Cuca, treinador líder do Brasileiro, campeão da Libertadores. 18 anos como técnico. Zé Ricardo, técnico do vice líder, três meses interino, três como efetivo. O comandante do Palmeiras está tenso, não pela disputa acirrada entre o seu Palmeiras e o Flamengo pelo título. Mas pela desvalorização da imprensa. O organizador da reação do time da Gávea, pelo contrário, está sufocando de tantos elogios.
Esta disputa psicológica entre os treinadores pode resultar em mais um título no Palestra Itália ou na Gávea. O momento é todo favorável a Zé Ricardo.
Cuca é um técnico consagrado. Foi evoluindo com o passar dos anos, amadurecendo. Mais ganhou do que perdeu. Tem trabalhos excelentes sem títulos, como no Botafogo, no São Paulo. Passagens fraquíssimas como a pelo Flamengo. E momentos vitoriosos inesquecíveis como no Atlético Mineiro.
Enriqueceu de vez no Shandong Luneng Taishan Football Club. Mas foi demitido na China. Veio, passou sua quarentena, recebendo os salários da equipe chinesa. Acertou sua ida para o Fluminense. Mas a diretoria fazia um leilão às avessas com Levir Culpi. Quem aceitasse ganhar menos seria contratado. Cuca desistiu. E o executivo Alexandre Mattos o levou ao Palmeiras, no lugar de Marcelo Oliveira, que se mostrava sem repertório.
Até antes de assinar o contrato deixou claro que o objetivo real seria o Brasileiro. A queda ainda na fase de grupos da Libertadores, a eliminação nas semifinais do Paulista eram esperadas. Paulo Nobre concordou com Cuca e se animou. Não só em deixar de herança para Galiotte, a Libertadores de 2017. Como em celebrar a vitória de suas duas gestões quebrando o jejum de 22 anos sem conquistas do Campeonato Nacional. Além disso, Cuca disse que haveria como tentar a Copa do Brasil. Mas a prioridade assumida é o Brasileiro.
Com o elenco mais recheado do futebol deste país, Cuca está cumprindo a promessa. Faltando 11 rodadas, seu time é o primeiro. Está há dez jogos sem derrotas. Torcida empolgada. Jogadores animados.
Mas Cuca está incomodado. Ele que está contendo suas superstições, mantendo discreta a religiosidade, como Alexandre Mattos pediu. Mas sente não ter o reconhecimento que merece. Muito pelo contrário. Está inconformado com o apelido que seu time ganhou, cunhado pelo colega Mauro César Pereira. O comentarista qualifica a maneira de o Palmeiras jogar como Cucabol.
Na sua visão, o Palmeiras seria um time pragmático, sem brilho aos olhos, que se apela para as jogadas de bola parada, como cobranças longas de laterais para os seus jogadores altos e fortes, como Mina e Vitor Hugo, para decidir os jogos mais importantes. E explora o talento individual de Gabriel Jesus, Dudu. Não vê brilho no 4-2-3-1, com suas variáveis para o 4-3-3, 4-2-2-2 e 4-1-4-1.
Cuca está profundamente magoado. Porque o apelido se espalhou. E remete ao antigo Muribol muito utilizado para explicar e desprezar as vitórias de Muricy Ramalho. Tetracampeão brasileiro, campeão da Libertadores, entre outros tantos títulos. O ex-treinador que fez história no São Paulo foi perseguido, rotulado, por ganhar a maioria de seus jogos apelando para as bolas aéreas, desprezando o potencial do meio de campo, esperando apenas jogadas individuais ou cruzamentos para a área adversária.
Muricy ficava muito magoado. Tanto que fez questão de espalhar pelos quatro ventos que foi se modernizar na Europa. Com direito a estágio no Barcelona. Infelizmente, sua saúde não permitiu provar se havia mudado ou não. Por coincidência, sua saída forçada da Gávea abriu espaço a Zé Ricardo.
O treinador flamenguista tem apenas 45 anos, oito a menos que o rival palmeirense. Não conseguiu ser jogador de futebol. Conseguiu atuar no futsal. Lá passou rapidamente à função de treinador. Comandou Vila Isabel, Vasco, Botafogo. Se aventurou na Itália. Voltou para o Flamengo, no futsal. Aceitou treinar o time sub-13 de futebol de campo. Aplicou conceitos modernos que via na Europa, ficava à vontade.
