O Flamengo fechou 2016 com sua melhor campanha no Campeonato Brasileiro dos pontos corridos – disputado desde 2003. Isso quando a leitura é feita, claro, na frieza dos números. Ao contrário de 2009, o título não veio, e esse fato dá o tom da frustração do Rubro-Negro ao fim desta temporada.
Após 38 rodadas, o time comandado por Zé Ricardo somou 71 pontos e 62,3% de aproveitamento. Quando foi campeão brasileiro pela última vez, o Flamengo chegou a 67 pontos e quase 59% de aproveitamento. A campanha de 2016 iguala a marca de menor número de derrotas (sete), alcançada em 2011. Mas de que adiantam os números expressivos se o Rubro-Negro encerra a temporada sem nenhum dos cinco títulos que disputou? A classificação para Libertadores, assim, fica com gosto de prêmio de consolação.
É verdade que Zé Ricardo deu um rumo ao Flamengo logo quando assumiu o lugar de Muricy Ramalho, em maio. O Flamengo finalmente fez jus ao investimento e mostrou-se ainda mais forte com a chegada de reforços como Diego, Réver e Rafael Vaz. Mas a equipe não conseguiu manter o bom nível exatamente na reta final, quando a disputa do título estava polarizada com o Palmeiras, e a perda de pontos seria fatal.
Essa, aliás, foi a tônica do Flamengo ao longo de todo o ano. Em jogos especialmente decisivos a equipe não teve boa atuação e viu cair por terra a chance de ser campeã. Só para citar um exemplo de cada competição.
Vasco x Flamengo (Campeonato Carioca) – No clássico na Arena da Amazônia, em Manaus, time rubro-negro foi amplamente dominado por um adversário tecnicamente inferior e perdeu por 2 a 0, deixando de se classificar para a decisão.
Flamengo x Atlético-PR (Primeira Liga) – O técnico Muricy Ramalho optou por poupar jogadores na semifinal de uma competição pela qual o clube peitou até a CBF e, em mais uma atuação ruim, perdeu por 1 a 0.
Flamengo x Fortaleza (Copa do Brasil) – Depois de perder no Castelão, o Flamengo voltou a ser dominado por um adversário que disputa a Série C e, sem quase ameaçar, sofreu outra derrota por 2 a 1, no segundo jogo, em Volta Redonda. A eliminação na segunda fase representou a pior campanha do Rubro-Negro na história da competição.
Flamengo x Palestino (Copa Sul-Americana) – A vitória por 1 a 0 em Santiago deixou o Flamengo tranquilo para a volta, em Cariacica. Tranquilo até demais. O time assistiu à equipe chilena fazer dois gols no primeiro tempo e depois se segurar para garantir a vitória por 2 a 1, enterrando a chance de um título internacional inédito.
Flamengo x Corinthians (Campeonato Brasileiro) – Diretoria, jogadores e torcida apostavam que o Maracanã seria o trampolim para o salto do Flamengo no Brasileirão rumo ao título. A partida contra o Corinthians era a primeira na sua casa após 10 meses. Mas o empate em 2 a 2 com o estádio lotado criou um clima de decepção que se transformou em desânimo. O Rubro-Negro, então, somou outros tropeços no Maraca que inviabilizaram o hepta.
Por isso, embora o Flamengo diga que o saldo de 2016 é positivo, é impossível deixar de pensar que prevalece a frustração. Mas nem por isso o ano que vem deixa de ser promissor. Com uma base formada de jogadores de qualidade, um treinador que adquiriu experiência e as finanças em dia, o Rubro-Negro tem tudo a seu favor para transformar toda a expectativa em realidade.
Fonte: GE
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