Prevista para esta sexta-feira, a resposta de quem vai ficar com o Maracanã não sairá tão rapidamente como se esperava. As conversas da Odebrecht com as interessadas Lagardère e GL Events estão sendo mais complicadas do que se supunha. O principal motivo: quem vai pagar pelos estragos feitos pelo Rio 2016 nas estruturas do estádio? A questão colocada leva à uma infeliz constatação. A de que a Olimpíada, melhor dizer, Carlos Arthur Nuzman e sua turma, conseguiram depreciar o valor do estádio que já foi um dia o maior do mundo.
A expectativa era de que, com pressa e concorrência, os dois grupos interessados acabassem assumindo a obrigação _ que era do comitê _ de fazer as obras e consertos necessários para depois cobrar as responsabilidades, mesmo que seja na Justiça. Acontece que nenhum dos dois grupos topou tamanha caridade, até agora. Muitas perguntas estão sem resposta: quanto vai custar consertar tudo o que foi destruído? O quê exatamente foi destruído pelos dirigentes olímpicos e o que foi causado pelo abandono pós evento? Quem paga essa conta?
O valor da compra, avaliado em cerca de R$ 60 milhões, pode ser menor se o vencedor aceitar arcar com os custos ainda não calculados. Se isso ocorrer, perde a Odebrecht que terá de cobrar do Estado o não cumprimento do contrato. O impasse na mesa de negociações se arrastara, no mínimo, pela próxima semana. Para se ter uma real noção do prejuízo, os três negociadores terão de embarcar em diligências técnicas pelo estádio para avaliarem o quanto se gastará com os reparos necessários.
Uma conta, que ninguém quer pagar. Mas cujas responsabilidades estavam bem definidas no contrato de cessão do estádio, firmado entre o Governo do Rio, com a assinatura do governador Luiz Fernando Pezão, e o Rio 2016, sob responsabilidade do vice-geral Leonardo Gryner.
Contrato para “inglês ver”
Ao se ler o contrato, parece-se estar entrando num conto teatral. São 13 páginas adornadas por carimbos, direitos e deveres. Dos direitos, nenhum em prol do Estado e da sociedade, até cláusula informando que o Rio não poderia usar a marca do comitê havia.
“O Autorizante (Governo) e Interveniente (Odebrecht) não poderão intitular-se “Fornecedor oficial dos Jogos”, tampouco, “mencionar em seu material publicitário, de marketing ou em campanhas (…) o fato de prover produtos e / ou serviços ao Autorizado (Rio 2016)”.
A “Carta Olímpica” e seus ideias também é citada no contrato. Deveriam Odebrecht e Estado do Rio, se submeterem aos seus conceitos e valores.
Mas há também obrigações por quem tomou emprestado, como:
“utilizar, preservar, manter e guardar a área cedida (…) com o dever de cuidado necessário a evitar danos à instalação, ressalvados os desgastes naturais (…) devolvendo no mesmo estado em que recebeu”.
Um documento que foi redigido sob a batuta dos grandes conselheiros jurídicos de Carlos Arthur Nuzman. Aqueles que este Blog já mostrou quem eram e quanto ganharam com o sonho olímpico.
Um contrato que até agora não saiu do papel e tem sido rasgado a cada dia que passa. Mais um para a conta da nebulosa relação entre as turmas do Cabral, das empreiteiras, e dos anéis olímpicos.
Fonte: ESPN
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Inacreditável!
lamentável
Encheu o saco esse papo já, derruba, faz um complexo educacional/esportivo, a mágica, credibilidade do maracanã está minguando, a cidade do RJ sofre e ngm faz nada
Vamos ter que jogar a semi-final da Liberta em Brasília. Lamentável.
O valor da compra é de apenas R$ 60 milhões ?!? A nação consegue isso em um mês. Só lançar a campanha. Só não sei se seria possível o Flamengo comprar. Alguém sabe dizer se isso é possível ?
Esse é o valor para comprar a concessão, é possível que o Fla compre com a ajuda dos parceiros que tem, o problema é o dinheiro que vai arcar com os prejuízos do estádio que é fora a parte e nenhum dos interessados quer pagar - e com razão. Quem devia arcar com os prejuízos era a Rio 2016 que entregou o estádio em más condições e a Odebrecht que tornou a situação ainda pior ao não querer o estádio deixando-o jogado às traças.
esse é apenas o valor pra "assumir a dívida" da Odebrecht..
Com esse jogo de empurra envolvendo de um lado: a falência do Estado do Rio de Janeiro, a maracutaia e lavagem de dinheiro do COB e degradação do estádio, o desinteresse da Odebrecht que já teve intermináveis prejuízos, somados ao direito dos compradores em não querer adquirir um produto caríssimo estragado e cheio de danos = chegará ao iminente fim (caso nada seja resolvido, deixo claro!) o maior palco da história do futebol mundial, tratado igualmente como um pobre jogado ao chão na fila de um hospital público superlotado, sem aparelhagem, sem médicos e sem condições de atendimento adequado. Pobre Maracanã...
Essas OlimPIADAs só destruíram o maracanã.
Na copa não houve problema nenhum.
Destruíram o Maracanã, o Rio de Janeiro e o país com Olimpíadas e Copa para gringo ver!
SRN
Isso tem que ter um fim.O mal NÃO PODE prevalecer.