Diante de todas as mudanças desta semana e do furacão político causado pelo futebol, meu texto foi por água abaixo! Muito do que eu escreveria foi dito e repetido à exaustão no texto de ontem do Gustavão, nos comentários dos Butequeiros e nas redes sociais. Provavelmente voltarei a ele em um outro momento, se achar necessário. Passando disso, li um texto bem bacana, enviado a mim pelo Max Amaral. Gostei das observações e vale muito a reflexão sobre ele. Precisamos mesmo de um medalhão? Será que um medalhão respeitaria a hierarquia do futebol? São questões alheias ao texto, portanto não as trarei para cá, atendo-me a ele.
O texto é de Ruan Lucas (@ruanlucas_fla) e foi publicado no Blog Plantão do Futebol. O texto fala sobre Zé Ricardo e sua utilidade no futebol profissional, traçando um panorama sobre sua carreira até aqui. Gostei do que vi e vale a reflexão, repito. Obrigado ao Ruan, que permitiu a publicação e boa leitura!
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ORIGEM E CARREIRA NO FLAMENGO
Com 45 anos, José Ricardo Mannarino começou a trajetória no Flamengo em 1998, quando foi levado por Anderson Barros para comandar o futsal do clube, onde se destacou tanto pelo talento, quanto pela tranquilidade no trato com comandados e adversários. Sete anos depois, migrou para o campo e assumiu comando da categoria Mirim. Depois de passagem de 3 anos pelo Audax, voltou para o clube em 2012, para comandar a categoria sub-15, onde treinou e manteve a incrível invencibilidade da cheia de expectativas “Geração 2000”. Depois de um trabalho excepcional, foi convidado para assumir o comando técnico do sub-15 da CBF, na sua maior oportunidade profissional até então, convite do qual declinou em prol de um projeto maior no Flamengo.
Em novembro de 2014, assumiu o sub-20, após devastadora derrota de 7×0 para o Fluminense, com o time fora das duas decisões de turno do Estadual sub-20 em 2014. Três meses após assumir, foi campeão invicto da Taça OPG. Em 2015, conquistou o Estadual, após vencer os dois turnos da competição. Em 2016, o auge: a conquista invicta da Copa São Paulo de Juniores, com uma reação heroica sobre o Corinthians, num Pacaembu lotado. Após a Copinha, seu time passa por uma intensa reformulação, mas, ainda assim, ocupa a liderança da Taça Rio no Estadual da categoria. Seu trabalho na base é irretocável: títulos acompanhados de formação e lançamento de bons atletas para o profissional, extraindo sempre o melhor de cada jogador.
PERSONALIDADE
Por ser professor da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro e ter toda a sua atuação no futebol voltada para as categorias de base, Zé Ricardo é conhecido pelo seu perfil didático no trato com seus comandados. Além disso, não abre mão da esportividade de seus atletas, exigindo sempre respeito ao adversário, em qualquer situação, o que ficou muito evidente na goleada por 5 a 0 sobre o Corinthians, na final da Copa Amizade Sub-15 em 2014. É conhecido pelo trato respeitoso com todos os funcionários, do roupeiro aos jogadores e diretores do clube.
Gosta de trabalhar com a ideia de equilíbrio, sabendo controlar os ânimos dos atletas seja na empolgação pelas vitórias ou na frustração pelas derrotas. Apesar do foco irrefutável na ideia de disciplina, consciência tática e total entrega dos jogadores para o sucesso do coletivo, Zé Ricardo também é conhecido pelo estilo “Paizão”, embora não hesite de cobrar nos momentos necessários, mas jamais abrindo mão do respeito aos seus comandados, razão pela qual sempre conquista a admiração deles. Num cenário de adversidade durante o jogo, entende que passar tranquilidade aos atletas, pela consciência de que sabem de sua capacidade, pode ser mais eficaz que se resumir a dar broncas.
