O ano começou diferente para o Sub-17 do Flamengo. Completamente reformulado, o time se sagrou campeão de um quadrangular realizado em Pindamonhangaba. Lá, os garotos enfrentaram o anfitrião, na semifinal, e venceram, por 67×39. Na grande decisão, um verdadeiro massacre diante do Taubaté: 81×39. O Corinthians também chegou a participar, mas foi eliminado e, com isso, não mediu forças com o Rubro-Negro.
O título coroa o início de um trabalho que tem tudo para render frutos ainda em 2017. Em contato com a nossa reportagem, o treinador Marcos Beegu explicou a concepção do torneio e projetou adiante:
“O Abdala Salomão, que é técnico de basquete, é meu amigo há uns anos. Ele, junto com o filho, organizou todo o evento ao lado da Prefeitura. Na abertura, cantamos o hino e o prefeito falou boas palavras. Foi legal resgatar Pindamonhanga, que estava esquecida no cenário do esporte. Vamos tentar voltar lá no meio do ano para, quem sabe, participar de outro torneio. Nosso trabalho vai até dezembro e, dentro disso, estão previstas viagens e alguns desafios. Temos um convite para ir à Manaus no período de 15 a 20 de abril. Tem a possibilidade de irmos para São Luís. E, à Brasília, onde disputamos a Copa local. Quero botar esse elenco para jogar bastante. Pretendo ver o amadurecimento deles de perto. Meu desejo é trazer experiência para que, daqui uns anos, a molecada esteja no adulto do Flamengo.”
Beegu explicou como ocorreu a montagem, elogiou a postura do grupo em terras paulistas e comemorou a conquista:
“Esse time sub-17 é praticamente todo novo. Do ano passado, fiquei com apenas quatro jogadores. Dispensei uns, e quatro subiram para o sub-19. Eu trouxe cinco que vieram de fora, sendo dois de São Paulo (Palmeiras e Paulistano), um de Uberlândia (Praia Clube), e dois do Rio (Botafogo e Vasco). Escolhi os atletas a dedo. Isso tornou a equipe bem heterogênea, e nós só temos um mês de trabalho. Consegui esse quadrangular porque tenho uma amizade grande com o pessoal de Pindamonhangaba. Perguntei se não podíamos organizar uma competição, e conseguimos. Na sexta, saímos do Rio cedo, e fizemos uma partida contra o Taubaté. Depois, partimos para o campeonato. Nesses três primeiros jogos, a equipe se mostrou forte e determinada. Hoje, tenho 19 integrantes, mas só levei 12. Durante o ano, vou fazer um rodízio e buscar amistosos para dar rodagem. Já que no Carioca, só teremos sete agremiações. A minha meta é chegar a trinta confrontos na temporada. Estou satisfeito com a garotada, tecnicamente falando e disciplinarmente também. Foi ótimo trazer o troféu para o Flamengo. Pois se trata de um clube enorme. Onde vamos no Brasil, temos torcedores e cobrança. Não foi diferente lá, mas o importante foi a atitude e o espírito de luta dos meninos.”
Lucas Aprigio, um dos destaques, desembarcou na Gávea em janeiro, depois de passagem pelo Vasco. O ala abordou sua chegada e demonstrou orgulho ao falar sobre o feito:
“Foi uma ótima experiência para todo mundo. Nosso time é novo, heterogêneo e estamos nos conhecendo agora. Para mim, foi uma estreia legal. A equipe entrou bem em quadra, apesar do frio na barriga inicial. Depois, a gente se soltou e deu tudo certo. Fiquei mega feliz por ter estreado com um título. Eu já conhecia a galera, tínhamos uma amizade, e todos são ótimos. O Magno, cria do Fla, é meu amigo desde criança. Isso facilitou. E preciso elogiar o Beegu, que é um técnico paciente, amigo, e que trata o grupo de forma correta. No Brasil, faltam caras como ele.”
Magno, uma das maiores promessas do clube, exaltou a coletividade e foi veemente ao citar a grandeza do Flamengo:
“Quem diria que eu chegaria, um dia, no sub-17? Logo eu, que ontem era um moleque do pré-mirim. Melhor ainda é ser campeão de cara, com um mês de trabalho. Na base, não tem como pegar tanto entrosamento nesse curto tempo. E nós conseguimos. Por exemplo, o Ruan, que veio de fora, está há duas semanas, e já se integrou bem. O resultado foi bom, um jogou pelo outro, e não existiu individualidade no elenco. Creio que isso irá crescer durante o ano. Fiz o que fazia no sub-15. Distribui assistências e coloquei os pivôs para jogarem. Não me preocupei com pontos, queria ver o êxito do time. Fomos campeões invictos e, na minha visão, esse fato ajuda na visibilidade. A gente honra a camisa do Flamengo e sabe que não dá para entrar para perder. Sentimos o peso do escudo no peito e sabemos que o manto sagrado não representa só a maior torcida do Brasil, mas do mundo.”
Zibecchi, outro nome conhecido, avaliou tudo e tratou o campeonato como uma experiência positiva:
“Foi muito bom disputar esse torneio, pois o time é novo. Vieram atletas diferentes e a gente não se conhecia muito. A competição ajudou no entrosamento e acabou trazendo várias experiências. Estou gostando de estar no sub-17, já que o grupo me abraçou. O Beegu tem uma filosofia nova, que eu ainda não dominava. Está sendo bacana para ampliar meu conhecimento de basquete. Treinar com técnicos diferentes é sempre enriquecedor. Ser campeão desse torneio, apesar de não ser tão grande, foi importante. É meu terceiro ano no Flamengo e meu primeiro título. Até então, não tinha conseguido. Nós fomos firmes, respeitamos os adversários e ganhamos na bola.”
Fonte: Garrafão Rubro Negro (Rafael Rezende)
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