Neste sábado, o Flamengo visita o São Paulo no Morumbi, pelo Campeonato Brasileiro, às 16h (horário de Brasília). Será o reencontro entre Emerson Sheik e a equipe que o revelou. Há poucos registros, mas foi da base tricolor que surgiu o atacante, em uma história cheia de controvérsias, que envolve inclusive adulteração de nome e idade.
Tudo aconteceu em 1996, quando, aos 18 anos, Márcio Passos de Albuquerque, que sonhava em ser jogador de futebol, estava desiludido por não conseguir ser aprovado em um clube. Já pensava em desistir quando sua mãe, Carmem, resolveu dar a cartada final, com consentimento do filho: fazer uma nova certidão de nascimento.
Assim, “morreu” Márcio Passos de Albuquerque, registrado em 6 de dezembro de 1978, e “nasceu” Márcio Emerson Passos, registrado em 6 de setembro de 1981.
Portanto, três anos mais jovem.
Dessa forma, ficou bem mais fácil vingar no futebol. Levado para um teste no São Paulo pelo empresário Cláudio Guadagno, ex-lateral do próprio time do Morumbi, além de Palmeiras e Flamengo, ele foi aprovado em avaliação feito por Milton Cruz, então técnico do sub-20.
Com uma vantagem física impressionante, fruto dos três anos de diferença para os outros garotos, Emerson ganhou rapidamente tratamento de “fenômeno” na base são-paulina, fazendo gols com extrema facilidade e deixando os colegas de equipe boquiabertos.
“O Emerson fazia muita diferença, era acima da média naquele tempo. Ele era absurdo! Se tivesse ficado no Brasil, com certeza teria sido um dos melhores da época e provavelmente iria até para a seleção”, lembra Oliveira, ex-atacante tricolor e hoje técnico, ao ESPN.com.br.
Nessa época, o atacante, que virou “Sheik” pelos tempos em que jogou no Oriente Médio, era conhecido como “Carioca”, já que possuia o indefectível sotaque de alguém nascido em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Emerson assumiu sua outra identidade com tanto afinco que “deixou de ser” Márcio, seu nome de batismo.
“Ele nunca deu mole com isso, em nenhum momento. Sempre que alguém o chamava por Emerson, ele respondia na hora”, conta Oliveira, que jamais desconfiou da adulteração de documentos feita pelo antigo colega de time.
“Nós dois somos do Rio, voltávamos juntos de ônibus para casa e íamos batendo papo. Nunca imaginei que ele seria acima da idade, jamais tive pista disso e nem ele falou nada. Só fiquei sabendo depois…”, recorda.
O zagueiro Júlio Santos, que jogou por quatro anos no São Paulo, entre base e profissional, é outro que se lembra bem do desempenho impressionante de Emerson na época de sub-20, quando ofuscava até mesmo o meia Kaká (à época Cacá) no Morumbi.
“Era uma coisa de outro mundo. Ele tocava a bola pra frente, passava por três ou quatro com muita facilidade e fazia uma penca de gols. A diferença de força e qualidade dele para os outros era absurda. Depois fomos saber que era porque ele tinha 20 anos, e a gente tinha 15 (risos)”, afirma o atleta, “vítima” dos dribles de Sheik na base.
“Ele sempre foi muito seguro quanto a si mesmo, nunca deu brecha. Enganou todo mundo nessa época”, completa Santos, que atualmente defende o Novo Hamburgo-RS.
Na época, o São Paulo e a comissão técnica da seleção brasileira sub-20, para a qual Emerson foi convocado, chegaram a desconfiar que o atleta seria “gato”, que é como os jogadores que adulteram a idade são conhecidos. Como nada foi provado, porém, o “fenômeno” da base foi promovido ao time profissional normalmente.
Em 26 de setembro de 1998, com teóricos 17 anos no documento, ele fez sua estreia pelo time de cima, substituindo Dodô em um 0 a 0 com o Flamengo, pelo Brasileirão. No ano seguinte, voltou a ganhar chances, desta vez com Paulo César Carpegiani como técnico, e foi escalado até mesmo como lateral direito em algumas partidas.
Ao todo, ele fez apenas 19 partidas pela equipe adulta, marcando dois gols: um na vitória por 5 a 1 sobre o Atlético-MG, em 25 de julho de 1999, e outro na derrota por 3 a 2 para o Santos, em 28 de julho do mesmo ano – nas duas, jogou como atacante.
Depois que o São Paulo foi punido no Brasileirão de 1999 pelo caso Sandro Hiroshi, quando a Folha de S. Paulo revelou que o jogador tricolor havia adulterado seus documentos, o clube do Morumbi resolveu vendê-lo para evitar mais problemas.
Com isso, o “Carioca” foi negociado com o Consadole Sapporo, do Japão, a pedido do técnico Pita (ex-jogador do clube paulista), que havia comandado o atacante na base tricolor. Daí em diante, sua carreira deslanchou de vez.
Na terra do sol nascente, ele atuou ainda por Kawasaki Frontal e Urawa Red Diamonds antes de ir para o Al-Sadd, do Catar, em 2005. Foi então que a história de sua adulteração de documentos foi descoberta.
Em 2006, enquanto embarcava do Rio de Janeiro para o Catar, ele foi detido pela Polícia Federal no aeropoto. Acabou condenado a três anos e nove meses de prisão, mas sua pena acabou convertida em multa e prestação de serviços comunitários.
Então, o atacante voltou a ser oficialmente Márcio Passos de Albuquerque, apesar de ainda ser conhecido como Émerson – um de seus filhos, inclusive, se chama Émerson Júnior. Sua idade também foi arrumada, e hoje o jogador do Flamengo tem 38 anos.
Em 2010, aliás, ele esteve muito próximo de voltar ao São Paulo, mas acabou indo para o Fluminense, graças a um polpudo investimento feito pela Unimed. No Rio, faria gols decisivos para a conquista do Brasileirão, uma marca de sua carreira recheada de títulos, que incluem ainda Libertadores e Mundial pelo Corinthians, entre outros.
Responsável por tudo isso, a mãe de “Sheik” diz que não se arrepende de nada.
“Eu me arrependeria se tivesse deixado o meu filho na rua”, disse, à TV Globo.
Fonte: ESPN
não acredito que essa praga vai ser relacionado.
Caramba
e o Cirino
jogou até os 30 do segundo tempo
Sheik não é Ruim
mas está mau…muito abaixo do que já jogou
e ele ou qualquer outro mal
é menos pior que o Cirno
outra praga