Em reconstrução, Flamengo e Fluminense fazem clássico em Natal

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No início da temporada, apesar das incertezas inerentes ao futebol brasileiro, Flamengo e Fluminense estavam ancorados por dois personagens relevantes: o técnico Muricy Ramalho, contratado com carta branca para mudar conceitos do futebol rubro-negro, e o atacante Fred, principal referência tricolor da última década. Por motivos diferentes, nenhum deles estará no clássico deste domingo, às 16h, em Natal. Agora, os clubes tentam se refazer no meio da competição, com resultados que têm se mostrado distintos, até o momento.

No Fla, a saída de Muricy por motivos de saúde abriu espaço para Jayme de Almeida, mas foi Zé Ricardo, então treinador do sub-20, que aproveitou a oportunidade. Desde que ele assumiu, foram quatro vitórias, um empate e duas derrotas, mas nenhuma confirmação de sua efetivação no cargo. Muito pelo contrário, o assunto é tabu no clube, que oficialmente trabalha com a possibilidade de o treinador ser rebaixado a auxiliar da comissão técnica.

Apesar da garantia de que seguirá no clube, Zé Ricardo, na prática, vive uma situação parecida com a de treinadores que balançam no cargo. Ele precisa de bons resultados para se manter no comando da equipe e sabe que, caso não mantenha o Flamengo em boa colocação, sua falta de experiência poderá ser utilizada como justificativa para substituí-lo. Contra o Santa Cruz, apesar da fragilidade e do resultado a favor desde os 14 minutos de jogo, o treinador optou por um time pouco agressivo, mais preocupado em defender.

Com Zé Ricardo, alguns jogadores ganharam espaço. Um deles é o goleiro Alex Muralha, que fará hoje seu primeiro clássico como titular. Ele aproveitou as idas ao departamento médico de Paulo Victor e é favorito para permanecer como titular nas próximas rodadas. Outros que viraram absolutos foram Márcio Araújo, Alan Patrick e Everton. Na sexta-feira, o meia-atacante falou sobre o comandante.

— (Zé Ricardo) está sendo fundamental. Ele me surpreendeu muito. Já sabe a equipe que vai enfrentar. A efetivação é com a diretoria — afirmou Everton.

GUERRERO VOLTA AO FLAMENGO

Justamente no clássico contra o Fluminense, Zé Ricardo dirigirá pela primeira vez a equipe com Guerrero. O retorno do atacante peruano é visto como possível solução para o ataque, que tem tido problemas para marcar. Nos últimos três jogos, foram dois gols de Arão (volante), um de Réver (zagueiro) e um gol contra.

Há pouco mais de duas semanas, o Fluminense se despediu do ídolo recente com a justificativa do fim de um ciclo. De uma separação desse porte, a recuperação não ocorre da noite para o dia. O técnico Levir Culpi sabe disso, mas não tem tempo de lamentar. Resta a ele encontrar o melhor caminho com o que tem nas mãos — os reforços para o meio-campo e ataque ainda não vieram.

A primeira opção do treinador foi pelo jovem Richarlison. Avalizado pelo próprio Fred, em sua despedida, o atacante de 19 anos tentou manter a característica de jogo do tricolor com um centroavante mais postado na grande área. Sua juventude, no entanto, permite maior movimentação do que o ex-capitão. Porém, a afobação da inexperiência pesou nos primeiros jogos dele. A insistência de bolas alçadas na área foi uma mostra de que a equipe ainda estava com Fred na cabeça.

Aos 40 anos, Magno Alves se apresenta como solução mais recente. Com ele, o time ganha mobilidade, apesar da idade. Ao lado de Marcos Júnior e Gustavo Scarpa, o trio, que se movimenta por todos os lados do campo, abre espaços na defesa adversária e dificulta a marcação da zaga. Mesmo com a derrota para o Santos por 4 a 2, é provável que Magno Alves permaneça no time.

MARCOS JÚNIOR NÃO JOGA

Quem não vai jogar é Marcos Júnior, mas não por opção técnica ou tática. Com dores no púbis, ele não treinou na manhã deste sábado nas Laranjeiras e sequer viajou para Natal. Richarlison e Maranhão são as opções de Levir.

Outra expectativa é pela estreia de William Matheus na lateral esquerda, uma das posições mais carentes do tricolor nas últimas temporadas. Levir conta com a velocidade e a leveza do jogador, que já teve passagens por Vasco e Palmeiras.

O voltante Edson, que deu lugar a Pierre no jogo do meio de semana, tem chances de voltar, nas palavras do treinador.

— Acredita que eu pensei nisso? Passou pela minha cabeça. Esses cálculos que vocês fazem, que o torcedor faz, nós fazemos também. Observei isso. Pode ser (que volte ao time), sim. Por que não? Até amanhã definimos o time. Vai ser praticamente o mesmo time. Se mudar, serão no máximo sete ou oito (risos) — brincou Levir.

Fonte: O Globo

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