Imperador joga os 90 minutos e projeta alcançar 100% da forma física no meio do ano
A aposta não é no presente. É no futuro. No seu retorno aos gramados após mais de 1 ano e 8 meses, o atacante Adriano abriu mão do luxo que todo Imperador merece. Na estreia pelo seu novo clube, o Miami United, a derrota em casa pelo placar de 5 a 0 para o Miami Fusion não dá a exata dimensão da nova realidade do jogador. As falhas dentro de campo se tornam reflexo da frágil estrutura fora dele. Mas, apesar do resultado, Adriano parece ter a real noção do desafio que escolheu.
– Voltei dez anos para que no futuro dê certo. É um novo aprendizado. Uma experiência diferente, mas que não significa que seja ruim. Pelo contrário. Estou feliz. Triste pelo resultado de estreia, mas feliz pelo retorno. Este é apenas o primeiro jogo. Temos todo o campeonato pela frente. Essa é a vida do Adriano, aprender a cair para se levantar – disse o Imperador, em terceira pessoa.
Na medida em que o adversário se mostrava cada vez mais superior, as falhas fora de campo também começavam a aparecer. O novo uniforme para a temporada não chegou a tempo. O time teve que jogar com o uniforme antigo. A baixa procura por ingressos também forçou o clube a abrir o acesso. Segundo a polícia local, cerca de mil pessoas acompanharam, mas sem controle de bilheteria. E na parte administrativa, o pior: na véspera do jogo, a notícia de que três reforços brasileiros não poderiam jogar por não terem sidos inscritos a tempo. O zagueiro Rodrigo Alvim, o lateral Diego Lima e o meia Camacho.
– Essa notícia na véspera abalou um pouco. Não que seja desculpa, mas não contamos com o time titular. Isso atrapalhou um pouco – destacou o atacante, que jogou os 90 minutos – Não estou 100%. Ainda faltam uns 40% para chegar lá. Acredito que no meio do ano (fique 100%).
Até as cheerleaders, contratadas especialmente para a estreia do Imperador, não puderam fazer o seu show por uma falha no som, durante o intervalo do jogo. Um intervalo não muito comum em grandes jogos. Enquanto os dois times descansavam no vestiário, crianças jogavam bola na mesma grama sintética em que o Imperador disputou o primeiro tempo. Um clima que realmente não considerava o placar.
Na torcida, alguns brasileiros com camisas do Brasil, mas poucas referências a clubes do país. Em uma delas, o atleticano Marco Antônio Abreu foi levar seu filho Thiago, de 16 anos, para ver Adriano exibir o futebol dos tempos de Internazionale de Milão e Flamengo.
– Moramos a uma hora daqui, em Palm Beach. Assistimos ao jogo do Galo. Infelizmente perdeu para o América-MG. Depois viemos ver o Adriano. E viremos mais vezes – avisou o torcedor Marco Antônio, que não reprovou a escolha do Imperador. – Isso é muito bom para o futebol daqui. Vai ajudar muito.
Aparentemente em forma, mais magro, Adriano correu, reclamou, marcou, se dedicou. Acima de tudo mostrou que, independente da estrutura, é possível voltar a viver dias felizes no futebol.
– O Imperador está voltando aos poucos – finalizou.
Fonte: GE