De volta para casa

Volta Redonda, Cariacica, Brasília, Juiz de Fora. Várias foram as “casas” do Flamengo em 2016. É triste ver o Mais Querido mandar jogos longe de solo carioca. É esportivamente prejudicial ao clube. Da mesma forma que os torcedores cariocas sentem saudade de ver seu time em campo, o time sente saudade de seus torcedores locais.

A longínqua data de 14 de fevereiro de 2016 foi a última em que o Flamengo jogou uma partida na capital do Rio de Janeiro. Neste dia, confrontamos a equipe do Vasco da Gama, que atuou como mandante no estádio de São Januário. Perdemos o jogo pelo placar de 1 x 0 e por jogar em campo rival, não nos sentimos necessariamente em casa.

Agora, se levarmos em consideração apenas partidas como mandante, a orfandade dos torcedores rubro-negros é ainda maior. O último jogo foi a mais de 7 meses atrás, ainda no ano de 2015, pela última rodada do campeonato brasileiro, em uma derrota para o Palmeiras por 2 x 1 no Maracanã.

Entretanto, após um longo período peregrinando Brasil a fora, o rubro-negro enfim voltará a jogar “em casa”. Mas nem tanto. O jogo é na capital do Rio de Janeiro, mas o mando de campo é do Botafogo, na recém-reformada Arena da Ilha. Naquele mesmo estádio em que tanto o Flamengo, quanto o Botafogo, usufruíram em 2005, quando o antigo Maracanã entrou em obras para os jogos Pan-Americanos de 2007.

Infelizmente, graças as recentes desavenças entre as diretorias, o Botafogo decidiu liberar apenas 10% da carga total do estádio para a torcida rubro-negra. Nada de torcida dividida como comumente vemos nos clássicos cariocas. Apenas 1.500 felizardos rubro-negros poderão matar a saudade de ver ao vivo o Mais Querido em campo. Essa quantidade de torcedores que estarão presentes no jogo é irrisória perante aos 40 milhões da maior torcida do mundo.

Porém, tenho a certeza de que esses 1.500 rubro-negros farão mais barulho do que o restante alvinegro no estádio. A torcida se inflamará e contagiará o time como se estivessem em pleno Maracanã lotado, tamanha é a saudade dos flamenguistas cariocas.

Torço para que a diretoria resolva logo esta questão de estádio, para que voltemos a ver nosso clube desfilando seu futebol em solo carioca com mais frequência. Que assumamos de uma vez por todas a gestão do Maracanã ou que saia do papel a construção da “Arena do Urubu”. Os torcedores cariocas não merecem ficar sem ver o Flamengo, da mesma forma que o Flamengo não merece ficar sem ver os torcedores cariocas.

Que os 1.500 façam o barulho de 40 milhões. Que os 40 milhões se sintam representados pelos 1.500.

Curtinhas pós e pré-jogo:

Flamengo 2 x 0 Atlético-MG – Ganhamos e convencemos. Freamos a boa sequência de um possível adversário direto. Mancuello começou como titular e mostrou que não pode ser banco nesse time. Zé Ricardo precisa arranjar uma maneira de colocar o meia argentino junto com Alan Patrick no time.

Botafogo x Flamengo – Não podemos dar sopa para o azar e temos que emplacar uma boa série de vitórias nos próximos jogos. Porém, clássico é clássico. Já vi muito time considerado melhor perder clássico para adversários infinitamente piores.3

Bruno Petrocelli

bruno.petrocelli@colunadofla.com.br