Depois do “caso Willian Arão”; das rusgas com o “episódio Porta dos Fundos”; das tentativas vetadas de alugar o Engenhão e o Luso-Brasileiro – com direito à justificativa de problema de esgoto e recusa de R$ 180 mil –; da controversa divisão das torcidas nos clássicos com só 10% para os visitantes; do aumento do bicho contra o rival em General Severiano; e das alfinetadas via redes sociais no aniversário rubro-negro, a troca de mãos da Arena da Ilha do Governador virou a mais nova polêmica entre Flamengo e Botafogo.
A rivalidade aflorou entre os dois clubes nas gestões de Eduardo Bandeira de Mello e Carlos Eduardo Pereira. O Flamengo, que precisava de uma alternativa na negociação pelo Maracanã, viu no acordo com a Portuguesa-RJ a oportunidade perfeita para evitar um 2017 itinerante, fato que não agradava ao departamento de futebol, e uma forma de pressionar um cenário que o permita enfim administrar o Maraca. De quebra, ainda assumiu um estádio praticamente pronto onde o Botafogo investiu R$ 5 milhões e fazia parte dos planos do rival, que tinha prioridade.
Pouco depois de o Flamengo divulgar em seu site oficial e redes sociais a parceria para jogar na Arena pelos próximos três anos – renováveis por mais três –, o Botafogo também foi à internet e postou no Twitter: “Em 2017, é Glorioso no Niltão! Como previsto, Arena Botafogo foi fundamental em 2016 (e ainda será sábado!), com contrato até o fim do ano”, diz a mensagem, reforçando que o estádio ainda é do Alvinegro até dezembro.
Em General Severiano, a notícia foi uma surpresa, embora não tenha sido um lamento. Internamente, dirigentes já se mostravam antes conformados com a inviabilidade de administrar a Arena junto com o Estádio Nilton Santos sem parceria. Mas o interesse era real, tanto que, no fim de outubro, pouco antes de Carlos Eduardo Pereira sair de férias e viajar para a Argentina, ele se reuniu com Rubens Lopes na Ferj para tratar do assunto. Do acordo firmado dia 29 de abril com a Portuguesa-RJ, a única promessa não cumprida foi a cessão de jogadores para a Lusa.
Sem mais planos para a Arena, o Botafogo, que já jogou 12 vezes no local com o time profissional – incluindo um Bota x Fla –, vai se despedir oficialmente do estádio no sábado, quando enfrenta a Portuguesa às 20h (de Brasília). Aí surge um novo impasse: repassa a estrutura para o Flamengo ou a desmancha? Em entrevista ao SporTV, o diretor geral do Rubro-Negro, Fred Luz, revelou que haverá uma tentativa de diálogo com a diretoria alvinegra para redução de custos de obra: tanto de um para construir quanto de outro para desmontar.
Nesse processo de saída do Botafogo e de transição, acreditamos que tem a oportunidade de ajudar o Botafogo a ter menores custos, e o Botafogo nos ajudar a ter menores custos”
Fred Luz, diretor geral do Flamengo
– Pretendemos dar uma melhorada, eventualmente aumentar a capacidade. Temos um orçamento conservador, não vou abrir números, mas nesse processo de saída do Botafogo e de transição, acreditamos que tem a oportunidade de ajudar o Botafogo a ter menores custos, e o Botafogo nos ajudar a ter menores custos – ponderou.
Porém, a tendência é por um desmanche geral, de placas, refletores, arquibancadas, a começar por domingo. Até há dirigentes favoráveis à venda do material, mas a ideia encontra resistência internamente. Toda a parte de iluminação por exemplo, incluindo os quatro refletores, pertencem ao Botafogo e deve ser reaproveitada no Estádio Nilton Santos. Já as arquibancadas provisórias são alugadas junto à empresa “Mills”, mas podem ser desmontadas pelo próprio Alvinegro.
O GloboEsporte.com consultou a “Mills” a respeito de contatos do Flamengo para manter as arquibancadas e prazo para reconstrui-las novamente se necessário, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria. Fato é que um desmanche vai atrasar a estreia do Rubro-Negro em sua casa nova, que por enquanto segue sem previsão. Além de mais espaço para o público, a diretoria planeja melhorias em vários setores, especialmente no gramado, muito criticado.
– Com relação ao gramado pode ter certeza que ele será completamente reformado. Vamos ter um tapete. O Flamengo quer transformar a Arena na sua casa. Passa pela questão da transformação. Mexendo no próprio layout, cores. Tudo que envolve esse conceito – prometeu o vice-presidente de patrimônio do Flamengo, Alexandre Wrobel.
Fonte: Globo Esporte
Acho interessante tentar um acordo com o Botafogo para o bem dos dois clubes, mas se o Botafogo continuar com essas picuinhas então que eles façam logo o desmonte para que o Flamengo possa trabalhar tranquilamente o provisório estádio.
Pelo que deu a entender, o Bosta irá devolver o estádio apenas em dezembro, o que seria má-fé. Amadores, como sempre.
O Contrato deles acaba em 31 de dezembro e o nosso começa em 1 de Janeiro.
Sim, falei errado o contexto todo.
O que eu queria dizer era que o Botafogo já demonstrou que não irá antecipar sua saída do estádio, caso haja solicitação. Má-fé é uma palavra muito forte para ser utilizada neste contexto.
Pelo que entendi, o Botafogo estaria disposto a perder dinheiro, desmontando toda a estrutura, só para fazer o Flamengo também perder. Por estas e outras que futebol carioca vive se afundando na mediocridade. Esse presidente do Botafogo parece um Eurico genérico, vive se preocupando com o Flamengo. E com a desvantagem de ser menos engraçado do que o Eurico, que pelo menos tem uma tirada boa de vez em quando.