“Só o Flamengo foi a campo. E perdeu”

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Dia de clássico é aquela história: o torcedor acorda com uma vontade a mais de ganhar e um receio maior de perder. Afinal, do outro lado tem um rival centenário, que esteve em campo em algumas de nossas maiores alegrias e mais angustiantes dores.

Dessa vez foi diferente. O gramado da Arena das Dunas refletia perfeitamente o que se via fora dele. Só havia Flamengo. E, sozinho, o Flamengo não conseguiu marcar.

Duas vezes com Alan Patrick, uma com Ederson. A cabeçada de Marcelo Cirino deixaria Guerrero em grande condição de abrir o placar, não deu pra identificar direito o que apareceu, na pequena área, afastando a bola. Foram cerca de duzentos escanteios a nosso favor. Nenhum gol.

O primeiro tempo acabou com o jogo valendo 4 pontos. O Flamengo foi ao vestiário com 1, enquanto o Fluminense, sem nem ter desembarcado no Rio Grande do Norte, estava assegurando 3. Nosso solitário fracasso valia a vitória deles.

Para a segunda etapa, conseguiram escalar um jogador, Gustavo Scarpa. Foi dele o cruzamento para Willian Arão fazer 1×0. Enfim, um escanteio resultara em gol do Flamengo. Só que contra. Ao que parece, o mesmo vulto que afastara a cabeçada de Cirino, no primeiro tempo, assustou nosso capitão, fazendo-o desviar para a rede.

Minutos depois, o ser misterioso tornou a aparecer. Ali, ao lado de Guerrero, na pequena área. Nada fez. Gol do Flamengo, empate mentiroso na Arena das Dunas. Àquela altura, 5×0 Mengo seria mais justo.

Mas estava 1×1, e fomos atrás do segundo gol. O campeão da série C 99 também. Botou um segundo homem em campo. Saiu ninguém, entrou Richarlison. Aquele que vê mal o futebol vai dizer que o garoto decidiu. Falácia.

Tudo começou com ele, o indecifrável amuleto do rival. Roubou a bola do fraco Fernandinho, mandou ela pra frente. Réver ajeitou e Rafael Vaz fez o terceiro gol do Fla na partida, o segundo contra. Só não consta assim na súmula porque o tal do Richarlison também iludiu a arbitragem. As lágrimas do atacante deram a entender que ele tirou de Muralha e empurrou para a rede.

Os de bom coração sabiam que havia sido gol contra de Vaz. Sabiam e explodiram de raiva do zagueiro. A ira só não superou o desgosto que passaram a sentir pelos de coração médio. Aquele povo que, instantaneamente, passou a vaiar nosso camisa 33.

Obviamente, as vaias só ajudaram a prejudicar. O cara ficou desesperado, e qualquer bola que chegasse haveria de ser rifada, para ele não correr o risco de falhar mais uma vez. Talvez o enredo fosse outro, se, ainda com o jogo em 1×1, Rafael Vaz tivesse marcado a favor, quando teve a chance, livre, na área adversária.

Não marcou, e o inacreditável se firmou como principal personagem da trajetória do Flamengo no Brasileirão. O Flamengo que joga em casa, mas longe do Maracanã. Que enche estádio em todos os estados, menos no Rio de Janeiro. Que, quando mandante, manda no jogo; mas não vence. E que, quando visitante, não encontra problemas em fazer do habitat desconhecido seu lar. O Flamengo do técnico que não é técnico do Flamengo. Que faz o time jogar melhor, mas jamais joga com o melhor time.

Como rubro-negros, conhecemos o inacreditável. Aquele, que certa vez vestiu nossas cores e criou o mantra: “Deixou chegar”. Só não cremos mais nele do que no próprio Flamengo.

É de nossa natureza, por isso seguimos acreditando. Mesmo após esses 2 tropeços em casa, intercalados com duas vitórias fora. Hoje, depois de o time ter entrado em campo sem adversário, marcado 3 gols e perdido o jogo, só nos resta o apelo:

Inacreditável, jogue a favor do Flamengo também.

Fonte: Nosso Flamengo

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  • Flamengo, perdeu para Gremio-Palmeiras-Fluminense-Figueirense, empatou com São Paulo e Chapecoense, ganhou do Sport, Santa,Vitória,Ponte-Cruzeiro (com oito desfalques) não vejo nada de empolgante…a atual posição não reflete o que o time apresenta em campo, time fraco de conjunto

  • É o segundo jogo com o zé q os jogadores entregam a paçoca… menos 6 pontos.

  • A melhor matéria que li hoje….”Só o Flamengo foi a campo e perdeu”, a definição é essa, e mesmo que se tratando de um clássico, como perder para um “fraco Fluminense” com todo respeito a instituição, um time de garotos e jogadores que já chegaram a ser chutados do próprio Fluminense, perder da maneira que perdemos chega a dar desgosto de torcer, e quem explica porque toda hora que dependemos só da gente para encostar no topo da tabela acontece esses vexames?….È uma vergonha, ontem foi uma vergonha, e não adianta dar desculpa em coletiva, ficar culpando um ou outro, ontem foi uma vergonha coletiva!

  • Cara, também estou de luto, e ontem só vi o Flamengo jogar futebol e perder um caminhão de gols e perder pra ele mesmo. Nem o adversário acreditava no que estava acontecendo e estava entregue a uma derrota desde o primeiro minuto, sem brio, sem esquema, sem elenco. Estava muito animado em ir á Cariacica na quarta onde a distância é de 150 km, mas desisti depois do jogo contra São Paulo e Fluminense onde fomos os mandantes e agora contra o Internacional também. Estamos perdendo pra nós mesmo quando temos mando da partida. Com isso duas vezes deixamos de assumir a terceira colocação. O time do Flamengo não consegue golear, quando faz um golzinho já se dá por satisfeito. Pra quem quer chegar ao menos ao G4 não pode ficar perdendo pra ele mesmo. SRN.

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