Coluna do Flamengo
O mês de janeiro ganhou esse nome em homenagem a Jano, aquele barbudinho bifronte (duas caras), capaz de olhar pra frente e pra trás ao mesmo tempo. Para os romanos Jano era o deus das mudanças, das transições e detinha poder sobre todos os começos. Pro cara que fecha com o certo e anda bem vestido espalhando elegância pelo mundo já se tornou um hábito em janeiro escalar de um só fôlego a montanha do otimismo, motivado pelo anúncio dos grandes nomes que vem se juntar às nossas hostes rubro-negras prometendo mais um ano glorioso para o Flamengo.
Atingir o cume da montanha do otimismo nunca chegou a ser um problema para a torcida do Flamengo. Em janeiro de 2011 o barato rubro-negro foi provocado pelo anúncio da chegada de Ronaldinho Gaúcho, com direito à passada de mão na bunda do Grêmio. No janeiro do ano seguinte, escaldada pelas inúmeras presepadas do mesmo R10, a torcida ficou doidona com bem menos; Cáceres e Magal e a promessa de vazarem Luxemburgo, lembram?
Em 2013 comemorou-se (de forma discreta, é verdade) a chegada de Elias e Carlos Eduardo, no ano seguinte teve gente se empolgando com as contratações de Elano e Alecsandro. Em janeiro de 2015 a desculpa pra ficar doidão e esperançoso foi a dupla Rodrigo Caetano e Marcelo Cirino. Em 2016 o nível geral das expectativas mulambas incrementou-se consideravelmente com a chegada da seguinte baciada: Rodinei, Chiquinho, Muralha, Antônio Carlos, Cuellar, Mancuello e Arão.
Diante desse breve histórico, o presente Janeiro apenas confirma o vate pernambucano. A brutal euforia flamenga não é mais funda, dilacerada ou santa. É apenas diferente. Enquanto todos os torcedores infelizes se parecem, cada rubro-negro é feliz à sua maneira. Ainda que a evolução progressiva da marra do torcedor do Flamengo sempre se baseie em fatos ela também resulta do múltiplo caráter desse espírito coletivo. Nós, os flamengos, sabemos ser tudo.
E quando um flamengo quer se divertir, arrotar grandeza e sonhar com glórias futuras tudo é motivo. É que humildemente estamos fazendo nessa primeira semana do ano. Até agora trouxemos um latera peruano que, salvo a venda de Jorge, vem pro banco. Um Conca mei bichado que só mostrará ao que veio em maio. E é só. Nem a famosa e tão esperada barca dos proscritos rolou. Do que se ufana, então, a prodigiosa torcida rubro-negra?
Mas, pera, temos agora um CT espetacular, que só falta dar cambalhotas e mandar jóinhas pra torcida. Tomamos o estádio do Foguinho, na mão grande e invisível do Caboclo Adam Smith, e o transformaremos num alçapão bastilha-intransponível onde, suspeita-se, haverá lugares onde assistir o jogo de pé será não apenas permitido como mandatório. Para terminar de embasar toda nossa empáfia o Flamengo chega em 2017 todo formoso e com patrocínios miliardários e humilhantes que contrariam todos os cenários de retração econômica e miséria anunciados por Sardenberg et caterva. Nossa euforia em janeiro, além de brutal, é plenamente justificada.
O ano ainda engatinha em seus primeiros 4 dias, mas assim como a Magnética prevê um Flamengo tão foda e perfurador que se continuar nessa pegada loka é bem capaz de disputar a fase de grupos da Champions, a arcoirizada recalcada e mal vestida, abatida pelas péssimas notícias desse janeiro abrasador, só prevê dor, humilhação e sofrimento para os próximos 361 dias do ano. Desta vez, mas só desta vez, temo que a arcoirizada esteja coberta de razão. Eles sabem muito bem que quem virá se construirmos serão os títulos.
2017 promete.
Mengão Sempre
Arthur Muhlenberg
Fonte: República Paz & Amor
36 Comentários
Fã do estilo de escrita desse cara.
Vez em quando não fala nada com nada no futebol, mas traduz o espírito do flamenguista
Muhlenberg sempre consegue definir bem o sentimento e a imposição rubro negra em palavras. Ótimo texto. SRN à todos.
República paz e amor. Boa, Arthur, sou mulambo com prazer!
Texto Arthur sempre divertido. Bom voltar a janeiros passados, assim como menção ao inconsciente coletivo marrento Flamengo. Sempre bom mantermos marra em dia. Todos temos que acordar em janeiro otimistas, afinal somos Flamengo.
