O Flamengo terá uma nova alternativa para mandar seus jogos a partir do próximo ano. Sem o Maracanã em grande parte desta temporada, já que o estádio foi liberado para os Jogos Olímpicos e Paralímpicos, e insatisfeito com a possibilidade de ficar fora da disputa para administrar o estádio, o clube fez um acordo com a Portuguesa da Ilha para usar o Luso-Brasileiro nos próximos três anos, arena que serviu ao Botafogo em 2016.Embora não descarte totalmente o Estádio Mário Filho, o diretor geral do Rubro-Negro, Fred Luz, destacou a importância de ter uma alternativa no momento em que questiona o custo do aluguel do principal palco do futebol no Rio de Janeiro.
– Não significa que o Flamengo não vai jogar no Maracanã, de jeito nenhum. Claro que o Flamengo tem dúvidas de qual vai ser esse modelo, sempre declarou que o Maracanã não é um equipamento que permite lucros exorbitantes. O clube não vê com bons olhos a operação na mão de um intermediário que vai querer fazer lucro às custas das receitas do Flamengo. A gente vem conversando com o governo do Estado. Até hoje o Maracanã sempre foi um estádio deficitário. Quando ele colocou um intermediário administrando, que acho que não tinha tanta experiência com números do futebol foi uma operação extremamente deficitária, que o concessionário está desejando abandonar o projeto – disse.
Para o dirigente, jogar no Maracanã sem onerar o orçamento do clube não é tarefa muito simples. Ovice-presidente de patrimônio do clube, Alexandre Wrobel, avisou que o estádio segue sendo o plano A, mas Fred Luz vê a questão complicada porque o Flamengo discorda do modelo de operação.
– O Maracanã é um sonho de muita gente, um ícone da cidade do Rio de Janeiro. Muitas vezes ele alimenta expectativas de se fazer receita que na nossa opinião não é tão fácil assim. Então, acaba que a empresa que vai desejar ter lucros vai querer construir esses lucros em cima das receitas dos clubes de futebol do Rio. O Flamengo não concorda mais com isso. O Flamengo acha que as receitas dele, geradas pelos torcedores, são para melhorar o seu time de futebol, para investir nas instalações, para que o clube possa ser cada vez mais competitivo.
Para Fred Luz, o acerto com o estádio da Portuguesa dá uma tranquilidade ao clube após um ano complicado no aspecto logística pela ausência de uma “casa” no Rio de Janeiro. Embora saiba que a Arena da Ilha não tem condições de receber jogos de grande público, o clube vê com bons olhos a alternativa, que poderá servir pelo menos até as quartas de final da Libertadores, caso o clube avance – para isso, será necessário aumentar a capacidade.
– O Flamengo penou nesse ano de 2016 por não ter uma casa fixa no Rio de Janeiro. Surgiu essa oportunidade de montar essa parceria com a Portuguesa e formalizamos. O clube vai ter uma casa para muitos de seus jogos no ano de 2017, evitando o desgaste do time. Acreditamos que isso vai contribuir para o desempenho esportivo (…). Pretendemos dar uma melhorada, eventualmente aumentar a capacidade. Temos um orçamento conservador, não vou abrir números, mas nesse processo de saída do Botafogo e de transição acreditamos que tem a oportunidade de ajudar o Botafogo a ter menores custos e o Botafogo nos ajudar a ter menores custos – afirmou.
O contrato entre Flamengo e Portuguesa tem prazo de três anos, renováveis por mais três. Se os dois clubes tiverem jogos no mesmo dia, a prioridade é rubro-negra.
Fonte: GE