Luiz Philipe Lima Oliveira surgiu como uma das grandes promessas da base do Flamengo, em 2011, depois de faturar a Copa São Paulo de futebol júnior. Promovido ao time profissional logo em seguida, ele era conhecido pelo apelido que o acompanhava desde oito anos de idade: Muralha.
Vanderlei Luxemburgo, porém, era contra que o garoto – que recebeu a alcunha porque não deixava nenhum adversário passar desde os tempos de futsal – fosse chamado desta forma.
“Ele achou que Muralha era muito agressivo e cheguei até colocar Luiz Philipe na camisa. Mas à beira do campo ele não conseguia me chamar assim de jeito nenhum, era só Muralha (risos). Daí nunca mais trocou”, disse o jogador do Pohang Steelers,da Coreia do Sul, ao ESPN.com.br.
Ainda com o nome de batismo, ele começou a ser utilizado no Campeonato Carioca de 2011 e logo de cara entrou no lugar do maior nome do time rubro-negro.
“É o sonho de todo atleta chegar aos profissionais. Minha estreia foi entrando no lugar do Ronaldinho Gaúcho. Eu sonhava com isso, mas não achava que poderia acontecer comigo. Foi contra o Resende em Macaé, para mim foi histórico e inesquecível conseguimos ser campeões cariocas e fechei com chave de ouro”.
Muralha também era o fornecedor oficial de um produto de beleza para o craque.”O Ronaldinho era um cara engraçado demais. O que mais me marcou que antes de todos os jogos ele pegava meu gel cola de cabelo e pedia para passar. Era todo jogo, se não levasse ainda apanhava (risos). Ele queria jogar no estilo”.
Além disso, ele guarda com carinho a convivência com os medalhões do Flamengo.”Foi tudo muito bom, ganhei um paizão que foi o Léo Moura que me apadrinhou assim que cheguei. David Braz virou um grande amigo também, aquela rapaziada de 2011 era muito boa”.
BRILHO NA COPINHA
Muralha começou no futsal aos seis anos na escolinha do Tijuca Tênis Clube e foi visto por um treinador do Vasco que o chamou para fazer testes. Ele foi aprovado e atuou ao lado de Phillpe Coutinho, Willen Mota, Alex Teixeira e Souza.
Antes de estrear pelos profissionais, em 2010, o garoto trocou o Vasco por seu maior rival. Mesmo assim, garante que não teve problemas quando chegou ao novo time.
“Teve um lance de contrato que não agradou as duas partes e saí para o Flamengo. Foi uma chegada tranquila e já conhecia vários jogadores desde pequeno. Cheguei para somar e ajudar, então fui bem recebido”.
Pouco antes da Copa São Paulo de futebol júnior de 2011, Muralha soube que seria efetivado para o time de cima.
“Quando soube do interesse do Luxemburgo em me subir me deu um gás a mais. Consegui mostrar meu melhor na Copinha e fizemos uma excelente campanha. Lembro que no da competição eu já treinei com profissional em Londrina e depois voltei para jogar o resto da Copinha”.
Ele foi um dos destaques na equipe que tinha nomes como Cesar, Frauches, Anderson, Adryan, Negueba e Thomas.
“Fomos campões e quebramos um jejum de 21 anos em ganhar essa competição. As pessoas desacreditaram no nosso time aos pouquinhos fomos chegando. Quando deixa o Flamengo chegar não tem jeito, fomos lá e vencemos.”
Logo depois da vitória por 2 a 1 na final sobre o Bahia, Muralha foi se firmando aos poucos no time principal. Vários de seus colegas de base não tiveram a mesma sorte.
“Subiram muitas pessoas da nossa categoria. O elenco do profissional era muito bom e com caras de nome. É difícil você ser o treinador e colocar todo mundo para jogar. Alguns tiveram poucas oportunidades, mas são coisas do futebol. Eu não posso reclamar porque tive oportunidades”.
Muralha foi emprestado para Atlético-GO, Portuguesa e Luverdense. Em uma das voltas ao Flamengo, ele venceu o Campeonato Carioca de 2014. Seu contrato com a equipe da Gávea terminará em dezembro de 2017.
FELIZ NA COREIA
Após seis partidas pelo time de Lucas do Rio Verde, ele acertou sua transferência para o Pohang Steelers, da Coreia do Sul.
“Aqui é tudo diferente: cultura, idioma, comida e as pessoas. Estamos acostumados com bagunça e o calor do Brasil (risos). Meu pai ficou comigo três meses para me ajudar na adaptação e deu tudo certo”.
Dentro de campo, ele se deu bem em um país conhecido mais pela correria do que pela técnica. “Taticamente é diferente, eles estão crescendo. Não está atrasado de forma nenhuma. O futebol asiático tem tudo para virar uma potência mundial se continuar assim”.
Titular na equipe que terminou a K-League na oitava posição, ele atuou em 26 partidas e marcou um belo gol contra o Seongnam IC.
Apesar da distância e do fuso-horário, Muralha ainda acompanha as notícias do Flamengo.
“O time quase conseguiu ser campeão brasileiro e demonstrou um bom trabalho. Pode-se dizer que foi um ano satisfatório. O Palmeiras foi muito bem e era uma equipe muito entrosada, mas o Flamengo tentou até o fim. A galera e a diretoria estão de parabéns porque fizeram um trabalho certinho”.
Fonte: ESPN
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