Este ano vimos muitas coisas desagradáveis acontecendo com o nosso mais querido. As quatro eliminações são ainda muito recente e fazem um espinho na nossa carne, uma ferida que teima em não fechar. Não obstante isso, ainda esta semana Léo Moura protocolou ação contra o Flamengo na justiça. O último ídolo está manchando a sua reputação com uma ação por um pouco de dinheiro. Foi-se o tempo em que Ídolos que falavam um português engraçado abriam mão de oito milhões para jogar no time do coração e levar ao título a torcida que tanto os ama. Não é sobre isso que vamos falar.
O recente imbróglio com o Fluminense escancara a incompetência dos mandatários de Clubes no Brasil no que tange a negócios. Como funciona um modelo inteligente? No modelo inteligente os clubes de futebol entendem que há uma rivalidade e essa rivalidade deve ser alimentada. A torcida deve sentir isso. A mídia deve sentir isso. O público nos estádios deve sentir isso. As diretorias no comando dos seus clubes em suas salas não.
Qualquer um que entenda do negócio futebol sabe isso. É um círculo vicioso. Para o seu time ser grande ele precisa de rivais. Para se ter rivais é necessário que os outros tenham um elenco bom. Para se ter elencos assim é preciso dinheiro. Para se ter dinheiro é preciso bons públicos, bons públicos espetáculo e espetáculo bons elencos. Podemos citar o campeonato inglês e o Alemão neste esquema.
Bandeira de Mello entende isso. O cartola rubro-negro já é o diferente há quase quatro anos. Para nos ater apenas ao assunto, Bandeira é membro fundador da primeira liga do Brasil, liga que intentava um novo projeto para o futebol no Brasil. O nosso futebol é atrasado em diversos aspectos. Havia apenas um em que, sobretudo o carioca, estava num bom lugar: Divisão de estádio.
Desde que eu me lembro, o futebol carioca sempre teve divisão de estádio de 50%, assim como a renda. Era o diferencial. Algo que fazia do futebol uma festa. Em determinados momentos o torcedor podia, inclusive, sentar ao lado de seu rival para assistir aos jogos. Mas, como tudo no Brasil, o que é bom dura pouco.
Começou com jogos em São Paulo, depois se espalhou pelo Brasil, chegando ao ponto de haver torcida única nos clássicos. Ainda assim o nosso presidente segurou a peteca. Os quatro anos de seu mandato até agora sempre primou pelos clássicos divididos. O que no fundo já era prejuízo para o Flamengo. A nossa torcida é gigante e tem condições de lotar o Maracanã 90% e 100% em todos os jogos. Na prática o que acontece é que o Flamengo enche estádio e o outro clube é quem colhe os frutos dividindo meio a meio. Ultimamente muitos times do Brasil têm vendido os jogos para praças maiores para arrecadar mais em jogos com o Flamengo.
Este ano convivemos com a falta do Maracanã e este fato ocasionou em diversas situações no futebol carioca. Muitos já devem ter esquecido, mas este ano marcou a volta do Flamengo à São Januário. Jogamos com 90% da torcida deles, apesar de a renda ter sido dividida. Jogamos contra o Botafogo na ilha com 90% da torcida deles sem direito a renda no mando deles. E nesta próxima rodada jogaríamos com o Fluminense na ilha da mesma forma, o que só não acontecerá porque o Botafogo não permitiu e também porque a repercussão na mídia foi devastadora para os tricolores que, não só traíram o seu seu pseudo aliado, como também a sua palavra.
Há ainda mais o que se pensar. Com mando do Flamengo, o clube vendeu ingressos para uma torcida mista nos jogos contra o São Paulo e o Palmeiras (jogo que ocasionou multa e punição da nossa torcida em outros jogos). O mesmo não aconteceu quando nós fomos os visitantes.
Há muito o que fazer no cenário nacional para que o futebol brasileiro volte a ser alguma coisa. O Flamengo demonstrou entender exatamente o que precisa para isto acontecer, não adianta ser protagonista sozinho. O grande problema é que o amadorismo impera no nosso futebol. No momento, estamos caminhando a passos largos para não ter mais rivais. Que seja. Fizemos o que podíamos e se não vai pelo amor, vai pela dor. O melhor que podemos fazer agora é viver a nossa vida e montar os melhores times que podemos montar com o trabalho que fizemos até agora. Quem sabe algum desses cabeça de bagre não aprendem o que é que se tem que fazer.
Acabou o amor. No jogo contra o Fluminense, o Flamengo deve rejeitar a divisão do estádio e levar apenas 10% que o clube tem direito legal. Fluminense viu o quanto de dinheiro perderá com a decisão e voltou atrás, mas agora é tarde. Chega de levar nas costas esses amadores. Este ano ainda teremos a oportunidade de jogar contra o Botafogo com 90% da nossa torcida e assim será de agora em diante. Este é o Flamengo que eles pediram e será os Flamengo que eles terão. Contra tudo e contra todos, somos mais Mengão.
O que você acha? Vale a pena dar outra chance aos clubes Brasileiros?
Obs: Em matéria do Globoesporte publicada no dia 27/06 o consórcio comemora a renda recorde com 25mil pessoas no estádio que não preencheu o lado tricolor. Quanto você acha que será a renda mesmo com 50%?
Anderson Alves, O otimista.
É uma sacanagem o que fazem com o Mengão, mas você foi incoerente ao dizer que precisamos profissionalizar o futebol brasileiro e termina sugerindo fazermos o mesmo que os incompetentes. Sei que a paixão de torcedor fala mais alto nesta hora mas o Mengão por ser o maior de todos tem que ser exemplo, e assim está sendo. A mudança tem que partir de alguém e fico orgulhoso que seja do Mengão. SRN
concordo com quase tudo exceto pegar so 10% do jogo contra o Flu, estamos disputando campeonato e o jogo e’ importantissimo… abrir mao da torcida e’ muita burrice agora.