Terminada a semana de treinos do Flamengo, em que os jogadores foram submetidos a trabalhos físicos, técnicos e táticos, o técnico Muricy Ramalho ratificou nesta sexta-feira a troca do 4-3-3 pelo 4-2-2. Justificou a opção por enxergar que os adversários já têm a fórmula para neutralizar as jogadas ofensivas de sua equipe. Assim, o esquema a ser utilizado neste sábado, contra o Boavista, às 16h, em Volta Redonda, é o mesmo do empate por 2 a 2 com o Botafogo, na rodada passada. A diferença é na escalação: sai Ederson, entra Mancuello.
– Porque percebemos que estávamos jogando de uma maneira difícil de jogar, porque o adversário já estava identificando a nossa maneira de jogar. Aquela maneira (4-3-3) já está boa e agora temos que ter outra variação. Temos dois jogadores no meio-de-campo, que são o Patrick e o Mancuello, que sabem jogar – disse o treinador.
E quais seriam as diferenças entre os dois meias que tentarão municiar Marcelo Cirino e Guerrero. Ao dissociá-los, Muricy elogiou a qualidade de Alan Patrick e a volúpia de Mancuello.
– Patrick é o mais técnico de todos eles, Mancuello um pouco mais agressivo, mas é um cara que faz a leitura dentro de campo, lidera o time, se posiciona. Os dois têm a bola parada muito boa, então a gente tem um pouco de variação. Esses dois se movimentam muito bem.
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Quanto tempo Mancuello pode suportar?
Difícil responder isso, treinamento é diferente. Ele vem treinando muito forte a parte física há muito tempo. Ele tem uma facilidade porque é muito leve, não carrega peso, mas vamos respeitar muito o limite do jogador, assim como fizemos com o Ederson. Se a gente exagerar, podemos ter uma lesão séria. Vamos conversar, e ele vai até onde puder aguentar.
Qual a importância de ter uma semana sem jogos?
Foi boa, a gente pôde treinar fisicamente e a parte muscular também. Depois veio a parte técnica, com fundamentos e conclusões. E por último a parte tática. Todos os jogadores foram muito bem, e esperamos levar isso para o campo.
No que consistiu o trabalho tático desta sexta?
Sempre faço trabalho de posicionamento. Você tem que criar jogadas, aproximação, compactação, esse tipo de coisa que o futebol exige e que tem que treinar. Os jogadores foram bem e estamos prontos para o jogo.
Esse jogo é decisivo. O que fazer nesse tipo de partida?
É decisão, em decisão tem que fazer sempre um pouco mais que os outros, e estamos prontos.
Você já disse não à Seleção, e o Tite agora fez o mesmo? É complicado dizer não ao Brasil, certo?
Eu não sei como foi o não dele, o meu foi extraoficial. Conheci o Tite há algum tempo, fizemos um comercial e ficamos juntos quase o dia todo. Ele pensa parecido comigo no sentido de respeitar as coisas. Acho que é o caráter das pessoas. Tem todo direito de fazer isso, claro que a Seleção é muito importante, mas a pessoa tem seus princípios.
Entrada de volantes e meias na área
Se você fica fixo, é mais fácil para marcar. Hoje é muito importante que meias e volantes penetrem. Só estou respeitando as características dos meus jogadores, porque é isso que o técnico tem que fazer. Não tem que vir com esquema pronto. Tem que ter movimentação e penetração.
Insistência no sentido de os meias finalizarem e aparecerem na frente
Além de fazer jogadas pro centroavante, tem que entrar na área. Os meias e os volantes têm que chegar na área. Quando você vem de trás, é difícil marcar. Vai ter um bom passe para o Guerrero e para o Cirino, que é um atacante rápido
Fonte: GE