José Neto fala sobre emoção de participar de uma Olimpíada no Brasil

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Assistente técnico da Seleção Brasileira de basquete analisa momento da modalidade no país

Cada vez mais próxima, a Olimpíada no Rio de Janeiro se inicia no dia 05 de agosto e, além de movimentar a cidade, os Jogos prometem fortes emoções para um brasileiro em especial: José Neto, assistente técnico do treinador Rubén Magnano na Seleção Brasileira masculina de basquete. No currículo, Neto acumula feitos como o vice-campeonato do Sul-Americano no Brasil, em 2004 e a medalha de ouro na Venezuela, em 2006, além de ter subido no lugar mais alto do pódio na Copa América do Pré-Mundial na República Dominicana, em 2005, e em Porto Rico, em 2009. Em 2012, Neto participou das Olimpíadas de Londres, onde o Brasil terminou na quinta colocação.

Em um bate-papo descontraído o assistente técnico do basquete brasileiro e também técnico do Flamengo não escondeu a felicidade de representar o país na maior competição esportiva do mundo, em solo tupiniquim.

Garrafão Rubro-Negro (GRN) – Como foi a experiência de participar pela primeira vez de uma olimpíada (em Londres, 2012)?

José Neto (JN) – Acredito que participar dos Jogos Olímpicos seja um sonho para qualquer pessoa que vive o esporte, seja qual for a função. É uma das maiores competições do mundo. Participar das Olimpíadas em Londres foi uma experiência profissional e pessoal incrível e vou guardar para minha vida toda. Estar ao lado dos melhores do mundo e compartilhar o mesmo “palco” com eles é muito especial, ainda mais por termos feito uma boa campanha. Jogamos de igual para igual com as grandes potências da nossa modalidade.

GRN – Qual a expectativa para os Jogos Olímpicos Rio-2016?

JN – Apesar de termos a consciência de que o basquete masculino é muito competitivo internacionalmente, a expectativa é muito boa. Temos como referência a última competição de nível mundial que o Brasil disputou (o Campeonato Mundial na Espanha em 2014). Se pensarmos que nesta competição tivemos a oportunidade de ganhar de duas seleções que acabaram conquistando uma medalha de prata (Sérvia) e Bronze (França) na fase de classificação, podemos estar com boas expectativas. Jogando em nosso país então, temo um fator extremamente motivante.

GRN – Como a experiência de Londres pode ajudar na Olimpíada do Rio de Janeiro?

JN – Todas as experiências que vamos somando ao longo da nossa trajetória ajudam nas tomadas de decisões que teremos que enfrentar, assim como lidar com situações inusitadas que podem acontecer ao longo do caminho. Saber que é uma competição dura é uma coisa, ter vivido essa situação é outra. Sendo assim, vamos usar tudo o que vivemos como equipe para termos as melhores conquistas nesta Olimpíada.

GRN – Um ponto positivo e um negativo de jogar ao lado da torcida.

JN – Não consigo ver nem um ponto negativo de jogarmos ao lado da nossa torcida, em nosso país. Isso nos motivará muito para jogarmos. Tenho certeza de que vamos receber uma energia incrível.

GRN – Tendo que conciliar a função de assistente técnico da Seleção Brasileira com a de técnico do Flamengo, onde você foi campeão das Américas, mundial e é o atual tetracampeão brasileiro, é possível participar diretamente das decisões do Rubén Magnano, técnico do Brasil?

JN – O Rubén é uma pessoa que gosto muito de conversar. Ele sempre tem coisas interessantes para me passar e assim acrescentar no meu conhecimento de basquete e de vida. Sobre a convocação, ele sempre me consulta, mas é muito reservado na decisão final, como acredito que tenha que ser.

GRN – O que o torcedor brasileiro pode esperar da Seleção Brasileira de basquete?

JN – Uma certeza que tenho é que jogaremos com muita determinação e muito foco para realizarmos o sonho de uma medalha olímpica. Estamos em um grupo muito difícil, mas sabemos que em uma Olimpíada é sempre assim: muito equilíbrio e forte competição. Um nível altíssimo. Serão jogos excelentes.

GRN – O que será agregado a sua vida profissional depois de participar de uma Olimpíada em seu país?

JN – Vou viver uma experiência que poucos técnicos viverão, além de uma satisfação imensa. Terei uma bela história para contar aos meus filhos, netos, etc. Viverei uma experiência que vai aumentar o meu conhecimento, pois estarei lidando com os melhores do mundo no basquete.

GRN – Como você analisa o atual momento do basquete brasileiro?

JN – O basquete brasileiro vive um excelente momento. Mesmo diante das dificuldades econômicas do país, a Liga Nacional de Basquete (LNB) está conseguindo realizar um campeonato mais competitivo a cada ano e, assim, juntamente com os clubes, fazer com que a modalidade seja mais divulgada no país e no mundo. Outra situação que faz com que o basquete cresça no Brasil é a presença dos jogadores brasileiros na maior liga de basquete do mundo, a NBA, que agora também é parceira da LNB. Isso tudo contribui para que o Brasil seja o terceiro país com mais atletas participando desta temporada.

GRN – Que recado você deixaria para os brasileiros?

JN – Que nos enviem vibrações positivas e que torçam muito para que o nosso basquete consiga atingir boas marcas nessa competição em casa.

Crédito das imagens: Gaspar Nóbrega (Inovafoto)

 

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