Emprestado pelo Grêmio, Fernandinho chegou ao Flamengo em abril buscando reencontrar o seu melhor futebol. No Rubro-Negro, o atacante foi titular, ficou na reserva e viveu grande momento na última quarta-feira, quando garantiu a classificação do time na Sul-Americana, na vitória por 3 a 1 contra Figueirense. Ele saiu do banco no segundo tempo e fez o gol que deu a vaga ao Fla, seu
primeiro pelo clube. Em entrevista ao LANCE!, Fernandinho falou sobre a emoção de desencantar em um momento tão importante para a equipe, o desejo de continuar no Flamengo, a força do elenco e a vontade que os jogadores estão em ganhar um título ainda nesta temporada. Para isso, ele acredita que a torcida pode ser um trunfo.
Logo em sua apresentação, o atacante fez questão de elogiar a nação rubro-negra. Agora, há quase cinco meses no clube, ele conheceu de perto a importância dos torcedores e contou que eles fazem a diferença para o time. Para o jogador, esse apoio deve ser ainda mais intenso com a volta da equipe ao Maracanã, que deve ocorrer em novembro. Ele acredita que o estádio pode ser decisivo na reta final e está ansioso para poder jogar lá pelo Flamengo.
Confira a seguir a íntegra da entrevista exclusiva dada por Fernandinho ao LANCE!.
Qual foi a sensação de fazer o primeiro gol pelo Flamengo em um momento tão importante? Tirou um peso das costas?
Foi algo muito especial. Eu sonhava com esse momento, queria muito marcar logo o meu primeiro gol com a camisa do Flamengo. Eu inclusive postei no meu Instagram a foto da minha comemoração com uma mensagem que exprimia o que eu senti ao final do jogo. Estava ansioso, queria que esse gol já tivesse saído há algum tempo. Nós, seres humanos, muitas vezes esperamos que as coisas aconteçam rapidamente. A demora chegou a me incomodar, mas no fim das contas entendi que Deus estava caprichando para que saísse no momento certo. Foi um gol importante, bonito, e justamente no momento em que a equipe mais precisava.
O que passou na sua cabeça na hora em que o Zé Ricardo te chamou para entrar contra o Figueirense? Sentia que ia fazer o gol? Quais foram as orientações do treinador?
O atleta quando está no banco vive permanentemente a expectativa de ter o seu nome chamado pelo treinador. Quando o professor Zé Ricardo me pôs em campo, eu sabia que faltavam poucos minutos para o final da partida, e procurei fazer exatamente o que o ele me pediu: tentar penetrar na defesa adversária através do drible curto. Felizmente na primeira oportunidade que tive de partir pra cima, consegui passar pelo marcador e ser muito feliz na finalização.
Seu gol foi muito comemorado por todo o elenco. Na hora todo mundo correu para te abraçar. Foi um reconhecimento do seu trabalho para conseguir desencantar? O grupo estava te passando confiança neste período?
O grupo sempre passou muita confiança pra mim e me acolheu de uma maneira muito especial. Todos estavam ansiosos pelo meu primeiro gol porque viam no dia a dia o meu esforço para atingir esse objetivo. Estou satisfeito por estar passando por um bom momento individual e também por fazer parte de um grupo tão especial como esse.
Os três gols do Flamengo contra o Figueirense foram bonitos. Isso foi comentado depois da partida? O grupo conseguiu eleger o mais bonito?
Realmente foram três gols muito bonitos, mas entre nós não houve qualquer tipo de eleição sobre qual foi o mais plástico, isso fica mais para a torcida e a imprensa. A beleza deles deve ser apreciada, mas é necessário lembrar que eles só tiveram essa grande importância, em razão dos dois gols marcados na primeira partida, pelo Alan, e pelo Cirino. Na realidade, cada um dos cinco gols foi absolutamente fundamental para a nossa classificação.
Você acha que a classificação na Sul-Americana, marcante como foi, precisando ganhar por dois gols, mostra a força do elenco do Flamengo?
