Fora de casa, time carioca abre grande diferença no primeiro quarto, segura a pressão paulista no segundo tempo e vence por 88 a 79. Os dois jogos seguintes serão no Rio
Com o Flamengo sem jogar desde o dia 29 de março, a única preocupação do técnico José Neto era com a falta de ritmo. Porém, mal a bola subiu no ginásio Felipe Karam para o primeiro jogo das quartas de final do NBB, nesta segunda-feira, contra Rio Claro, deu para perceber que os 20 dias sem entrar em quadra oficialmente não seriam problema para os rubro-negros. Com um aproveitamento de quase 70% nos arremessos de quadra, os visitantes passearam nos 10 minutos iniciais, abriram 17 pontos por duas vezes, seguraram a pressão dos donos da casa no terceiro período e nos dois minutos finais e venceram por 88 a 79 (43 a 32). Se vencer os próximos dois jogos no ginásio do Tijuca Tênis Clube, quinta-feira, às 18h, e sábado, às 14h10, os atuais tricampeões garantem vaga nas semifinais. Rio Claro precisa vencer pelo menos um dos dois confrontos no Rio para a levar a série melhor de cinco de volta para São Paulo.
– Sabíamos que jogar aqui seria difícil, pois eles fizeram uma série muito equilibrada com Franca, mas sabíamos da nossa qualidade. Fizemos uma defesa muito forte e conseguimos fazer nosso jogo de transição. Nosso ataque podia ter sido um pouco melhor, mas é normal pelo fato de estarmos 20 dias sem jogar. O mais importante foi que conseguimos uma vitória importante fora de casa no primeiro jogo da série. Agora é ter tranquilidade para vencer os próximos dois jogos e fechar no Rio de Janeiro – disse o ala Marquinhos, cestinha do Flamengo com 20 pontos.
Além do camisa 11, que ainda anotou seis rebotes, três assistências e três roubadas de bola, Rafa Luz, com 16 pontos, três rebotes e três assistências, e Jerome Meyinsse, com outros 13 pontos, também se destacaram. Marcelinho fez 10, Olivinha, oito, e Rafael Mineiro, sete. Pelo lado do Rio Claro, o grande destaque foi Tatu. Apesar da derrota, o armador foi o cestinha da partida com 23 pontos. Dedé, com 17, e Teichmann, com 12, também tiveram boas atuações.
O JOGO
O Flamengo não tomou conhecimento do mando de quadra de Rio Claro e sobrou no primeiro quarto. Depois de tirar o zero do placar, Rafa Luz comandou o passeio carioca. Cem por cento no período, o armador fez de tudo um pouco. Além de dar duas assistências e acertar os quatro arremessos que tentou, o camisa 5 teve uma leitura perfeita da defesa adversária e abusou do jogo interno. Quando não era com Meyinsse, que contribuiu com nove pontos, mas deixou a quadra com duas faltas, era com Olivinha, que também acertou tudo que tentou e fez seis pontos. Irritado, Dedé Barbosa tentou de tudo: parou o jogo, mexeu na equipe, mas nada adiantou, e a diferença só não terminou em 17 pontos porque Gui Deodato acertou uma bola de três nos segundos finais.
Se o cenário era ruim para os donos da casa, as recentes estatísticas apontavam que a coisa poderia piorar no segundo quarto. Afinal, é justamente quando José Neto começa a rodar seu time que os adversários sentem o peso de um elenco mais qualificado. Mas desta vez não foi isso que aconteceu. O banco que fez a diferença foi o de Rio Claro. Em um começo arrasador, o time paulista fez 16 a 4 embalado por duas bolas de três de Pastor e diminuiu o prejuízo para apenas dois pontos. Quem parou o jogo desta vez foi o treinador rubro-negro, que voltou com Rafa Luz e Marquinhos. As trocas deram certo, recolocaram o Flamengo nos trilhos, e o jogo voltou a ficar equilibrado. Aos poucos, o time carioca comandava as ações com o jogo de transição e, com uma bola de três de Marquinhos quase no estouro do cronômetro, foi para o intervalo vencendo por 11.
Da mesma forma que terminou o primeiro tempo, Marquinhos começou o segundo. Com uma bola de três, o camisa 11 ampliou a vantagem rubro-negra para 14. Mas ao contrário do quarto inicial, os donos da casa não deixaram os tricampeões se empolgarem. Com uma marcação agressiva, que passou a forçar os erros do Flamengo, Rio Claro cortou a diferença para apenas quatro pontos numa bola de três de Dedé. O ginásio pegou fogo, e Neto mexeu em dose dupla. Entraram Ronald Ramon e Rafael Mineiro nos lugares de Rafa Luz e Meyinsse. Quando o momento era todo da equipe paulista, uma ponte aérea de Olivinha para Marquinhos seguido de uma bola de três de Mineiro jogaram um balde de água fria na reação de Rio Claro e calaram o ginásio Felipe Karam. Ao término do quarto, o Flamengo saiu no lucro e foi para os 10 minutos finais com uma vantagem de sete pontos.
Com uma formação completamente diferente da que começou o jogo, o Flamengo voltou para o último período disposto a liquidar a fatura rapidamente. Com uma bola de Robinson e uma de três de Marquinhos, os rubro-negros fizeram 5 a 0, abriram 12 pontos e obrigaram Dedé a parar o jogo. Tatu diminuiu para Rio Claro, mas com outros sete pontos seguidos, os cariocas abriram 17 pontos a pouco mais de quatro minutos para o fim e fizeram Dedé gastar seu último pedido de tempo.
Ciente de que seria muito duro tirar a bela vantagem do Fla na reta final da partida, o Rio Claro passou a jogar mais solto. Isso acabou sendo bom para o time da casa, que, em pouco mais de um minuto, diminuiu a vantagem carioca em seis pontos (81 a 68). O despertar do rival fez o Flamengo apertar o ritmo e forçar o jogo em cima de Marcelinho, que cadenciou o jogo e pontuou na hora certa, freando a equipe do interior paulista. Acabaram sendo do veterano os dois últimos pontos do embate: 88 a 79 para os rubro-negros e 1 a 0 na série de quartas de final.
RIO CLARO: Tatu (23), Dedé (17), Gui Deodato (7), Guilherme Teichmann (12) e Atílio 95). Entraram: Pastor (8), Vinícius (2), Bruno Fiorotto (5), Léo (0) e Nicolas (0). Técnico: Dedé Barbosa
FLAMENGO: Rafa Luz (16), Marquinhos, Jason Robinson (3), Olivinha (8) e Jerome Meyinsse (13). Entraram: Gegê (0), Rafael Mineiro (7), JP Batista (6), Ronal Ramon (5), Marcelinho (10) e Mingau (0). Técnico: Entraram: José Neto
Fonte: GE