Atual tricampeão não terá ala americano, que viajou para os EUA para acompanhar o nascimento de sua filha, e time paulista pode perder seu pivô para o jogão em Marília
Não bastasse o desgaste físico e emocional da série semifinal contra Mogi, decidida apenas nos segundos finais da quinta partida, terça-feira passada, no Tijuca Tênis Clube, o Flamengo ganhou um problema de última hora para o primeiro confronto da decisão do NBB 8, também em cinco jogos, neste sábado, às 14h10, no ginásio Neusa Galleti, em Marília, no interior paulista, com transmissão ao vivo do SporTV e cobertura em tempo real do GloboEsporte.com. Às vésperas de ser pai pela segunda vez, o americano Jason Robinson teve que antecipar seu retorno aos Estados Unidos para ficar ao lado de sua mulher, que teve problemas na reta final da gravidez e pode dar a luz a qualquer momento. Sem cabeça para estar 100% focado na partida, a comissão técnica rubro-negra aceitou o pedido do jogador e o liberou. A expectativa é que o ala retorne para o segundo jogo da final, na próxima quinta-feira, no Rio de Janeiro. Do outro lado da quadra, também é provável um outro desfalque. Murilo, que sofreu uma lesão no tornozelo direito durante um treino esta semana, é dúvida para o confronto.
– Tomamos essa decisão porque vimos essa necessidade e entendemos que é um momento humano. Ele é um cara que sempre esteve conosco 100% durante toda a temporada. A mulher dele até viria para o Brasil, mas com esse problema de Zica, ela acabou optando em ficar nos Estados Unidos. Não sei exatamente o que aconteceu, mas ela teve algum tipo de problema na gravidez, e ele teve a necessidade de voltar antes do previsto. Foi uma solicitação dele e acabamos permitindo que isso acontecesse – explicou o técnico José Neto, que mais uma vez destacou a força do elenco rubro-negro e espera contar com a volta do ala americano para a segunda partida, na próxima quinta-feira, no Rio de Janeiro.
– Temos que suprir a ausência dele como já fizemos em outras ocasiões. Tivemos aquele problema no primeiro jogo das semifinais com o Olivinha, que viajou conosco, mas sofreu uma lesão no tornozelo e não pôde jogar. Sempre repito que para ganhar uma competição como o NBB é preciso ter um elenco forte como nós formamos. Por isso acredito que vamos superar mais essa dificuldade.
Não é apenas o Flamengo que poderá jogar desfalcado neste sábado. Além de já não poder contar com Ricardo Fischer, que rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho direito justamente contra o time carioca, durante o Final Four da Liga das Américas, em março, na Venezuela, o técnico Demétrius Ferraciú também pode ficar sem Murilo. O pivô do Bauru sofreu uma lesão no tornozelo direito no treino de quarta-feira, em Marília, e fará um teste antes da partida para saber se terá condições de jogo.
O provável desfalque de Murilo não é a única coisa que preocupa o comandante da equipe paulista. Curiosamente, Demétrius não acredita que a ausência inesperada de Jason Robinson dará qualquer tipo de vantagem para Bauru. O motivo é simples. As qualidades de Marcelinho Machado, seu antigo companheiro nos tempos de jogador no extinto Telemar e na seleção brasileira, e Ronald Ramon, seu ex-jogador em Limeira.
– Acho que não ganhamos nada em relação à ausência dele, até porque os jogadores que poderão assumir essa posição são de muita qualidade e vão ter mais tempo de jogo. Logo terão mais liberdade e mais espaço para jogar, e isso sempre gera uma confiança muito grande para quem entra. Sinceramente não vejo como uma coisa positiva, muito pelo contrário. O banco deles tem muita qualidade e conta com jogadores que podem entrar e fazer a diferença numa partida decisiva como essa. O Flamengo é uma equipe muito difícil de ser batida e mostrou isso nesses últimos anos do NBB. Mas isso tem que ser um motivo de superação, de mais dedicação ainda e, principalmente, de motivação pelo fato de estarmos frente a frente de uma equipe que se tornou uma referência na história da competição. Quanto maior o desafio mais os grandes jogadores gostam, estamos preparados para encará-los – alertou Demétrius.
Outro que deve ganhar mais tempo de quadra na primeira partida da decisão é Gegê. Pouco utilizado por José Neto durante os playoffs, com apenas 8.1 minutos por partida, o armador sabe que terá um papel importante na rotação do time rubro-negro. Ansioso, o camisa 19 lamentou a ausência de um companheiro em um momento decisivo, mas espera agarrar a oportunidade se ela realmente aparecer neste sábado.
– Todo jogador profissional espera por esse momento, e desta vez ele apareceu em mais uma final com a camisa do Flamengo. Ficamos tristes de o Jason ter tido que ir às pressas para os EUA, mas torcemos para que dê tudo certo com o nascimento da filha dele e que ele possa estar de volta para o próximo jogo. Aqui nós vamos dar o nosso máximo. Espero ter mais espaço e aproveitar essa oportunidade para poder ajudar. Sabemos da importância desse primeiro jogo aqui em Marília para que possamos levar essa vantagem para o Rio. Final é final, não tem como esperar nada de novidade. É fazer o que fizemos a temporada inteira e mostrar que não terminamos em primeiro lugar à toa. Vamos entrar firme e focado para defender bem, poder jogar no contra ataque e contar com a força do nosso grupo – afirmou.
Demétrius não foi o único do lado de Bauru que deu pouca importância para o desfalque de última hora do Flamengo. Jogador mais experiente do time paulista e acostumada a esse tipo de situação, Alex Garcia lembrou um exemplo recente para mostrar que muitas vezes esse tipo de prejuízo pode ter um efeito contrário.
– Quando você tem um elenco forte além dos cinco titulares, é normal imaginar que terá alguns problemas durante a temporada. Mas muitas vezes o time acaba se fortalecendo com essas perdas. Foi o que ocorreu com nossa equipe depois da saída do Ricardo Fischer. Jogamos uma parte do campeonato sem ele e o time supriu sua falta. Cada um fez um pouco mais e deu certo. Lógico que você perde um jogador titular, uma reposição no banco e isso pode ter um desgaste a mais. Mas não temos que pensar nisso agora, até porque quem o substituirá poderá até jogar mais do que ele vinha jogando – disse.
A caminho de sua sexta final de NBB, a quarta contra o Flamengo, e em busca de seu quarto título – o jogador foi tricampeão com o Brasília -, Alex está otimista em por um fim à supremacia dos rubro-negros. Derrotado aqui mesmo em Marília pelo time carioca na temporada passada, o ala da seleção brasileira admitiu um certo salto alto na decisão do NBB 7 e garante que desta vez Bauru chega sem fazer alarde.
– Chegamos com uma postura completamente diferente da do ano passado. Por termos conquistado tudo, chegamos à final do NBB 7 um pouco felizes demais e muito autoconfiantes. Isso pesou bastante, mas nessa temporada estamos com os pés no chão e muito mais concentrados. Queremos muito esse título e vamos fazer de tudo dentro de quadra para conquistá-lo – assegurou a camisa 10.
Fonte: GE