Pé frio? Nos últimos 10 jogos sem Guerrero, Fla somou 28 pontos

Não são dois centro-avantes. Na partida contra a Chape o Guerrero jogou de segundo atacante quando o Damião entrou.

Além disso, não vejo essa necessidade de pontas quando se joga com dois homens de referência. Se engana quem pensa que pra um time ser veloz são necessários jogadores velozes. A velocidade tem que estar na bola. Num meio com Diego e Mancu, a bola gira rápido e o jogo também.

Quanto as jogadas de fundo, num sistema como o que citei, o Mancu fica mais a esquerda, o Diego centralizado e o Arão mais a direita, com o Guerrero vindo receber a bola no meio. Dessa forma sempre vai haver possibilidade de tabelas e triangulações, onde num lado vai estar Mancu e Jorge e no outro Pará e Arão, com Diego ou Guerrero encostando em quem tá com a bola.

Quanto a recomposição, poderíamos prender os dois zagueiros, que gostam de sair, o Márcio também e o lateral do lado sem bola não sobe. Teríamos 4 jogadores mais fixos. Em caso de perda de bola, quem tá na frente volta pra recompor. Vão voltar mais lentos que Gabriel, Cirino e cia, mas em compensação vamos perder menos bolas no meio e ter maior controle, sendo menos obrigados a voltar o tempo todo.

Seleção italiana campeã do mundo de 2006 e um dos melhores times que já vi: Buffon, Zambrotta, Carnavaro, Materazzi e Grosso; Gattuso, De Rossi, Camoranesi e Pirlo; Totti e Luca Toni. Não só não eram rápidos, mas também eram lentos. E não era tendência na época jogar sem jogadores velozes, só é olhar pra França, que perdeu a final e jogava com 4-2-3-1, com Ribery, Malouda e Henry, que era um centro-avante veloz.

Acho complicado falar em anos que se trabalha de um jeito com uma seleção, pq 4 anos treinando uma seleção em virtude de uma formação não equivalem a um ano de treinamento em um time. Se o treinador quiser e tiver qualidade, ele consegue mudar o esquema.
Quanto ao Camoranesi, ele tinha realmente muita técnica, como característico dessa seleção, não era lento, mas também não era muito veloz. Ele pensava rápido e driblava muito bem, o que fazia ele passar pelos marcadores.

Com certeza não temos um jogador como o Camoranesi, só respondi ao seu comentário sobre ele.

Sou um defensor do Zé Ricardo, apesar de discordar e não entender alguns de seus critérios. E tenho um pensamento similar ao seu quando fala que não foi ele que montou o elenco. Realmente não foi e talvez as escolhas do Zé tivessem sido diferentes.

Quanto ao “não saber armar”, acho essa expressão perigosa. O Zé sabe armar um 4-4-2 e a prova disso é que ele já fez isso. E se não sabe, a vida dele pode se complicar. Vida de treinador é adaptação. Hoje em dia estamos vendo medalhões como Luxemburgo, Renato Gaúcho e cia amargarem meses e até anos sem um contrato justamente porque não conseguem se adaptar ao futebol moderno. O Renato no auge do desespero firmou um contrato de 3 meses. O Zé, vendo e sabendo o que pode acontecer, tem que aprender, mesmo que na marra, a ser versátil. Pq se medalhões tão rodando fácil imagina um técnico de primeira viagem.