Não só a vitória em si e a boa atuação diante do Figueirense, mas o futebol que temos apresentado nos últimos jogos. Quando alguns atletas são substituídos, os que entram em seus lugares conseguem manter o nível e a forma de jogar. Este fato mostra a força do nosso grupo. Cada jogador tem oferecido o que tem de melhor para o time. Todos, sem exceção, compraram a “ideia” do nosso comandante.
Por falar em elenco, o Flamengo tem muitos jogadores renomados e só 11 podem ser titulares. Como está a disputa por posições no time? Dá para dizer que hoje é um grupo que não tem vaidade?
É muito difícil haver união num grupo em que há jogadores vaidosos. Para obtermos os resultados que temos alcançado, tem sido absolutamente necessário que cada atleta pense primeiro no Flamengo, no grupo, independente do nome e do que já conquistou na sua carreira. O resultado disso é a boa fase que atravessamos.
Como o Zé Ricardo trabalha com isso? A gente vê que ele vem dando oportunidades para todo mundo, rodando o elenco… Isso faz com que todo mundo esteja motivado no grupo?
De fato, essa maneira de trabalhar do Zé acaba por manter todo o grupo motivado e atento, já que todos os atletas sabem que podem ser chamados a qualquer momento e caso isso ocorra, terão que estar prontos.
Qual a sua avaliação do trabalho do Zé Ricardo, o primeiro dele por um time profissional?
Creio que os números que a equipe vem obtendo falam por si. É um profissional que conhece bem o clube, e que por isso mesmo não sentiu a pressão de dirigir um time do porte do Flamengo.
Você disse após o jogo contra o Figueirense que tinha que sair um título para coroar o trabalho deste grupo. Você acha que o Flamengo está pronto para ser
campeão, pode conquistar um título ainda este ano? Você sente esse espírito no elenco?
Um título é sempre consequência de um trabalho bem realizado, e esse é o caso do Flamengo neste momento. Em campeonatos de pontos corridos, é comum se dizer que cada jogo é uma decisão, mas para nós, realmente faremos mais 16 decisões, já que almejamos o título. A próxima partida será sempre a mais importante, já que será através dela que poderemos somar os próximos três pontos.
A torcida do Flamengo, sem dúvida alguma, faz a diferença e tem provado isso a cada jogo. Estamos disputando o Campeonato Brasileiro de maneira atípica por não podermos atuar na nossa cidade, no nosso estádio. Entretanto, em todos os lugares nos quais já jogamos, recebemos um apoio muito grande da massa local. Isto mostra do que a torcida do Flamengo é capaz.
Como você avalia sua passagem no Flamengo até aqui. Já se sente bem adaptado? Você está emprestado pelo Grêmio até o final do ano, pretende depois seguir no Flamengo?
Consegui me adaptar rapidamente, muito em função da recepção que tive por parte dos novos companheiros e também dos torcedores do Flamengo. Com o passar do tempo, estou evoluindo e sei que posso dar ainda mais. Sobre a minha permanência, estou muito feliz aqui e se for da vontade de Deus, continuarei no clube.
O Kleber Andrade, em Cariacica (ES), tem sido chamado de Maracanã Capixaba, o Flamengo ainda não perdeu lá em 2016. O que você acha de jogar no estádio, da torcida? O Flamengo se sente em casa mesmo lá?
A torcida rubro-negra do Espírito Santo nos abraçou e temos nos sentido em casa. É um bom estádio, com ótimo gramado, o que é fundamental para nós desempenharmos o melhor futebol possível.
Agora falando do Maracanã. O Flamengo deve voltar a jogar lá em novembro. Você acha que o estádio pode ser um diferencial para o time na reta final da temporada para conquistar títulos?
O Maracanã é a nossa casa e tem a cara do Flamengo. Creio que pode vir a ser decisivo na nossa trajetória no Brasileiro e na Sul-Americana. Ainda não tive o prazer de atuar pelo clube lá, mas confesso que aguardo com muita ansiedade esse momento.
Fonte: Lance