É uma sensação extremamente frustrante para um esportista de qualquer modalidade ter de assistir seus companheiros em ação, mas não poder atuar. Seja por lesão ou por qualquer outro motivo. Foi o que aconteceu com o americano Hakeem Rollins no clássico contra o Vasco da Gama no primeiro turno do Novo Basquete Brasil. Ele não pôde participar do duelo pois foi inscrito depois da data original da partida (18 de dezembro), que foi reagendada por falta de local para a realização do jogo e acabou acontecendo no dia 28 de janeiro, na Arena da Barra, com portões fechados. O pivô tinha sido apresentado uma semana antes, no dia 19, e estava cheio de vontade de vestir a camisa do Rubro-Negro. Agora, ele finalmente vai participar da partida contra o arquirrival e espera que o resultado seja diferente do confronto de janeiro (78 a 77 para o Cruz-Maltino). O embate do returno será neste sábado, às 14h (de Brasília), com transmissão ao vivo no SporTV 2 e em Tempo Real no GloboEsporte.com, direto de Manaus.
– Eu vi no último jogo e percebi o quão importante é para os dois times. Viemos de uma derrota, então todo jogo seria importante para nós, mas vir para Manaus para jogar o clássico acrescentou muito à atmosfera do jogo. É a primeira vez que venho. Tudo no Brasil é a primeira vez para mim (risos). Foi duro, foi duro de ver da arquibancada. Foi um jogo com uma atmosfera estranha, uma arena enorme, quase vazia. Mas ainda assim, mesmo sem nenhum fã, você podia sentir a intensidade do jogo. Claro, é horrível assistir de fora sabendo que você poderia estar fazendo algo para ajudar seu time. Eu só podia ver, então foi complicado – comentou Hakeem.
O americano, que já jogou no basquete argentino antes de fechar com o Rubro-Negro, parece estar totalmente adaptado aos companheiros de equipe. O pivô de 2,01m e 33 anos chama a atenção pelo físico e pela expressão séria, mas basta uma piada para arrancar um sorriso de Hakeem, que foi selecionado para o time dos estrangeiros, o NBB Mundo, no Jogo das Estrelas, em São Paulo, dia 19 de março. A comparação com o ex-jogador rubro-negro Renato Abreu, por exemplo, divertiu o gringo, que se considerou parecido com o Urubu-Rei, como era chamado o atleta.
– Os caras gostam de fazer brincadeiras sobre sósias, então estou surpreso que não fizeram comigo ainda. Eles ainda não me zoaram com isso não. Olha, achei um pouco parecido. É sim (risos).
Rollins, aliás, disse estar muito adaptado também ao Brasil e ao Rio de Janeiro.
– Eu estou adaptado. Acho que sim. Já sei mais ou menos o que esperar dos rivais, dos árbitros, as viagens e tudo o mais. Eu acho que já me acostumei à cultura do Brasil. Eu gosto muito da atitude das pessoas no Rio, elas gostam de ficar fora de casa, serem ativas, elas gostam da natureza. Eu gosto disso. Você não tem essa energia em outros lugares – falou.Apesar de exaltar o Rio de Janeiro e os cariocas, Hakeem elogiou a recepção dos manauras.
– Flamengo tem torcedores em todo lugar, então não me causa tanto espanto que tenham muitos torcedores aqui também. Mas, pensando em como é longe do Rio, é um pouco surpreendente ver a quantidade de flamenguistas aqui – concluiu o 29º americano a defender o basquete do Fla.