Enquanto até o ídolo Zico criticava a entrada em campo dos atletas do Flamengo contra o Vasco, deixando mascotes para trás para fincar uma bandeira no gramado, o clube se movimentou nos bastidores para se redimir com as crianças.
Após defender a ação através de seus dirigentes, entre eles o presidente Eduardo Bandeira de Mello, o clube procurou os pais das crianças para se desculpar e disse que ouviu da maioria que não houve reclamações.
Dalva Pereira publicou uma foto do seu neto, Gabriel, sorridente e mostrando a pulseirinha de mascote do clube. Ele foi uma das crianças selecionadas para entrar em campo com a equipe.
Pelo Facebook, Dalva contou que o menino foi bem recebido e tratado pelos jogadorese que seu neto saiu feliz depois do jogo, apesar da derrota para o Vasco, e que “ele não está traumatizado”.
“Não posso falar por outras crianças que foram mascote no jogo do Flamengo, aqui em Manaus. Posso falar pelo que eu vi e pelo o que meu neto viveu e sentiu no dia de ontem (domingo). Tão encantado ele estava com tudo, com a grande nação presente ao estádio, com a felicidade de estar ali, de estar tão o próximo dos nossos jogadores, da emoção quando recebeu um afago em seu cabelo do seu ídolo, o Guerrero, do carinho demonstrado pelo Gabriel, enquanto meu neto esteve perto dele. E, segundo ele disse, todos os jogadores foram atenciosos com as crianças antes de entrarem correndo. Deram autógrafos, cumprimento de bate mão com mão, e tudo o mais. Foram momentos únicos, emocionantes que ele guardará para sempre em seu coração. Tão feliz ele ficou, tão orgulhoso em ser mascote do Mengão, que ele não queria nem tirar a pulseirinha. Ele não queria em dormir, não queria esquecer tudo o que ele tinha vivido. Foi lindo, foi emocionante, foi inesquecível é para mim, isso que importa, ele amou tudo! Quero agradecer ao @nacaocrf por nos proporcionar este momento! Ele não está traumatizado”, escreveu Dalva.
O zagueiro Juan, que não entrou em campo, mas foi a Manaus, comentou o episódio e disse que será um prazer voltar à cidade e reencontrar com as crianças.
—Vi declarações de pais de crianças que elas gostaram, não foi uma tentativa de desrespeitar o Vasco, foi para a nossa torcida. Não se pensou em maltratar crianças, tirar o sonho delas. Já entrei em campo também — afirmou o zagueiro, completando:.
— Quando perde fica difícil explicar, tudo parece errado. Se ganha a iniciativa seria marco na história do clube.
Zico chegou a autografar uma bandeira do clube para os atletas entrarem em campo em outros jogos, reprovou a enterrada do objeto no gramado contra o Vasco e também foi contra deixar as crianças na entrada do túnel esperando.
— Achei um grande desrespeito a tudo que cerca uma partida de futebol. A gente sabe que tem as crianças rubro-negras que querem ter essa oportunidade, e deixar elas plantadas ali esperando, não levá-las para dentro do campo, acho que já é um desrespeito — opinou o Galinho ao canal Esporte Interativo.
Zico considerou a ideia equivocada também em relação ao adversário, ao árbitro, e ao público do estádio.
— É um protocolo que todo mundo tem que seguir — argumentou. Segundo o ídolo, recentemente funcionários do marketing lhe pediram o autógrafo em uma bandeira e ele gravou um vídeo apra os jogadores. Mas não esperava que a atitude se desdobrasse em uma entrada do gênero.
—Até fiz um vídeo para os jogadores falando do jogo, desejando sorte, agora entrar e fincar uma bandeira no campo é coisa de luta, de guerra, não pegou bem.
Fonte: Extra