Quem não conhece os textos do Muhlenberg, tira um tempo para ler, o melhor colunista sobre Flamengo. Era ele quem escrevia para o blog do Ge, mas parou porque foi trabalhar no clube
desse texto não gostei, mas o Arthur não é nenhum Marcio araujo
Texto tosco. Dificuldade incrível de escrever de maneira simples. Uso desnecessário de retóricas para parecer mais culto. A torcida do Flamengos é popular e, se tem a intensão de interagir com ela, tem que ser igualmente simples.
Fale por você mesmo e não em nome da torcida. Eu sou Flamengo e entendi sem dificuldade alguma. Aliás, adoro os textos do Muhlemberg. Para quem escreve “intensão” (muito intenso?) deve ser bem difícil de entender um texto em bom português. Ser simples ou popular não quer dizer ser preguiçoso ou acomodado. E nem burro.
Apoiado! Também sou fã do autor supracitado. homem FLAMENGUISTA, BEM VESTIDO COM O MANTO, E QUE HONRA A NAÇÃO COM TEXTOS SENSACIONAIS!
Eita porra, coitado do menino
Kkkkkkkkkk
ele nao teve ENTENÇÃO kkkk
Tragam um prêmio para esse homem!!!
Gostei do texto tb. Mas, só eu percebi erros no uso da vírgula? Achei curioso
Se mata, Muhlemberg é mito!
Se vc usa o adjetivo “mito” para ele, qual vc usuária para Machado de Assis,
…Euclides da Cunha, Manoel Bandeira e etc?
Quer dizer que todo flamenguista precisa saber o básico? Pode não te agradar, mas não generalize a Nação. Não me considero fã do Muhlemberg, mas longe de achar seus textos difíceis.
Você só pode estar brincando.
Não posso levar em consideração uma crítica escrita com erros grotesco de português, como “intensão”. Mas por outro lado eu compreendo, afinal hoje predomina a cultura deque temos que nivelar tudo e todos por baixo, embora eu jamais vá concordar com isto. E ser simples não pode ser sinônimo de desrespeito à Língua Portuguesa.
Respeito sua opinião Marcelo mas discordo. Retóricas para parecer mais culto? Não creio que ele precise disso. Busque outros textos dele. Outra coisa, somos “mulambos”, mas isso não quer dizer que não somos “cultos”. Abraços, SRN !
O Arthur é um dos melhores colunistas do BRASIL amigo, até perdi a conta de quantos títulos seguidos de melhor escritor ele já teve.
Sugiro conhecê-lo. O cara é Mengão na veia!
Tosco comentário. Raso, ignorante e até revoltante. Fico impressionado com a falta de erudição e cultura de alguns. Mas isso só pode ser resolvido com EDUCAÇÃO e ESTUDO. Triste realidade brasileira.
Desculpe mas o texto está no meu nível de cognição.
Só o fato do Arthur não escrever “intensão” já tem meu respeito.
Texto que a meu julgamento reflete, mesmo que de forma dissimulada, mágoa de um profissional que faz pouco tempo trabalhava para o Flamengo e foi despedido.
A melhor coluna flamenga de todos os tempos. Dá de rodo nas demais. SRN
Cara é o tal do “mal acostumado”. A torcida se acostumou a um Flamengo campeão. Simples. Você usa uns termos estranhos: “mulambos”, “mão grande”….que isso cara, papo estranho…parece anti. rsrsrs.
O testo para mim é uma ironia… Uma torcida apaixonada, acostumada a grandes conquistas, sempre tem perspectivas gigantes, não tem como ser diferente. Isso é ser FLAMENGO.
Cara, você não conhece o Arthur Muhlenberg?
Sugiro tirar um dia para ler textos do cara. É o melhor.
Prefiro o Vinny Dunga… &;-D
#tamojunto ha ha ha
SRN
Os dois são excelentes colunistas!
Kkkkkk
Kkkkkkk
Epa perae, não conhece o Muhlemberg meu parcero? Ai é historia pura das cronicas flamengais! Quer criticar o cara mas escreve “testo”
Almir procure o nome do autor nos arquivos do GE e vera quem ele é e vai ver que esta enganado alias ele trabalha ou trabalhou no flamengo com esta diretoria, seus textos sao otimos e vera que estes termos sao comuns nos textos dele.
Parei no TESTO!!! Kkkkkkkkk testo almir? É vergonhoso seu comentário!!