Assumiu os juniores em 2014. Salário baixo. Sempre considerou o maior investimento de sua carreira. Os dirigentes ficavam atentos ao progresso das equipes que formava, mesmo longe das melhores condições de trabalho. Mas o que acordou a todos foi a conquista, este ano, da Copa São Paulo. Com o Flamengo enfrentando o Pacaembu superlotado de corintianos. O time conseguiu empatar em 2 a 2 e triunfou nos pênaltis.
O trabalho de Zé Ricardo, R$ 9,5 mil mensais, foi exaltado. Assumiu interinamente no lugar de Muricy. Os dirigentes não quiseram Jaime, campeão da Copa do Brasil de 2013. E a diretoria partiu atrás de treinadores consagrados. O nome mais cogitado era de Abel Braga.
Só que, como acontece em 99% das vezes que um técnico interino da base assume um clube, o grupo de profissionais o ‘abraçou’. A desconfiança dos dirigentes é que os atletas acreditavam que seria possível manipular Zé Ricardo. Além de muito inteligente, estudioso, tem na educação, uma enorme qualidade.
Zé Ricardo provou que não seria um fantoche. Muito pelo contrário. Quando precisou deixou jogadores como Guerrero, Sheik e mesmo Diego de fora. O importante, repete, é sempre colocar o melhor time em campo. Doa a quem doer. A princípio, repórteres que cobriam o dia a dia no Ninho do Urubu desconfiavam. Pensavam ser bravata. Mas o jovem técnico sabia que tinha uma oportunidade de ouro. E a agarrou com unhas e dentes.
Os resultados logo entusiasmaram Bandeira de Mello e o departamento de futebol. O sonho de buscar uma vaga na Libertadores de 2017 logo se transformou. A disputa pelo título se mostrou real, possível, verdadeira. O futebol do time foi melhorando, evoluindo. O sistema de jogo envolvente de muita compactação, velocidade, recomposição, triangulações pelas laterais casou com excepcional vigor físico. Daí tantas viradas.
A mais emocionante delas, contra o Cruzeiro, ontem, com direito a Zé Ricardo comemorando o 2 a 1 entre seus jogadores, empolga a imprensa brasileira. Principalmente a carioca.
O técnico acumula elogios e mais elogios. Tenta conter a euforia não só em relação ao famoso ‘cheiro de hepta’, como ao seu nome. Embora mereça com seus seis meses à frente do Flamengo ser considerado o técnico revelação de 2016. E mostrando potencial de quem chega para ficar.
Cuca não consegue disfarçar o incômodo diante das críticas, de como o Palmeiras vem ganhando seus jogos. Contra o Coritiba, os gols de Leandro Pereira e Mina saíram de jogadas ensaiadas. Sem meias talentosos foi uma grande saída do técnico. Mas não adianta, o Cucabol segue sendo repetidos em redações, tevês, rádios, portais.
Enquanto isso, Zé Ricardo está cada vez mais confiante.
Essas duas situações antagônicas são importantíssimas.
E podem decidir o Brasileiro de 2016.
Que conhece Cuca sabe o quanto é transparente.
Questionado, criticado, seu rendimento cai.
Zé Ricardo dá mostra que está cada vez mais forte.
O reconhecimento traz mais força nesta hora decisiva.
Restam 11 jogos neste duelo pessoal.
E o momento é do competente jovem treinador carioca.
Apenas um ponto atrás do seu injustiçado rival.
O resultado final da disputa é imprevisível.
Mas o cenário atual é muito melhor para o flamenguista…
Fonte: Cosme Rímoli
O zé tem q trabalhar a cobertura da zaga nos chutes de fora da área, tomamos gol das peppas assim, o palestino teve liberdade para arriscar diversas vezes, e contra o cruzeiro denovo tomamos gol de fora da área, em breve o PV vai pro gol, e ele é mãozinha de dinossauro!
É melhorar a recomposição defensiva e ter um 1º vol bom, pq o MA é nível hard! SRN
Acho a nossa defesa muito fraca com Rever.
Rever ta lentao e displicente… mas é um monstro contra adv lentos e jogada aerea
Esse Cosme Risole é mesmo um parasita. É incapaz de usar a criatividade e escrever algo que não seja uma polêmica forçada.
O mais impressionante, sempre fala como se vivesse o dia a dia dos clubes, sendo que não sai da frente do computador.
Se avaliam jogadores pelo custo-benefício, porque não técnicos? Nesse caso o Zé é o melhor do mundo