No trato do elenco e da execução do trabalho com maior qualidade, encara com naturalidade a questão dos rodízios, caso haja a disputa simultânea de torneios importantes e acredita na necessidade do trabalho de longo prazo, no qual o jogador deve ser leal à proposta coletiva da equipe e crê não ser possível dissociar o caráter da postura profissional
ESTILO DE TREINOS E FILOSOFIA DE JOGO
Na aplicação e compreensão de treinos, é admirador da metodologia portuguesa e tenta aproximar sempre os treinos à realidade do jogo, à especificidade do jogo, prezando demais pelo jogador com massa cerebral, não massa muscular, isto é, estimulando a consciência tática e também o desenvolvimento técnico individual em detrimento da preocupação exacerbada com o condicionamento físico. Seu foco está sempre na tríade “trabalho, disciplina e dedicação”.
Zé Ricardo é perfeccionista, trabalha com afinco as suas determinações de propostas de jogo com os atletas. Por ser apaixonado pelo futsal, carrega consigo princípios e comportamentos do esporte e, por isso, é muito conhecido pelo estímulo às jogadas ensaiadas como forma de surpreender o adversário. Nos jogos, seus times são conhecidos pelo alto índice de passes certos, apesar da movimentação constante. Estimula a saída de jogo sem chutões, com domínio da bola, tudo repetido à exaustão nos treinos.
A formação no futsal permitiu ao treinador ter sempre as suas “cartas na manga”. Jogadas ensaiadas e apreciação ao improviso do talento individual de seus atletas, sem permitir que os excessos egoístas de determinados jogadores possam acontecer e prejudicar o coletivo, é um grande estrategista. Sua proposta de jogo é um flexível 4-1-4-1, sistema que o treinador entende ser de fácil compreensão pelos atletas, além de permitir algo bastante apreciado por ele: a versatilidade dos atletas. Apesar de a predileção por esse sistema, o treinador entende que a eficiência de um modelo tático depende da execução da proposta do em campo.
Muito embora uma das principais preocupações seja com a organização tática de suas equipes, a adoção desta identidade tática não prejudica que o plano de ação para cada jogo seja feito com base em muito estudo do adversário. Seus times costumam ter grande organização defensiva, boa cobertura de espaços e sofrem poucos gols. Têm como característica marcar em bloco mais baixo e ter um contra-ataque extremamente organizado, alternando com a marcação por pressão, desde que com indicativos do adversário apresentados durante o jogo.
O QUE PODEMOS ESPERAR:
Quando, em 2015, recusou o convite da CBF para comandar a categoria sub-15 da Seleção Brasileira, entendia ter havido melhora significativa na captação de atletas e estruturação da base nas mais variadas categorias do clube e isso demonstra o quão importante Zé Ricardo pode ser na formação de uma filosofia de jogo própria do clube, permitindo, agora sim, a unificação das metodologias, da filosofia geral de futebol para o clube, embora isso não signifique, de forma alguma, o engessamento das variações táticas diante de situações de jogo estimuladas por parte dos treinadores destas categorias;
Obviamente, teria sido melhor que assumisse o comando técnico da equipe num início de temporada, planejando elenco, ou que, pelo menos, tivesse sido auxiliar de um dos vários medalhões bravateiros e apitadores de treino que passaram pelo banco de reservas da equipe nos últimos tempos, mas o Flamengo não pode mais esperar. Não podemos mais correr o risco de, em substituição a um destes treineiros, vir um novo treineiro de currículo vitorioso num passado cada vez mais distante e ficarmos mais uma temporada a ver navios, com um grande orçamento, um elenco de qualidade indubitável frente aos demais da Série A, mas que, pela má execução do planejamento, acaba sendo mal aproveitado, sem explorar o potencial máximo de cada jogador de nosso elenco. É certo que a falta de qualidade, de consonância dos treinos com aquilo que o futebol moderno preceitua tem desestimulado os atletas. Não há ânimo porque não há perspectiva de melhora. Treinos obsoletos, ideias ultrapassadas, objetivos sempre mal executados. E continuaremos correndo em círculos enquanto os medalhões obsoletos por aqui estiverem, com frustrações e vexames cada vez maiores;
Precisamos de um treinador jovem, competente, estudioso, atualizado e, principalmente, com gana de vencer, de mostrar serviço. Sem sombra de dúvidas, Zé Ricardo é esse nome. Além do mais, carrega consigo o tal do rubronegrismo. A formação dentro do clube. Conhece cada metro quadrado daquelas instalações, a pressão da torcida, a instabilidade dos dirigentes. Num momento como esse, nada como resgatar as nossas raízes em nomes oxigenados.
