“Recentemente, participei do grupo de trabalho da estruturação do calendário do futebol brasileiro, concebido pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Apesar de ter sido uma experiência mal sucedida – retirei-me do grupo, por discordar dos rumos que os trabalhos vinham tomando –, tive o prazer de conhecer pessoas como o zagueiro penta campeão Edmílson, meu ídolo Ricardo Rocha e, especialmente, o capitão do tri campeonato, Carlos Alberto Torres.
Em um almoço, tive oportunidade de recordar duas estórias com o “capita” – demos muitas risadas com elas:
Campeonato Brasileiro de 1983. O “capita”, técnico do Flamengo, lança o jovem Bigu no time, em determinado jogo. O garoto vai bem. No jogo seguinte, dúvida se Bigu jogaria, um repórter começa a “encher o saco” do “capita” (nas palavras dele próprio…) para ver se Bigu jogaria. Meio contrariado com a insistência do repórter, Carlos Alberto Torres afirma: “O time é Bigu e mais dez!”. Imagina: é Bigu e mais dez, em um time onde jogavam Zico, Júnior, Leandro, Adílio, Mozer, Raul… Bigu jogou!
Final do Campeonato Carioca de 1984, entre Flamengo e Fluminense. Carlos Alberto Torres, técnico tricolor, dá uma polêmica declaração, antes da final: “O Flamengo joga uma bolinha pe-que-ni-ni-nha!”. O assunto rendeu. A final aconteceu, e o Fluminense foi campeão. No vestiário, o “capita” chama a Imprensa: “Eu não disse que a bolinha do Flamengo era pe-que-ni-ni-nha? Olha ela aqui!”. E saca, do bolso, uma bola do jogo Pelebol, presa por uma pequena corda. Gargalhada geral no vestiário!
Ao relembrar as histórias ao “capita”, ele sorri, se entusiasma e conta como foi. É essa imagem que levarei dele, a de alguém irreverente e brincalhão, como se deve ser na vida.”
Fonte: Lancenet