Magrão, goleiro do Sport, só foi ameaçado num lance em que ele se atrapalhou sozinho. Jogadores e técnico da equipe carioca reconheceram atuação ruim
– A vitória do Sport foi incontestável. Não conseguimos, com exceção dos 15, 10 minutos, ficar conscientes no jogo.
A frase é de Zé Ricardo, técnico do Flamengo, ao final da derrota de sábado para o Sport, por 1 a 0, na Arena Pernambuco. Resultado que interrompeu uma série de seis jogos de invencibilidade da equipe rubro-negra, que, após quatro vitórias e dois empates, sonhava com a liderança do Campeonato Brasileiro.
Em vez disso, com o complemento da 20ª rodada, o Flamengo pode não só ver os times de cima abrirem vantagem maior como pode também deixar o G-4.
Consequência de uma atuação muito abaixo da crítica, como reconheceu seu treinador. O Flamengo criou pouquíssimo, em especial no primeiro tempo, quando foi vazado por Edmílson e só levou perigo a Magrão numa trapalhada do próprio goleiro do Sport, que precisou de uma defesa em dois tempos ao tentar agarrar uma bola que sairia.
Pesou muito para isso a saída ruim de bola dos dois volantes, Willian Arão e Márcio Araújo, que deixaram Mancuello praticamente inoperante. Nas raras vezes em que foi bem acionado, o argentino também não teve ajuda à altura dos atacantes. Éverton e Marcelo Cirino trabalharam melhor defensivamente do que diante da área do Sport, e Guerrero ficou isolado.
– O setor de criação foi o ponto fraco nosso, não conseguimos organizar as jogadas, reter a bola, aproximar do primeiro setor de ataque. A saída de bola também foi prejudicada, porque se movimentou pouco – comentou Zé Ricardo, que mandou o time ao ataque no segundo tempo, tirando Márcio Araújo e colocando Alan Patrick.
A alteração deixou a equipe mais ofensiva, o Flamengo igualou na disposição e na posse de bola (exatamente 50% para cada lado), mas o confronto também ficou muito mais aberto. Prova disso é que o Sport criou outras duas grandes chances de marcar, ambas salvas por Alex Muralha. O goleiro fez grande defesa em arremate à queima-roupa de Edmílson e, depois, ficou com a bola em chute fraco de Rogério.
Sem êxito para furar a marcação pelo chão, a esperança foi alçar bolas à área – foram 21 ao todo. Mesmo assim, nenhuma oportunidade real de balançar a rede pernambucana. De fato, um resultado incontestável e que serve de alerta para uma tentativa de recuperação no próximo sábado, diante do Grêmio, em Brasília.
Fonte: GE