Há 30 anos fora do Brasil, o ex-zagueiro Mozer, campeão mundial pelo Flamengo em 1981, aceitaria abandonar sua rotina em Portugal para ajudar o clube de coração. Cotado para a função de gerente de futebol do Rubro-negro, o ex-jogador não faz firulas: quer voltar.
Tem interesse em trabalhar no Flamengo?
Tenho bastante interesse, sim, em função de achar que há necessidade de uma mudança de trabalho para que o futebol brasileiro consiga melhorar seu nível, já que a qualidade individual é boa.
Que mudança é necessária?
O mais importante hoje no futebol é a organização. É importante que os clubes grandes tomem consciência disso e trabalhem em função de seus objetivos, com responsabilidade na cobrança. A contratação de jogadores é dispendiosa. É importante que tudo seja bem articulado.
Qual seria sua filosofia de trabalho?
Uma equipe não é só um conjunto de pessoas que trabalham juntas, mas um conjunto de pessoas que confiam umas nas outras. O mais importante é a atualização na maneira de se trabalhar. No passado, tínhamos uma filosofia: éramos uma equipe dominadora, com um só compromisso, de vencer todos os jogos. Tínhamos confiança uns nos outros, todos trabalhavam em prol de elevar o nome do clube. Aquele que não tiver esse comprometimento, não serve…
Acha que falta comprometimento aos jogadores do Flamengo?
Não ponha palavras na minha boca. Só poderia dizer se há comprometimento ou não se estivesse próximo. Nem acredito que a diretoria do Flamengo tenha comprado jogadores sem comprometimento.
Acha que se adaptaria à cultura do imediatismo, num país em que profissionais são dispensados por falta de resultados a curto prazo?
Não tenho que me adaptar a essa cultura. Se um dia eu vier a trabalhar no Flamengo, isso significa que o Flamengo é que necessita das minhas ideias. Então, não sou eu que tenho que me adaptar ao que está aí. Se não, não faria sentido. Tenho que somar mudanças para o Flamengo. Se eu for necessário, é para produzir mudanças no Flamengo.
O que é preciso mudar no Flamengo?
Não só no Flamengo… O futebol de São Paulo, do Rio Grande do Sul e de Minas sofreu evolução. E o carioca estagnou.
Mas você seria treinador ou gestor?
Sou treinador. No fundo, não sei qual seria a função. A função de um gestor é organizar o futebol. Não sei se ele teria tanta influência na organização, nas escolhas, no padrão de jogo. Na minha opinião, o gestor tem que ter responsabilidade no desenvolvimento do futebol do clube.
Mesmo longe, ainda torce pelo Flamengo?
Flamenguista é flamenguista desde que nasce, até morrer. Ou até mais, se for verdade que existe vida após a morte.
Fonte: Extracampo
Boa. Tomara que venha. Agora, que tenha liberdade para agir, cobrar, implementar ideias…temos que modernizar sempre. O departamento de futebol precisa de alguém capacitado e que seja da área, conheça de futebol e de Flamengo. Se vier SRN e seja bem vindo.