No planejamento de um time que joga o Campeonato Brasileiro, mesmo dos que pretendam ser campeões, um empate com o São Paulo, no Morumbi, não chega a ser um desastre. No caso do Flamengo, o 0 a 0 deste sábado abre outras frentes de preocupação. A principal, o terceiro jogo seguido sem boa atuação, ainda que uma das marcas deste torneio seja a oscilação dos times. Outra questão, perceber que três dias após uma eliminação embaraçosa na Sul-Americana, a reação do time não foi alentadora. O Flamengo foi conservador em boa parte do duelo no Morumbi, em especial no segundo tempo.
Eram duas formas bem distintas de tentar vencer o jogo. O Flamengo através do controle da bola e da tentativa de troca de passes, sem pressa de chegar ao gol rival. O São Paulo com menos elaboração, apostando na marcação forte no meio-campo e na tentativa de acionar rapidamente os homens de frente. Em comum, os dois times tiveram um traço: nenhum deles ameaçou o gol rival num primeiro tempo de raras finalizações.
O Flamengo queria a bola e a teve. Diego se movia para tentar ser o homem do último passe, mas a posse de bola rubro-negra era muitas vezes horizontal, sem penetração. Gabriel e Éverton, os pontas, buscavam o meio. Pela direita, Rodinei até conseguiu algumas ultrapassagens. Mas, pela esquerda, Jorge ficava tolhido em sua melhor característica, que é a ajuda na armação pelo centro.
O Flamengo foi pouquíssimo ousado num segundo tempo de mais volume do São Paulo. Até Zé Ricardo tentar mudar a característica do time. Fernandinho entrou pela esquerda. Dos atacantes do Flamengo que jogam pelo lado do campo, é o que vive melhor momento técnico. E costuma buscar sempre a linha de fundo, permitindo a Jorge buscar jogadas pelo meio. Pela direita, Rodinei ganhou o corredor. Surgiram duas ótimas chances, uma de cada lado: Jorge finalizou fora e Damião, que substituíra Guerrero, cabeceou para Dênis salvar.
Mais tarde, Zé Ricardo tentou colocar um segundo armador, recorrendo a Alan Patrick. Mas restavam apenas dez minutos. O crescimento ofensivo do Flamengo não impediu que o time ainda levasse um susto atrás atrás, quando a falha de Réver e Vaz deu a Chávez uma incrível chance. No balanço do jogo, o empate foi justo. Na tabela, a distância para o Palmeiras pode até crescer na segunda-feira. Mas na perspectiva de futuro, a certeza é de que o Flamengo tem um padrão a recuperar. Afinal, já jogou melhor e não faz tanto tempo.
Fonte: Carlos Eduardo Mansur
Verdade bom texto.
Ótimo texto!
Time precisa se reinventar, está previsível!
O padrão a ser seguido está nas atuações contra peppas e figueira.