Porém, para exercer um trabalho de qualidade, além de todos estes predicados, o treinador precisa FUNDAMENTALMENTE de autonomia, não apenas para escalar seu time, sem a pressão de dirigentes e empresários, mas também para a formação de sua comissão técnica. É preciso que um cara gabaritado como ele traga para perto, de si e do clube, profissionais de qualidade com a mesma competência e gana de vencer.
Neste sentido, aproveito para fazer uma crítica: por falta de valorização profissional, seja em termos de salário como de perspectivas, perdemos excelentes profissionais para rivais regionais de poderio financeiro menor e ficamos presos a nomes como Jayme, que, apesar de todo respeito que tenho por sua história como profissional no clube, não tem a menor condição de integrar uma comissão técnica do futebol profissional do Flamengo. Pelo menos, se o clube pretende se soltar das amarras de um passado distante e caminhar em direção a um futuro vitorioso e altivo;
O problema de saúde de Muricy foi mais uma intervenção divina no nosso caminho. Que Muricy se recupere logo e aproveite bastante a sua família e o patrimônio conquistado ao longo de seus vitoriosos e longos anos de trabalho, mas era óbvio que não havia a menor perspectiva de melhora do time sob seu comando. Um trabalho horroroso, pior que o dos tempos de Luxemburgo, por pior que possa parecer. Trabalho que não deixará legado algum, apenas uma sucessão de fracassos retumbantes e derrotas para times de todas as divisões do futebol nacional, de A a D.
Mas aí lemos rumores que indicam a predileção da diretoria por Abel Braga para substituí-lo. Sim, aquele responsável pelo maior vexame da história do Flamengo, em 2004. Demitido de Fluminense, Internacional e Al Jazira-EAU. Mais um medalhão obsoleto. Mais um bravateiro. Mais um escudo para a direção. Assim como Muricy, Oswaldo, Mano e afins. Treinadores que, pelo estilo de gritar à beira do campo, chegam com grande aprovação da torcida, ganham os jogos iniciais, mas, ao longo do tempo, por estarem completamente desatualizados com o futebol moderno, caem na desgraça da mesmice e continuaremos nos convivendo com vexames.
Portanto, cabe a nós, torcedores, protestarmos pelo fim desta ciranda maldita e inútil dos mesmos nomes. É preciso ousar, sair do lugar-comum. É preciso ser de vanguarda, como o Flamengo sempre foi, mas tem deixado de ser com o passar do tempo. Precisamos resgatar a nossa raiz, mas sem abrir mão da qualidade.
NÃO É POSSÍVEL QUE CONTINUAREMOS CAINDO NOS MESMOS ERROS!
Diferente dos medalhões, Zé Ricardo carrega consigo, ao menos, o benefício da dúvida. Os outros nos trazem certeza, a certeza de que continuaremos neste pesadelo que parece sem fim. Se o Flamengo não quiser ou puder trazer um grande treinador estrangeiro extraclasse, não pode apostar em nenhum outro nome senão em Zé Ricardo.
Fonte: Luiz Filho
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Da uma chance pro cara, faz igual foi com Andrade e Jayme deixa um tempo e vai ficando... assim ele não vai ter tanta pressão já que os torcedores ficariam na espera de um novo técnico. Caso não dê certo volta ele pra base e trás um técnico.
E quem ficaria na base só segurando a vaga até o titular voltar? A base também precisa de bom profissional. Complicado isso.
