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Jailson, Vanderlei e Muralha são os goleiros mais decisivos do Brasileirão

Invicto após disputar 17 jogos, o desempenho sob as traves vem tornando Jailson o goleiro mais decisivo do Brasileirão, e o Palmeiras há algumas rodadas no mais forte candidato ao título de 2016. A duas rodadas do fim do campeonato, então, o goleiro se tornou um trunfo ainda mais importante, já que um único ponto leva o Verdão à conquista do título.

Para reforçar a validade do ditado que aponta a necessidade de um grande goleiro para se formar uma grande equipe, Vanderlei, do Santos, e Alex Muralha, do Flamengo, aparecem empatados na segunda colocação do Índice de Goleiros mais Decisivos do Espião Estatístico. Os dois se enfrentam no próximo domingo, no Maracanã, às 17h. Por uma incrível coincidência, apesar de terem números diferentes de defesas difíceis decisivas e gols decisivos sofridos, ambos têm o mesmíssimo índice com 35 e 31 jogos disputados, respectivamente. Na classificação do campeonato, o Santos de Vanderlei tem um ponto a mais do que o Flamengo de Muralha. É pouco, mas o suficiente para o Santos ser o único candidato possível para tirar o campeonato do Palmeiras.

Os três goleiros mais decisivos do Brasileirão ajudaram a assegurar seus times na Libertadores-2017. O fato de suas equipes terem feito excelentes campanhas neste ano pode levar a acreditar que eles herdaram a condição de goleiros mais decisivos, mas não. Tanto é verdade que Victor, do Atlético-MG, e Weverton, do Atlético-PR, quarto e quinto colocados na classificação do Brasileirão após a rodada #36, aparecem apenas na 10ª e 12ª colocações do Índice de Goleiros mais Decisivos. Os líderes são ótimos goleiros em equipes bem montadas.

Quem tambem teve importância fundamental em suas equipes foram Sidão, do sexto colocado Botafogo, e Wilson, do Coritiba, que está na 12ª posição na tabela de classificação. Veja abaixo os números que os tornaram os mais decisivos do Brasileirão-2016.

JAILSON

Quando Fernando Prass se lesionou na seleção olímpica, a direção do Palmeiras olhou o mercado, mas antes de investir em uma contratação, decidiu testar o reserva Jailson na posição. Contratado do Ceará, em 2014, agarrou a chance que lhe caiu do céu e praticamente fechou o gol. Com ele em campo, a equipe não perdeu. Em 17 jogos, fez 13 defesas difíceis quando a equipe empatava oito partidas diferentes, sendo que empatou a metade e venceu a outra metade por apenas um gol de diferença. Ou seja, foram frequentes suas intervenções que tornaram menos difícil a campanha palmeirense, já que reverter um placar adverso é muito mais desgastante física e emocionalmente. Fez mais oito quando o time vencia por um gol em cinco jogos e venceu quatro deles por apenas um gol de vantagem. Defesas difíceis que garantiram oito preciosos pontos na tabela de classificação.

VANDERLEI

Com o dobro de jogos disputados na comparação com Jailson, Vanderlei tem quase o triplo de defesas difíceis. Mas a defesa do Palmeiras foi muito mais regular até aqui, e o goleiro do Santos ficou para trás. Se 91% das defesas difíceis de Jailson foram decisivas, as de Vanderlei foram 74%. Para chegar à liderança, Vanderlei precisaria não levar gol e fazer dez defesas difíceis nos dois próximos jogos, e Jailson levar ao menos um gol nos dois jogos que restam e não fazer defesa difícil. Mesmo com os espaços que a defesa do Santos oferece aos adversários, a tarefa de fazer dez defesas difíceis em duas partidas não parece realizável. Entre os líderes, Vanderlei é o que tem a maior média de defesas difíceis, mas a média é de “só” 1,85 por partida. Vanderlei fez 25 defesas difíceis quando o Santos empatava 17 partidas diferentes, mas o Santos perdeu oito delas.

