do time nos lances livres.
– Se olharmos as estatísticas veremos que fomos superiores em todos os quesitos, com exceção dos lances livres. Em um jogo que perdemos por dois pontos, é lógico que isso também pesou.
Jogador mais experiente do elenco rubro-negro, o capitão Marcelinho Machado sabe que é hora de ter a cabeça no lugar. Principalmente pela maneira com que o time deixou a classificação para a final escapar. De acordo com o camisa 4 da Gávea, em vez de ficar lamentando o título perdido, os rubro-negros precisam virar a chave o mais rapidamente possível e focar na única competição que resta ao Flamengo em 2016.
– Da mesma forma que se nós tivéssemos ganho a Liga das Américas teríamos que saber virar a chave para continuar brigando pelo título do NBB, competição que ainda somos os líderes, temos que saber reverter esse resultado negativo. Sabíamos que isso poderia acontecer, mas da forma como foi o time sentiu muito. Estávamos vencendo por 17 pontos a sete minutos do fim do jogo. Temos que tirar nossas lições para que isso não se repita, não podemos perder uma vantagem tão rapidamente assim – alertou o ala rubro-negro.
Jogador mais valioso das finais da Liga das Américas em 2014, quando o Flamengo derrotou o Pinheiros no Maracanãzinho e conquistou seu primeiro título da competição, Marcelinho voltou a 2015 para citar outra derrota marcante que já cicatrizada pode ser útil para o restante dessa temporada.
– Temos que ter a mesma mentalidade do ano passado de virar a chave rapidamente depois da derrota para o Pioneros e focar apenas no NBB, competição que temos total condição de vencer. Queremos terminar em primeiro para jogar o maior número de partidas em casa, pois sabemos que nosso torcedor é um diferencial – disse o camisa 4.
Neto não chegou a citar a derrota para o time mexicano pelas semifinais da Liga das Américas do ano passado, mas concorda com seu capitão e acredita no grupo que tem nas mãos.
– Temos um time de jogadores experientes e de caráter que sabem muito bem o propósito e a importância de vencer uma competição. Sei que eles sentiram muito o que passamos neste último fim de semana, quando não atingimos nosso objetivo de conquistar a Liga das Américas. Isso me faz ter a confiança de que podemos brigar pelo título do NBB, independentemente de tudo que passamos – aposta o técnico tricampeão brasileiro.
Fonte: GE