Sinceramente, acho que seria uma boa ... tem a cara do Flamengo ... e hoje, precisamos disso ... buscarmos nossa identidade ... e manteria o Jayme como auxiliar
Aí que tá..o que faz Jayme de Almeida no Fla ? E é claro que é uma pergunta retórica, porque todos já sabem a resposta... Ele é MUITO fraquinho....caso realmente o Fla opte por mais um medalhão obsoleto, o mínimo que poderia ser feito é colocar o Zé Ricardo na comissão técnica permanente, no lugar do Jayme...SRN
Muito bom texto. Depois da leitura, reforço mais ainda a minha vontade de ve-lo como técnico do profissional e repito: vi na base uma entrega e uma organização q ainda não tinha visto nos últimos anos nesse profissional. Mil vezes melhor q o retranqueiro do Abel. Ou Zé Ricardo ou Fernando Diniz. Acho q essas são as duas melhores opções para o Flamengo.
Marquinhos Santos do fortaleza é outra boa aposta, tava fazendo curso em Portugal, curso da UEFA, voltou comuita Gana de.mostrar o que adquiriu por lá.
Na minha opinião os três treinadores que poderiam assumir o flamengo são; Fernando Diniz, Marquinhos e Zé Ricardo. Chega dessas cartas marcadas que não tem capacidade de.perceber que o futebol mudou, não conseguem entender estratégias táticas, se trouxer o Abel vai ser trocar 6 por meia dúzia.
Rapaz, sobre Fernando Diniz, eu não sei ainda... Ele tem muitos méritos pela equipe que montou e pela evolução de seus jogadores. Montou um tática ousada de tabelar com o próprio goleiro, ganhando de muitos times grandes, jogando bem no contra ataque, saindo de forma ágil, sem ser no desespero como vejo no meu mengão já faz 4 ou 5 anos seguidos (podem me criticar, mas por incrível que pareça o contra-ataque mais razoável foi quando tínhamos Carlos Eduardo, não esquecendo de Elias e Paulinho). Queria ver ele num time grande de série A, num time que não fosse zebra, mas se fosse pra testar alguém acho que preferiria o Zé Ricardo mesmo.
Seria SENSATO e INTELIGENTE, mas não acredito que num momento desse a diretoria vai bancar um nome sem "historia", mas tenho certeza que diminuiria nosso gasto e daria mais resultado.
ele tem estória, e não história, concordo contigo
Estória é ficção. Ele tem história vitoriosa, embora ela seja em categorias de acesso.
Pode não ter história no profissional, mas tem história de grande destaque nas categorias de acesso. Se essa história profissional a que se refere fosse tão importante, não existiria nenhum técnico bom, porque ninguém começa já com história. Um exemplo recente pode ser visto no Roger do Grêmio.
os jogadores não respeitaram o murici,imagina esse ai!
Pelo menos com Zé Ricardo eles teriam o medo de perder a vaga pros promovidos juniores, que fecham com o técnico
Tem esse lado também!
amigo!existe isso não,os caras derrubavam ele em instantes,flamengo nosso só tem jogadores malandro
Mas me respondam uma coisa...Quanto tempo duraria a paciência de vocês? A ideia é boa, principalmente para fazer aquela conexão entra a base e o profissional.Ninguém melhor que o Zé para fazer isso. Se a torcida abraçar, os cartolas derem respaldo e os jogares comprarem a ideia de jogo dele. Esse cara vai longe. Tem meu apoio!!! Acho que valeria uma enquete. SRN
Ou um pacto de tolerância! rs
Deve ser criada a campanha similar a do Sampaoli... Se a diretoria perceber que a torcida abraçou a ideia... vai atender na hora!!!
É mais barato, identificado com o clube, mais novo e com novas ideias... Além de conhecer a base muito bem e poderá trabalhar com os mulekes e tirar o melhor deles...
#ZéRicardoNoFla
Bora!
Até que fim um texto bom...
Bom texto, muito bacana!
#ZéRicardoNoFla