ALEX MURALHA

Só não se pode dizer que o goleiro Alex Muralha teve um ano de sonho porque sua equipe não tem mais chance de se tornar campeã. Se Jailson tem 91% de defesas difíceis que foram decisivas, a marca de Muralha fica bem pouco atrás, 86%. Só que a defesa do Palmeiras como um todo está muito mais bem estruturada. Enquanto Jailson levou por jogo a média de 0,47 gol decisivo (quando sua equipe empatava ou vencia por um gol), a marca o goleiro do Flamengo está em 0,81. Muralha fez 23 defesas difíceis com o placar empatado em 15 jogos diferentes, dos quais o Flamengo venceu cinco, empatou cinco e perdeu cinco. Muralha fez muito e ainda tem mais duas rodadas para exibir a técnica que levou o Rubro-Negro a investir estimados R$ 4 milhões para adquirir 50% dos direitos econômicos do atleta junto ao Figueirense. Seu desempenho sem dúvida valeu cada centavo dessa montanha de dinheiro.

SIDÃO

Outro goleiro de seleção brasileira se lesionou neste ano, Jefferson. Seu substituto era Helton Leite, e o terceiro goleiro, Saulo, estava com 21 anos. Para não correr o risco de queimar o jovem, o Botafogo foi ao Audax-SP buscar Sidão para ficar na reserva. Após seis rodadas, com uma vitória, um empate e quatro derrotas, Sidão teve sua chance, apesar de só ter ficado no banco em três partidas. Praticamente chegou, calçou as luvas e foi para jogo. De quebra, ainda quase fez um gol de bicicleta contra o Santos, no Pacaembu. Vanderlei defendeu, mas não foi difícil o suficiente para entrar para este “Índice”. Apenas 56% de suas defesas difíceis foram decisivas, a menor marca entre os líderes. Mas acabou por formar uma das mais fechadas defesa do segundo turno. Sua presença aqui espelha o interesse do São Paulo em contratá-lo para o ano que vem.

WILSON

Cravados 80% das defesas difíceis de Wilson foram decisivas, uma marca muito boa. Sem dúvida foi importantíssimo para o Coritiba ser até aqui a oitava defesa menos vazada da competição, mas não resolveu muito porque o ataque foi o oitavo menos efetivo. No que lhe cabe, Wilson em mais uma temporada exibiu seu potencial, que o torna uma aposta atraente no Cartola FC. Dos líderes, só Vanderlei tem uma média maior de defesas difíceis por partida (a de Wilson está em 1,64). Foram 41 defesas difíceis quando seu time empatava 20 partidas diferentes, das quais o Coritiba venceu quatro, empatou dez e perdeu seis. O sistema defensivo fez o possível enquanto foi possível sob uma pressão considerável, já que o Coritba frequentou a zona de rebaixamento por nove rodadas entre a #6 e a #19. O segundo turno foi bem menos traumático. Graças a Wilson, também, certamente.

CRITÉRIOS

Tudo começou com uma pergunta: que goleiro você preferiria ter no seu time: um que tivesse sofrido cinco gols e feito dez defesas difíceis ou um que tivesse sofrido dez gols e feito cinco defesas difíceis? A resposta que pareceu fazer mais sentido foi “depende do momento do jogo em que eles levaram os gols e fizeram as defesas”. Se as defesas foram feitas quando o time empatava ou vencia por um gol e os gols foram sofridos quando o time já ganhava por dois de vantagem, qualquer um dos dois é bem-vindo.

A partir daí, escolhemos comparar os goleiros a partir de eventos decisivos: gols sofridos e defesas difíceis enquanto seus times empatavam ou venciam por um gol de diferença. Ou seja, gols sofridos e defesas difíceis que interferiam diretamente na pontuação da tabela de classificação no momento em que ocorreram.

De posse dos dados coletados em 360 jogos e considerando o placar de momento da partida de cada evento, dividimos o número de defesas difíceis decisivas pela soma de gols decisivos com defesas difíceis decisivas. O resultado dessa divisão é o Índice de Goleiros Decisivos de cada um dos concorrentes, um percentual de eficiências nas jogadas mais difíceis quando realmente isso era muito importante para a equipe.

Fonte: Globo Esporte

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  • Só para quem dizia que o Muralha não estava nem entre os 10 melhores goleiros do campeonato.......SELEÇÃO E TOP 3!